Antonio Faustino dos Santos
Antonio Faustino dos Santos (29 de Julho de 1920 - Carapicuíba, 28 de junho de 2005) foi um militar e político brasileiro, 1º prefeito do município de Carapicuíba.[1] BiografiaApós ter ingressado no Exército Brasileiro e ter alcançado a patente de Segundo Tenente, Antonio Faustino dos Santos foi transferido para os aquartelamentos de Barueri. Em paralelo à vida militar, envolveu-se com o futebol, tendo sido presidente da Liga Barueriense de Futebol em 1958.[2] Faustino dos Santos presidiu a Casa do Sargento de São Paulo no biênio 1957-58, quando passou a se envolver no meio político.[3] PolíticaEm 1958 concorreu ao cargo de deputado estadual pelo PSD nas Eleições estaduais em São Paulo em 1958.[4] Apesar de não ter sido eleito, continuou atuando na política barueriense e ingressou no Partido Socialista Brasileiro de Barueri. Após uma mal sucedida candidatura a prefeitura de Barueri em 1961, ingressou no movimento emancipatório de Carapicuíba e transferiu-se para o PSP (maior partido paulista e líder dos movimentos de emancipação). No PSP se tornou 1º subsecretário da Sigla.[5] [6] Com a emancipação do município de Carapicuíba, o grupo de emancipadores se dividiu para a primeira eleição. Um grupo foi liderado pelo ex-prefeito de Barueri João Acácio de Almeida (militar como Faustino) e coube a Faustino a liderança dos emancipadores restantes. Com o Golpe de 1964, houve a ameaça do pleito não ser realizado. No entanto, ele foi adiado para 7 de março de 1965. Por ter se filiado a um partido de esquerda no início da década, Faustino dos Santos foi reformado compulsoriamente (com base no Ato Institucional n.º 1) pelo presidente Castello Branco em 31 de julho de 1964.[7] No entanto, ele pôde concorrer nas eleições. Numa disputa acirrada,Antonio Faustino dos Santos venceu João Acácio de Almeida (candidato do regime militar) por 1573 votos a 1502, tornando-se o primeiro prefeito eleito de Carapicuíba[8] 1ª Gestão (1965-1969)Após eleito, Faustino dos Santos deu início a construção da máquina administrativa de Carapicuíba. Com a implantação do município, surgiram quatro estabelecimentos bancários no centro da nova cidade (superando a vizinha Barueri que, emancipada desde 1949, possuía apenas dois).[9] Com o crescimento da metrópole de São Paulo, os prefeitos da região oeste (Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi e Santana de Parnaíba) se uniram na criação de um consórcio regional em 1967, tendo Carapicuíba participado da iniciativa.,[10] Apesar de ter se tornado posteriormente inócua, lançou as bases para futuras iniciativas como a Câmara Oeste (1998)[11] e o Cioeste-Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (2013).[12] Em 1968 a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP) iniciou a construção dos primeiros conjuntos habitacionais da cidade, através de parceria com a prefeitura.[13] Entre MandatosPosteriormente Faustino dos Santos apresentou candidatura pelo MDB nas eleições de 1972. Seus adversários, ligados à Arena, denunciaram a cassação dos seus direitos com base na reforma compulsória ocorrida em 1964. Faustino teve a candidatura barrada pelo TSE (que usou a decisão de reforma para alegar direitos políticos cassados) e recorreu ao Supremo Tribunal Federal. Naquela eleição acabou eleito João Acácio de Almeida, seu adversário em 1965, da Arena. Posteriormente, o TSE decidiu por 5 votos a 4 que Faustino dos Santos não poderia se candidatar por ter seus direitos políticos cassados por dez anos (em 1980 acabou anistiado e reintroduzido no Exército e aposentado como Capitão[14]). [15] Quando a pena de cassação foi considerada extinta, concorreu ao cargo de deputado estadual nas Eleições estaduais em São Paulo em 1974. Em Carapicuíba enfrentou a concorrência do ex-prefeito Amós Meucci. Com isso, as duas candidaturas do MDB dividiram recursos e votos e acabaram não se elegendo.