Alpha Club
Modus operandiO esquema se baseava na venda de um único produto: um título que supostamente daria direito a desconto em diversos hotéis e lojas de luxo, pelo prazo de 10 anos. O título custava R$ 3.800,00 (equivalente a US$ 2100 no câmbio da época)[2]. Mas a motivação maior de quem comprava o título não eram os descontos, a motivação real era fazer parte do clube e então vender títulos a outras pessoas, ganhando parte do valor da venda.[3] O esquema funcionava da seguinte maneira: se a pessoa A vendesse um título para B, a pessoa A ganhava comissão. Se a pessoa B vendesse um título para C, então A e B ganhavam comissão. Esse esquema é conhecido como pirâmide financeira, ou esquema de Ponzi. Para que a pirâmide financeira se sustente, é necessária a entrada contínua de novos membros. Para motivar as pessoas a entrar no esquema, eram feitas apresentações em hotéis e centros de eventos, com pessoas dizendo o quanto haviam enriquecido após entrar no clube. Toda a apresentação era movida por muita música, apresentações de clipes e intervalos onde os visitantes podiam disfrutar de um bom buffet (pago previamente pelos que convidavam os possíveis novos integrantes).
MarketingComo estratégias de marketing, Alpha Club patrocinava times de futebol e eventos esportivos, tendo inclusive patrocinado a Juventus da Italia e o Santos Futebol Clube no ano 2000[4][5]. Os clipes das reuniões para captação de novos membros eram recheados de imagens desses eventos e equipes patrocinadas. Denúncias e investigaçõesMotivadas pela possibilidade de enriquecimento, muitas pessoas contraiam empréstimos para pagar os R$ 3.800,00 (o salário mínimo em 1999 era R$ 136,00, ou seja, R$ 3.800,00 era equivalente a 28 vezes o salário mínimo da época). Após entrar no clube, as pessoas começavam a se dar conta de como era difícil convencer outras pessoas a entrar no esquema devido ao alto valor, e que os descontos prometidos provavelmente jamais poderiam ser utilizados, pois eram relativos a artigos de luxo que a maioria das pessoas não teriam poder de compra. As pessoas se sentiram lesadas, pois ficaram endividadas, sem possibilidade de usufruir dos descontos e enganadas na promessa de enriquecimento. Começaram a surgir denúncias de estelionato ao Ministério Público, a Polícia e ao Procon[6], que investigaram mais a fundo e descobriram outras irregularidades:[7]
Processos e condenaçõesEm diversos Estados foram impetradas ações contra o Alpha Club por crime contra a economia popular, sonegação fiscal, estelionato e propaganda enganosa. As atividades do Alpha Club foram suspensas em 4 de maio de 2000, quando um de seus gerentes foi preso em São Paulo[7]. Várias condenações contra o clube e seus responsáveis se sucederam desde então[8][9][10][11][10]. O site da empresa na internet não existe mais, e o domínio encontra-se a venda[12]. Ver tambémReferências
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