Ajuricaba (indígena)![]()
Ajuricaba foi líder da nação indígena dos manáos, no início do século XVIII. Revoltou-se contra os colonizadores portugueses, negando-se a servir como escravo. Deste modo, se tornou um símbolo de resistência e liberdade,[1] além de ser considerado uma figura heroica para os cidadãos de Manaus, cidade cujo nome provém da etnia. HistóriaAjuricaba nasceu no território do atual estado do Amazonas. Passou muitos anos afastado de sua aldeia, mas foi obrigado a retornar ao convívio dos demais após o assassinato do seu pai, cacique dos manáos, pelas mãos dos invasores portugueses. [1] Os manáos tinham um acordo com as lideranças portuguesas, onde eles permitiriam o comércio de membros de outras tribos como escravos para os portugueses. Ajuricaba seria contra tal acordo de comércio de escravos. Desentendimentos posteriores, levaram à morte do cacique, seu pai.[2] Assumindo o posto que foi de seu pai, Ajuricaba, observando a "traição" portuguesa, procurou os holandeses, que viviam mais ao norte, onde hoje é o atual Suriname. Os holandeses eram inimigos de Portugal, e logo se associaram ao plano manauara.[2] Bem armados, os manaós enfrentavam os portugueses, atacando as missões do rio Negro, resistindo e impedindo a ação das "tropas de resgate" (tropas portuguesas em busca de escravos indígenas) dentro de sua área de influência. Os portugueses temiam que outros povos indígenas da região seguissem o exemplo dos Manaós, abrindo o caminho para uma invasão no vale do Rio Negro. Após negociações de paz, que não duraram, os portugueses começaram uma "guerra justa" contra os manaós em 1727. A morteMaia da Gama, após organizar uma força de ataque contra os manáos, assim descreve a morte de Ajuricaba[3]:
Enviado a Belém onde seria vendido como escravo, durante a viagem, preso em ferros, Ajuricaba e seus homens tentaram matar os soldados da canoa onde estavam. Falhada a tentativa, Ajuricaba atirou-se à água com outro chefe, preferindo o suicídio à escravidão.[3] LegadoO suicídio de Ajuricaba foi considerado heroico tanto por seu próprio povo quanto pelos portugueses[1] e sua figura ficou na memória popular repercutindo em diversas rebeliões e enfrentamentos de líderes indígenas contra os colonizadores.[4] A Amazônia, ao longo dos anos 70, foi cenário de diversas produções cinematográficas e teatrais, tanto nacionais quanto estrangeiras. Em 1974, Ajuricaba foi personagem central da peça A Paixão de Ajuricaba, poema dramático que narra a resistência dos povos indígenas ao colonialismo, tendo como personagem principal Ajuricaba. Oswaldo Caldeira, em 1977, produz o longa metragem dramático Ajuricaba, o Rebelde da Amazônia.[5] O filme, filmado na própria Floresta Amazônica, narra a resistência do cacique Ajuricaba à presença dos colonizadores portugueses na região. A narrativa de Ajuricaba é construída de maneira não linear, intercalando alguns momentos da segunda década do século XVIII ao tempo presente, dinâmica que realça uma certa continuidade histórica. [6] Homenagens
Ver também
Referências
Bibliografia
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