[16] Mesmo com a derrota, Faustino dos Santos conseguiu articular o MDB carapicuibano para se lançar candidato à prefeito nas eleições de 1976. A Arena, do prefeito Acácio de Almeida, lançou três candidatos a prefeitura. O principal deles era o ex-prefeito de Barueri Carlos Capriotti. O MDB lançou, além da candidatura de Faustino dos Santos, a de Luiz Carlos Neves (futuro prefeito da cidade). A perseguição do prefeito Acácio de Almeida ao ex-prefeito e membro do MDB Amós Meucci monopolizou a campanha eleitoral. No pleito, realizado em 15 de novembro de 1976, Faustino dos Santos venceu com 10.776 votos enquanto que o segundo colocado Carlos Capriotti obteve 3.622. Com a vitória, Faustino dos Santos se tornou o primeiro prefeito reeleito em Carapicuíba.[17] 2ª Gestão (1977-1982)A segunda gestão de Faustino dos Santos foi afetada pelos problemas advindos do crescimento desordenado de Carapicuíba.[18] Ao mesmo tempo, a gestão anterior não colaborou devidamente com a Cohab. Dessa forma, em 1978, haviam 160 mil pessoas vivendo nos conjuntos habitacionais da companhia em Carapicuíba sem pavimentação de vias, ligações de água, esgoto, eletricidade, postos de saúde, e linhas de ônibus regulares. Isso provocou protestos da população residente e acusações de corrupção de alguns vereadores contra o recém empossado diretor de obras da cidade (que processou os vereadores por calúnia e difamação).[19] A resposta de Faustino a esses problemas desagradou boa parte da população, principalmente em relação à pavimentação. Até então, a prefeitura contratava empreiteiras para pavimentar as vias da cidade e cobrava valores módicos dos moradores (por puro populismo) e completava o restante. Com isso o caixa da cidade encontrava-se combalido em 1978. Assim, Faustino dos Santos resolveu cobrar valores mais altos dos moradores para a custear a pavimentação. A medida provocou críticas e protestos por parte da população.[20] Em 1978 foi iniciado o projeto de um novo acesso viário à Rodovia Castello Branco. Com a construção do viaduto sobre os trilhos da Linha Oeste da Fepasa (atual viaduto Vereador Jorge Julian) pelo estado[21], Faustino projetou a futura Avenida Consolação-concluída apenas na gestão de Luiz Carlos Neves.[22] Em 1982, resolvendo candidatar-se ao cargo de deputado estadual, Faustino teve que se desincompatibilizar, de acordo com a legislação eleitoral, assumindo o vice-prefeito, prof. Altino da Rocha Mendes, que administrou o município pelo espaço de menos de 4 meses.[1] Após a prefeituraNas Eleições estaduais em São Paulo em 1982 Fuastino alcançou 20.283 votos, ficando em 91º lugar no PMDB (apenas os 42 primeiros se elegeram).[23]. Aos 60 anos, iniciou o curso de direito, graduando-se bacharel em 1983. Com isso, foi nomeado em 29 de março de 1983 pelo governo Montoro assessor jurídico do Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento (Fumefi)[24] Faustino exerceu o cargo no Fumefi até 16 de julho de 1986.[25] Posteriormente atuou como assessor jurídico comissionado da Fepasa na gestão Quércia.[26]. Após deixar o cargo, transferiu-se do PMDB (onde encontrava-se filiado desde os primórdios do partido na década de 1960) para o PFL e concorreu ao cargo de vereador em Carapicuíba. Nas eleições municipais de 1992 foi eleito parta a 7ª Legislatura com 448 votos, sendo o único membro do PFL na câmara. Sua atuação e articulação fizeram com que se tornasse presidente da Câmara Municipal no biênio 1995/1996.[27][28][29] Após o final do mandato, deixou a vida pública e faleceu em Carapicuíba em 28 de junho de 2005.[26] Referências
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