Ahlam al-Rashid
Ahlam al-Rashid, também pode ser grafado como Ahlam al-Rasheed (nascida em Maarate Anumane, no noroeste da Síria), é uma educadora síria, que atua para melhorar a vida das pessoas afetadas pela Guerra Civil Síria.[1] Ela é Professora e Diretora do Centro de Empoderamento das Mulheres, no norte da Síria. Por suas ações, em 2017, ela foi nomeada uma das 100 Mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo pela BBC.[2] A Guerra da SíriaA Guerra Civil Síria[3] começou como uma série de grandes protestos populares em 26 de janeiro de 2011 e progrediu para uma violenta revolta armada em 15 de março de 2011.[4] A oposição alega querer destituir o presidente Bashar al-Assad e instalar um novo governo mais democrático no país, enquanto o governo sírio diz estar combatendo terroristas armados que querer desestabilizar o país.[5] O governo sírio enviou suas tropas para as cidades revoltosas com o objetivo de encerrar a rebelião,[6] o que resultou em centenas de mortes, a grande maioria de civis.[7] No fim de 2011, soldados desertores e civis armados da oposição formaram o chamado Exército Livre Sírio para lutar contra o Estado. Em agosto de 2011, a oposição se uniu no chamado Conselho Nacional Sírio[8] e a luta armada então se intensificou, assim como as incursões das tropas do governo em áreas controladas por opositores.[9] A partir de 2013, um grupo autoproclamado Estado Islâmico começou a reivindicar territórios na região e passou a atacar qualquer uma das facções (apoiadoras ou contrárias a Assad), buscando hegemonia total. Em junho de 2014, proclamaram um Califado na região e impuseram a sharia (lei islâmica) em seus territórios.[10] Segundo informações de ativistas de direitos humanos dentro e fora da Síria, o número de mortos no conflito passa das 500 mil pessoas, sendo mais da metade de civis. Outras 130 mil pessoas teriam sido detidas pelas forças de segurança do governo.[11] Em 2015, 4.3 milhões de refugiados sírios já haviam buscado refúgio em países vizinhos; e outro 7.6 milhões de sírios haviam se deslocados internamente.[12] O conflito também gerou uma enorme onda migratória de sírios e árabes em direção a Europa, sem paralelos na história do continente desde a Segunda Guerra Mundial.[13] Os campos de concentraçãoComo Ahlam al-Rashid indica,[12]
Além disso,[1]
Os campos de concentração foram criados a tanto tempo que se converteram em pequenas cidadelas.[14][15] Algumas pessoas abriram pequenas lojas de diferentes produtos, que são entregues nos acampamentos pelos mesmos fornecedores que vendiam tais produtos nas cidades antes dos bombardeios.[12] A atuação de Ahlam al-RashidEntre 1990 e 2013, Ahlam al-Rashid ensinava árabe para alunos de todas as idades escolares. Com a Guerra Civil Síria, como outros milhões de pessoas, ela precisou fugir de sua região para campos de refugiados localizados fora da zona de bombardeios e destruição.[1] Ao longo dos anos, ela trafegou entre os campos de Otmh (na Síria) e Al-Karamah (na Jordânia). Em 2015, estava no campo de Otmh, perto da fronteira com a Turquia.[12] Como diretora de centros de proteção e empoderamento de mulheres, Ahlam al-Rashid supervisionou mais de 16 centros, e sua atuação voluntária se distribuiu em diversas frentes em busca de organizar cursos e atividades para melhorar a vida dos refugiados:[1][12]
Sua organização treinou cerca de 4.800 pessoas até 2019 e mais de 1.000 delas encontraram empregos.[1] Mas sua atuação passa ainda por outros cuidados, de acordo com as necessidades que ela percebe em cada campo de refugiados por onde passa: distribuição de roupas, inspeção das condições sanitárias, auxílio na instalação de próteses para amputados, atendimento das necessidades dos deficientes.[1] Ela esteve com mulheres de diversos deslocamentos (como Aleppo, zona rural de Hama, zona rural de Idleb e Ghouta), além disso, trabalhou com várias organizações humanitárias, como a MEDCAL e o International Rescue Committee (IRC).[1] Foi chefe do Comitê Legal da Babilonia.[16][17] ReconhecimentoEm 2017, Ahlam al-Rashid foi selecionada para participar do concurso ‘Change Makers’ no mundo árabe e, após mais de dois meses de indicações, conquistou a Medalha de Ouro de Change Makers de 2018. Ela foi nomeada uma das 100 Mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo pela BBC na lista de 100 Mulheres de 2017.[2] Veja tambémReferências
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