Atira
Atira ou Atiras (em grego: Αθύρας) foi uma antiga cidade portuária grega da Trácia[1][2] localizada na região da Propôntida, sobre o curso do rio trácio homônimo próximo ao moderno distrito turco istambulês de Büyükcekmeçe, no sítio homônimo.[3] HistóriaAtira foi um assentamento de certa importância durante os séculos V-IV a.C. quanto pertenceu à Liga de Delos e depois ao Segundo Império Ateniense.[4] Em 341 a.C., o Reino da Macedônia de Filipe II (r. 359–336 a.C.) depôs Cersobleptes (r. 358–341 a.C.) do Reino Odrísio e instala em seu lugar dois generais macedônios como governadores da Trácia,[5] excetuando pequenas porções no Bósforo, onde Atira localizava-se. Pelo século II a.C., os romanos gradualmente controlaram a região e pelo ano 44, sob o imperador Cláudio (r. 41–54), a Trácia foi convertida numa província.[6] Com as reformas encabeçadas por Diocleciano (r. 284–305), a Trácia foi dividida em quatro províncias, com Atira sendo agrupada junto de Apro e Heracleia Perinto em Europa.[7] Em 405, Gaudêncio de Bréscia foi enviado pelo papa Inocêncio I (401–417) e o imperador romano do ocidente Honório (r. 395–423) como parte de uma delegação para defender João Crisóstomo, porém a comitiva foi impedida de adentrar Constantinopla e permaneceu em Atira.[8] Segundo os historiadores romanos, durante os ataques de Átila (r. 434–453) em 441-442 ao menos 70 cidades trácias foram saqueadas, incluindo Atira.[9] Sob Justiniano (r. 527–565), o assentamento foi restaurado[10] e mais adiante, em 812, durante a campanha de Crum da Bulgária (r. 803–814) contra o Império Bizantino, foi destruído junto de sua famosa ponte.[11] Em 1077, na revolta de Nicéforo Briênio, o Velho contra Miguel VII Ducas (r. 1071–1078), João Briênio, após saquear os subúrbios de Constantinopla e provocar a fúria da população, retirou-se rumo a Atira. Ciente disso, Miguel enviou um ataque terrestre liderado pelos generais Aleixo Comneno e Roussel de Bailleul, bem como uma frota varegue para sitiá-lo na cidade. A frota alcançou a cidade primeiro, conseguindo com pouca resistência penetrá-lo. João Briênio e seus partidários, contudo, após um pequeno confronto, conseguiram escapar.[12] Atualmente Atira é listada no Anuário Pontifício dentre as sés titulares da Igreja Católica.[13] Referências
Bibliografia
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