A Tragédia da Rua das Flores
A Tragédia da Rua das Flores é um romance de Eça de Queirós escrito em 1877. O texto foi adaptado, em 1981, para o formato televisão, com Lourdes Norberto e Antonino Solmer nos papeis principais e a direção a cargo de Ferrão Katzenstein. [1]. Em 1982 foi feita uma adaptação teatral que contou com a participação de Simone de Oliveira, Carlos Daniel e Armando Cortêz. EnredoRelata a história do incesto entre uma mãe, Genoveva, e o seu filho Vítor, de 23 anos, o qual abandonou ainda recém-nascido[2].
— Tragédia da Rua das Flores (1980) PersonagensProtagonistasLista
História e Caracterização de cada personagemGenovenaGenovena nasceu na Guarda, sendo filha de Maria Silvéria. Casou-se com Pedro da Ega, mas acaba por o abandoná-lo para casar com um emigrante espanhol. Residiu algum tempo no norte de Espanha e nos Pirenéus, vivendo pacatamente como uma verdadeira cortesã europeia, com diferentes homens sucessivamente (como Lord Beltron, entre outros). Entretanto, contrai matrimónio com um velho e petulante senador do III Império, M. Molineux. A queda do bonapartismo fá-la regressar a Portugal, onde se apresenta como Mme. Molineux, já que o senador havia falecido, e acompanhada por Gomes - o brasileiro rico com quem passara a viver. Aí, envolve-se com Dâmaso, um rico asqueroso, de quem ia extorquindo dinheiro. Contudo, as suas atenções prendem-se em Vítor, um homem novo mas que o destino, pela mão do Tio Timóteo, viria a revelar-lhe ser seu filho. Era uma mulher vistosa, sensual e sedutora. Vítor descreve-a como "uma beleza tão atraente e desejável - um esplendor igual ao da sua pele branca e quente, tão belos movimentos de pálpebras com pestanas tão longas; a linha do pescoço e do seio excedia aquilo que ele observara no peito das estátuas ou das gravuras; e a massa do seu cabelo loiro, parecia-lhe dever ser pesada e doce quando se apanhasse nas mãos". Genoveva é uma das personagens queirosianas mais realistas. Com imensa densidade psicológica, de personalidade forte e determinada, é aquilo que se pode chamar uma personagem com alma. TimóteoTimóteo da Ega perdeu uma perna na Índia, na caça (às galinholas embora dissesse que fora a um tigre, para se impor). Aí e também em Angola, foi juiz. Trouxe das colónias ideias racistas. Reformado, vive na Rua de S. Francisco com o seu sobrinho Vítor, a criada Clorinda e o cão, Dick. Além destes, só simpatiza com o coronel Stephenson. Detesta os jornais nacionais e, por isso, lê o "Times". Odeia Sintra e considera Lisboa uma cidade feia e aborrecedora. Tem uma herança de 80 contos e é viúvo. Educa o sobrinho de um modo invulgar: "Que diabo, há pais, há tios que pregam moralidade! São asnos - eu prego imoralidade. Um rapaz novo, quer-se vivo, empreendedor, com dois ou três bastardos, e duas meninas no convento por paixão". Opõe-se ao casamento de Vítor com a francesa e, inconscientemente, precipita a tragédia naquele 3º andar da Rua das Flores. VítorVítor é o protagonista da Tragédia da Rua das Flores, bacharel em Direito, formado em Coimbra, exercia advocacia no escritório do Dr. Caminha. Com 23 anos era um poeta romântico, republicano, profissionalmente revoltado e descontente. É um burguês apático e ridículo- "sentia-se na vida como um homem errante que só vê diante de si portas fechadas". Vivia com o tio – Timóteo – na Rua de S. Francisco, 3º andar, em Lisboa (atual Rua Ivens), pois a sua mãe tinha-o abandonado quando tinha apenas dois meses. Fisicamente apresentava "testa branca, o buço delgado, os cabelos encaracolados". Envolve-se com Genoveva e propõe-se mesmo fugir com ela para Paris, o que só não acontece porque Genoveva se suicida ao saber, pela boca do tio Timóteo, que Vítor é o filho que ela abandonara. Vítor é, assim, o exemplo típico do homem em tudo frustrado, destroçado pela fatalidade do destino – o protótipo do "Vencido da Vida". Personagens secundáriasLista
Referências
Ver tambémLigações externas |
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