Anopheles
Anopheles, também é comumente chamado mosquito-prego no Brasil e anofeles, melga ou simplesmente mosquito em Portugal, é um género de mosquito com ampla distribuição mundial, presente nas regiões tropicais e subtropicais, incluindo Portugal, o Brasil, a China, a Índia e a África. É o agente transmissor da malária e, em alguns casos, da filariose. Os mosquitos-fêmea deste gênero são, para os humanos, os animais mais mortais do mundo, causando anualmente a morte de mais de 1 milhão de pessoas.[1] Os anofelinos são hematófagos e várias espécies do gênero são vetoras do Plasmodium, o protozoário causador da malária. Dentre essas, destacam-se Anopheles maculipennis (Europa), A. culicifacies (Índia), A. minimus (de Assam até a China e Filipinas), A. gambiae e A. funestus na África; no neotrópico, A. albimanus (México), A. nuñeztovari (Venezuela e Colômbia), A. darlingi e A. aquasalis (Brasil). Outras espécies importantes na transmissão da malária no Brasil são A. bellator e A. cruzii, os equivalentes ecológicos das duas últimas, no sul do país - região atualmente livre da doença. Menos importante é Anopheles albitarsis.[2] BiologiaHá cerca de 400 espécies, incluindo 40 que transmitem o plasmódio. A mais comum das transmissoras é o Anopheles gambiae. Só a fêmea é que pica o homem e se alimenta de sangue. Os machos alimentam-se dos sucos ricos em glicose de plantas. O Anopheles prefere temperaturas de 20 a 30 °C e altas taxas de umidade. Não sobrevive em grande número se as temperaturas médias diárias caírem abaixo dos 15 °C e não gosta de altitudes acima dos 1500 metros. Os anofelinos distinguem-se dos outros mosquitos pelos seus palpos quase tão longos quanto as probóscides, e pelas suas escamas brancas e pretas nas asas. Têm um comportamento típico, descansando com o abdomen em ângulo para cima. Ciclo de vidaO Anopheles passa por quatro estágios: ovo, larva, pupa, e adulto. As fêmeas vivem de duas semanas a um mês. Têm preferência pelo sangue humano, mas também picam animais. Põem cerca de duzentos ovos de cada vez, em água parada. Os ovos têm bóias naturais, demorando apenas 2 a 3 dias a maturar (ou 1 a 2 semanas em climas mais frios), e não sobrevivem às baixas temperaturas nem à desidratação. As larvas alimentam-se por filtração de bactérias e outros microorganismos da água. Ao contrário de outras espécies não têm sifão, absorvendo o ar da superficie com a boca. As larvas passam por quatro estágios, sofrendo, posteriormente, metamorfose em pupas. Enquanto se desenvolvem, as pupas vêm à superfície para respirar e, cerca de 10 a 15 dias após a deposição dos ovos, transformam-se em mosquitos adultos, imediatamente activos sexualmente. Os machos vivem cerca de uma semana e alimentam-se de néctar. As fêmeas alimentam-se de sangue, mais rico em nutrientes necessários para pôrem os ovos.
Coagulação do sangueOs mosquitos usam uma molécula para controlar o sistema de coagulação durante as suas refeições de sangue – a anofelina, que tem como alvo a trombina, uma enzima central na anticoagulação. A anofelina tem uma “abordagem radicalmente inovadora” no controle do sistema de coagulação do hospedeiro: ela liga-se à trombina aproveitando os locais normalmente utilizados por substratos naturais do organismo no processo de coagulação, como por exemplo o fibrinogénio. Desta forma, o fibrinogénio não consegue ligar-se à trombina e, consequentemente, não se produz a fibrina, que forma os coágulos. Um coágulo é uma rede de fibrina. Encravando os locais também usados pelo fibrinogénio como ligação à trombina, à semelhança de uma chave partida dentro da fechadura, a anofelina trava a formação de coágulos. A molécula pode servir de base à concepção de fármacos sintéticos para prevenir e tratar as doenças cardiovasculares.[3] Espécies (lista parcial) [4]Subgénero Anopheles Meigen
Subgénero Cellia Theobald
Subgénero Kerteszia Theobald
Subgénero Lophopodomyia Antunes
Subgénero Nyssorhynchus Blanchard
Subgénero Stethomyia Theobald
Referência
Referência bibliográfica
Ligações externas
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