Artur CandalArtur Dionísio Candal de Carvalho (Porto Alegre, 29 de outubro de 1857 — 21 de outubro de 1924), mais conhecido como Artur Candal, foi um funcionário público, professor, filólogo, jornalista e literato brasileiro. VidaFilho de um militar, ficou órfão ainda pequeno e cresceu na pobreza.[1] Foi major do Exército[2] e fez concurso público em 1876, sendo aprovado em primeiro lugar, mas devido à sua filiação ao Partido Republicano Rio-Grandense sua nomeação foi protelada, sendo admitido em 1878, iniciando uma carreira onde desempenharia diversas funções de alto escalão na administração pública do estado do Rio Grande do Sul.[1][3] Começou como amanuense da Secretaria de Governo, sendo promovido sucessivamente a 1º oficial, elogiado pelos seus bons serviços pelo vice-presidente,[4] oficial de gabinete do vice-presidente e do presidente,[5][6] diretor do Departamento de Estatística,[7] elogiado pela riqueza informativa e exatidão dos seus relatórios,[2][8] sub-diretor da Secretaria de Agricultura e Obras Públicas,[9] e secretário do Conselho Superior de Administração.[10] Em 1898 foi nomeado administrador geral dos Correios,[1] mas nesta posição logo se tornou o centro de uma grande polêmica que se estendeu por mais de um ano, recebendo uma série de virulentas críticas acusando-o de incompetência e de ter jogado o serviço postal na anarquia,[11][12][13][14][15] sendo exonerado em janeiro de 1900.[16] Depois foi designado para servir como despachante na Alfândega,[17] e em 1918 foi reconduzido à direção do Departamento de Estatística, aposentando-se em 1921.[1] Ao despedir-se foi homenageado pelos funcionários do órgão pela atenção e os muitos serviços que lhes prestara, sendo por eles acompanhado em comitiva até sua casa.[18] Deu aulas particulares de gramática portuguesa e das línguas inglês, francês e alemão,[19][20] lecionou no Colégio Riograndense, no Ginásio São Pedro, no Seminário Provincial e no Colégio Alemão, e durante muitos anos foi diretor da Escola Mauá, vinculada à Associação dos Empregados no Comércio.[1][21] Também foi um dos fundadores e membro da primeira diretoria da Sociedade Previdência, no cargo de 1º secretário,[22] e um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, do qual foi sócio efetivo e membro da Comissão de Estatutos e da Comissão Editorial da revista do instituto.[23][1] Como jornalista foi correspondente do jornal carioca O País,[24] redator-chefe do jornal A República,[25] e redator e secretário do jornal católico A Atualidade.[26][27] Foi colaborador do jornal O Riograndense e das revistas Álbum do Domingo, O Mosquito e Revista Literária,[3] e membro da lendária Sociedade Partenon Literário, onde foi diretor da Comissão de História[28] e colaborador da sua Revista Mensal.[29] Considerado por Athos Damasceno, Carlos Baumgarten e Jordana Steindorff um nome importante na cena literária do Rio Grande do Sul em sua geração,[30][31][32] homenageado por Aurélio Porto no Congresso Sulriograndense de História e Geografia de 1940,[33] deixou contos e crônicas, um livro de poesias, Musa ligeira, poemas avulsos, uma gramática alemã, e as teses Origem da língua portuguesa e A partícula se.[25][3][30] Foi casado com Brasilina Pinheiro, sendo pai de Hugo Candal, advogado, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça do Estado,[34] Ernesto Candal, escriturário da Alfândega,[35] advogado, juiz distrital em Cacimbinhas e Porto Alegre e juiz das comarcas de Caçapava e São Jerônimo,[36][37][38][39] e Artur Candal Junior, major, médico, titular da Diretoria de Higiene do Estado[40] e um dos pioneiros da homeopatia no Rio Grande do Sul.[41] Ver tambémReferências
|
Portal di Ensiklopedia Dunia