A Portuguesa de Nápoles
A Portuguesa de Nápoles é um filme mudo português de drama e ficção histórica, realizado por Henrique Costa em 1931.[1][2][3] Baseado no romance "As Duas Flores de Sangue" (1875) de Manuel Pinheiro Chagas, retrata, apesar de forma floreada, os eventos verídicos que findaram tragicamente a vida da portuguesa revolucionária Leonor da Fonseca Pimentel (1752-1799) após a queda da República Napolitana em 1799.[4][5][6] Foi o primeiro e único filme que Henrique Costa realizou, assim como o filme de estreia do ator português Barreto Poeira, cuja carreira cinematográfica contou com mais de 30 participações.[7] SinopseDurante o reinado de Fernando IV de Bourbon, com a chegada da notícia da Revolução Francesa e da morte de Maria Antonieta, irmã da rainha Maria Carolina, a nobre portuguesa Leonor da Fonseca Pimentel torna-se suspeita de ter aderido à causa jacobina ao realizar em sua casa vários encontros e saraus com vários membros da alta sociedade e artistas de renome, onde discute e defende os ideais da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", sendo pouco depois presa pelos espiões da Junta do Estado. Libertada quando as tropas de Napoleão Bonaparte invadem a cidade, Leonor abandona o seu estatuto de aristocrata e adere à revolução republicana, tomando um importante papel na formação da República Napolitana, até esta se render às forças aliadas da família real meses depois. Presa novamente, Leonor enfrenta um julgamento impiedoso e é condenada à morte na forca, tornando-se numa das mais conhecidas mártires revolucionárias de Nápoles. Elenco
ProduçãoHenrique Costa estreou-se na indústria cinematográfica no ano de 1931, tomando como inspiração o romance "As Duas Flores de Sangue" de Manuel Pinheiro Chagas, para contar a história da revolucionária portuguesa Leonor da Fonseca Pimentel.[9] Com poucos meios financeiros e sem um forte apoio do estúdio para realizar um filme de época a rigor, contando somente como décors um palco ao ar livre e uma sala dentro de um palácio quase devoluto, em Sintra, a obra transformou-se num esforço de amor, tendo sido realizado de forma semi-amadora e consoante o tempo que este podia dispor, dividindo as filmagens com a sua vida profissional, sendo antiquário de profissão e tradutor e dramaturgo nos tempos livres, para além de o autor de "Terra Mater" (1926) e "Prosas Estranhas" (1927).[10] Frequentador do teatro nacional, conseguiu no entanto atrair para o elenco da sua produção membros da companhia teatral do Coliseu dos Recreios, como a cantora lírica Maria do Céu Foz, várias bailarinas do Conservatório Nacional de Lisboa ou ainda atores conhecidos do grande público, como António Pinheiro e Alves da Cunha.[11] Após este último ter desistido do filme devido a conflitos de agenda, Henrique Costa convidou o então ator amador Barreto Poeira para participar no filme, tornando-se "A Portuguesa de Nápoles" o seu filme de estreia.[12][13] Estreando a 15 de junho desse mesmo ano, no Cinema Odeón, em Lisboa,[14] três dias antes da estreia do filme "A Severa" de José Leitão de Barros, sendo este o primeiro filme sonoro produzido em Portugal e realizado por um português,[15] o seu filme englobou o grupo de últimos filmes portugueses a serem realizados sem som, ao lado de "A Lenda de Miragaia" (1931) de Raul Faria da Fonseca e António Cunhal, "Tragédia Rústica" (1931) de Alves da Cunha, "Nua" (1931) de Maurice Mariaud e "Toureiros por Amor" (1930) de Alexandre Amores.[16][17] Referências
|
Portal di Ensiklopedia Dunia