Antonio Carlos Robert Moraes
Antonio Carlos Robert Moraes (Poços de Caldas, 7 de junho de 1954 — São Paulo, 16 de julho de 2015[1][2]) foi um geógrafo, cientista social e professor brasileiro. Nascido em Poços de Caldas, Antonio Carlos Robert Moraes viveu desde muito jovem na capital paulista. Na década de 1970, participou da luta contra a ditadura como membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), à época proscrito, e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que reunia discordantes do golpe de 1964. É na interface entre Geografia, História, Ciência Política e Sociologia do Conhecimento que a produção intelectual de Antonio Carlos Robert Moraes se localiza.[3] Bacharel em geografia (1977) e em ciências sociais (1979) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), obteve, também na USP, o mestrado (dissertação: Contribuição para uma História Crítica do Pensamento Geográfico: Alexandre von Humboldt, Carl Ritter e Friedrich Ratzel, 1983) e o doutorado (tese: Bases da Formação Territorial do Brasil: o território colonial brasileiro no "longo" século XVI, 1991), sob a orientação de Armando Corrêa da Silva, e, posteriormente, a livre-docência (tese: Capitalismo, Geografia e Meio Ambiente, 2000).[4] Tornou-se docente da USP em 1982 e, a partir de 2005, foi nomeado professor titular do Departamento de Geografia, onde coordenou o Laboratório de Geografia Política. Também foi professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (1978-1982) e ministrou cursos em várias universidades do país e do exterior, dentre as quais a Universidade de Buenos Aires (Argentina), a Unam (México), a Universidade Nacional da Colômbia e a Universidade de Cádiz (Espanha). Estagiou no Instituto Nacional de Investigação Científica de Portugal (1986) e participou de vários convênios bilaterais — o último com o IHEAL (Institut des Hautes Etudes de l'Amérique latine) e o CREDAL (Centre de recherche et de documentation sur l'Amérique latine), instituições ligadas à Universidade Paris 3 e ao CNRS da França. Presidia a banca de geografia do concurso de ingresso na carreira de diplomata do Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores. Elaborou, para o governo brasileiro, a metodologia de vários programas de política ambiental e de ordenamento territorial, notadamente interessando-se pelas áreas costeiras (entre outros o Gerco, o Projeto Orla Marítima e a Agenda Ambiental Portuária). Foi consultor do Programa de Gestão da Zona Costeira de Moçambique.[1] Participou da elaboração do Programa Global de Ação para o Controle de Poluição Marinha do CDS-ONU. Em 2001, foi agraciado com a Ordem do Rio Branco. Publicou e organizou 26 livros nas áreas da geografia histórica e política – o último deles, Território na geografia de Milton Santos, em 2014 – e dezenas de artigos. Tonico, como era mais conhecido,[5] faleceu no Hospital São Luiz, em São Paulo, no dia 16 de julho de 2015, aos 61 anos de idade, em decorrência de complicações surgidas após um transplante de fígado.[6] Era irmão da crítica literária Eliane Robert Moraes.[7] Bibliografia
Referências
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