Adergudunbades

 Nota: Para outras acepções, veja Canaranges.
Adergudunbades
Nacionalidade
Império Sassânida
Ocupação General
Principais trabalhos
  • Participação na ascensão de Cavades I
Título
Religião Zoroastrismo
Fronteira romano-persa na Antiguidade Tardia

Adergudunbades (em grego: Ἀδεργουδουνβάδης) foi um proeminente nobre, general e canaranges sassânida nos reinados de Cavades I (r. 488–496; 499–531) e Cosroes I (r. 531–579). A principal fonte sobre ele é a obra do historiador bizantino Procópio de Cesareia. Seu nome nativo foi provavelmente Adurgundbād, uma abreviação de Adurgushnaspbād.[1] Segundo Parvaneh Pourshariati, Canaranges, um dos oficiais persas mencionados por Procópio, seria o próprio Adergudunbades.[2]

Biografia

Adergudunbades aparece pela primeira vez em 488, quando, ainda jovem, já possuía reputação como soldado. Nesse ano, ajudou Cavades a subir ao trono persa contra seu tio Balas (r. 484–488). Como recompensa, Cavades elevou-o ao importante posto de canaranges, o governador da província nordeste de Abarxar que era contígua ao território do Império Heftalita, substituindo seu parente, Gusanastades, que foi executado.[3][4] Pouco se sabe de Adergudunbades durante as décadas subsequentes, salvo que teve considerável sucesso como general: Procópio cita que sujeitou doze tribos bárbaras ao governo persa.[5] Participou na Guerra Anastácia, estando envolvido no cerco e captura de Amida em 502.[6]

Quando Cosroes tornou-se xá em 531, uma conspiração foi formada por Aspebedes e outros nobres para derrubá-lo e elevar seu sobrinho Cavades, o filho do segundo filho mais velho de Cavades I, Zames[1] - que não poderia reivindicar para si o trono, pois era cego de um olho - para o trono. A conspiração foi descoberta e suprimida, mas Cavades, que ainda era uma criança, estava longe da corte, sendo criado por Adergudunbades. Cosroes enviou ordens para matar Cavades, mas ele desobedeceu e manteve-o em segredo, até que foi traído em 541 pelo próprio filho, Varrames. Cosroes executou-o, mas Cavades, ou alguém afirmando ser ele, conseguiu fugir para o Império Bizantino.[7][8][9]

Referências

  1. a b Frye 1983, p. 465.
  2. Pourshariati 2008, p. 111.
  3. Martindale 1992, p. 15-16.
  4. Pourshariati 2008, p. 267–268.
  5. Martindale 1992, p. 16.
  6. Pourshariati 2008, p. 111; 268.
  7. Martindale 1992, p. 16; 276.
  8. Greatrex 2002, p. 112.
  9. Pourshariati 2008, p. 268-269.

Bibliografia

  • Greatrex, Geoffrey; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8 
  • Pourshariati, Parvaneh (2008). Decline and Fall of the Sasanian Empire: The Sasanian-Parthian Confederacy and the Arab Conquest of Iran. Nova Iorque: IB Tauris & Co Ltd. ISBN 978-1-84511-645-3