Achyrocline satureioides

 Nota: Este artigo é sobre a planta brasileira. Para outras plantas homónimas, veja Macela.


Como ler uma infocaixa de taxonomiaMacela
Macela (Achyrocline satureioides)
Macela (Achyrocline satureioides)

Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Achyrocline
Espécie: A. satureioides
Nome binomial
Achyrocline satureioides
(Lam.) DC.

A macela ou marcela (nome científico: Achyrocline satureioides)[1] é uma erva da flora brasileira, também conhecida por macela-do-campo, macelinha, macela de travesseiro, carrapichinho-de-agulha, camomila nacional etc.

No dialeto alemão sulbrasileiro Riograndenser Hunsrückisch, falado por boa parcela dos habitantes do Rio Grande do Sul e estados e países vizinhos, a macela possui um nome único e que somente é utilizado por falantes deste regionalismo linguístico: Karfreitachstee, onde "Kar" significa santo, Freitach sexta-feira, e Tee quer dizer chá (no alemão-padrão: Karfreitagstee).[2]

Descrição

É um arbusto perene que atinge cerca de um metro de altura e que na região sul costuma florescer no mês de março. As flores são amarelas, com cerca de um centímetro de diâmetro, florescendo em pequenos cachos. As folhas são finas e de cor verde-claro, meio acinzentada, que se destaca do restante da vegetação do campo.[3]

Usos

Na cosmética, a macela também atua como um bom clareador natural para os cabelos de tons castanho claro a louro, ainda que seja bem menos conhecida para essa finalidade que a camomila, a macela é o principal componente ativo de alguns shampoo para cabelos claros.[4]

Tradições brasileiras

Nas regiões sul e sudeste do Brasil as flores da macela costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros para os bebês, por se acreditar que tenha efeitos calmantes.[5]

As flores têm um aroma agradável e a infusão destas ou de suas folhas supostamente alivia dores de cabeça, cólicas e problemas estomacais (veja lista de plantas medicinais).[6]

Especificamente no Rio Grande do Sul há a tradição de colheita da macela na Sexta-Feira Santa, antes do sol nascer;[7] pois acredita-se que a colheita nesse dia traga mais eficiência ao chá das flores.[7] A planta é considerada um dos símbolos oficiais do Rio Grande do Sul.[7]

No Nordeste elas florecem em setembro e geralmente são indicadoras de solos acidificados e degradados.

Topônimos

A Pedra da Macela, formação montanhosa com 1840 metros de altitude localizada na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mais precisamente entre as cidades de Cunha e Paraty,[8] recebeu esse nome devido à massiva presença de macelas ao longo da trilha que leva até seu cume.[9]

Taxonomia

Achyrocline satureioides foi descrita por (Lam.) DC. e publicada em Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 6: 220. 1837[1838].[10]

Sinonímia

  • Achyrocline vargasiana
  • Gnaphalium satureioides Lam. basónimo 1786[11]
  • Achyrocline candicans (Kunth) DC.
  • Gnaphalium candicans Kunth
  • Gnaphalium rufum Willd. ex Less.
  • Gnaphalium saturejaefolium Poepp. ex DC. [12]

Referências

  1. «Cópia arquivada». Consultado em 5 de novembro de 2013. Arquivado do original em 6 de novembro de 2013 
  2. «Das Gerede» (PDF)  por Hilda Siri (pseudônimo de Hilda Iris Zwanziger, nascida em Ijuí, Rio Grande do Sul, 1918-2007). Literatura de Expressão Alemã: Prof. Celeste Ribeiro de Sousa, coordenadora geral / Universidade de São Paulo. Editado pelo Instituto Martiuns-Staden, São Paulo, S.P. - Brasil.
  3. SeTIC-UFSC. «Horto Didático de Plantas Medicinais do HU/CCS». Consultado em 27 de novembro de 2024 
  4. «O Óleo de Macela e seus Benefícios para Clareamento Capilar». Mundo dos Óleos. 5 de julho de 2024. Consultado em 27 de novembro de 2024 
  5. «Ecovila Juruvaúva - Artigos com Macela - Prefeitura de Ilha Comprida». ilhacomprida.sp.gov.br. Consultado em 27 de novembro de 2024 
  6. «Apesar da quaresma antecipada, floração amarela no campo indica que é tempo de colher macela». ndmais.com.br. 25 de março de 2016. Consultado em 27 de novembro de 2024 
  7. a b c «Colheita da marcela une crença e ciência». Portal do Estado do Rio Grande do Sul. 12 de abril de 2006. Consultado em 27 de novembro de 2024 
  8. «O que fazer em Cunha, eleita a cidade mais acolhedora de São Paulo? Veja dicas e roteiro». Estadão. Consultado em 27 de novembro de 2024 
  9. «Levantamento botânico ajuda na preservação da Pedra da Macela». Jornal da USP. 22 de agosto de 2017. Consultado em 27 de novembro de 2024 
  10. «Macela». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 14 de Outubro de 2012 
  11. «em eFlora» [ligação inativa]
  12. Macela em PlantList

 

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