A Muralha (minissérie)
A Muralha foi uma minissérie brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 4 de janeiro a 31 de março de 2000, em 51 capítulos.[1] Escrita por Maria Adelaide Amaral, é livremente inspirada no romance homônimo de Dinah Silveira de Queiroz, e escrita com colaboração de Vincent Villari e João Emanuel Carneiro, teve a direção de Alexandre Avancini e Luiz Henrique Rios, contou com a direção geral de Denise Saraceni e Carlos Araújo, e também contou com a direção de núcleo de Denise Saraceni. Contou com Alessandra Negrini, Leandra Leal, Letícia Sabatella, Vera Holtz, Leonardo Brício, Débora Evelyn, Mauro Mendonça e Tarcísio Meira nos papéis principais. Enredo"Século XVII. Três mulheres em busca de um sonho. Para alcançá-lo, devem cruzar a maior cadeia de montanhas do Brasil. Devem cruzar a muralha." (traduzido do site da minissérie no Canal 13 do Chile) Os bandeirantes foram os pioneiros no desbravamento europeu do território brasileiro. Paulistas suas atividades consistiam em abrir rotas rumo ao interior do país em busca de riquezas e, também, de índios para serem vendidos como escravos. Mesmo sob domínio territorial português, a luta pela posse das propriedades era constante. Vindos de diferentes partes do mundo, inúmeros forasteiros tentavam se apossar do território conquistado pelos bandeirantes. A muralha é uma referência à Serra do Mar, um grande obstáculo às incursões ao centro do país. É pelas cercanias da Vila de São Paulo, na fazenda de Lagoa Serena, após atravessar a muralha, que habita dom Braz Olinto (Mauro Mendonça), um patriarca que lidera sua família e sua bandeira com muito trabalho e sacrifício. Sua luta principal é dominar e vender mão de obra indígena, adquirida através das empreitadas feitas ao interior. Nisto, se difere de seu filho Tiago Olinto (Leonardo Brício), que vê, na conquista do ouro, a grande razão para seu empenho pessoal. Junto de dom Braz em suas aventuras, está também Afonso Góis (Celso Frateschi), seu genro, casado com Basília (Deborah Evelyn), sua filha. O casal padece da dor da perda do filho Pedro, que desapareceu, aos 13 anos, durante uma expedição com o pai. Em função disso, a expectativa pelo reencontro do filho é uma constante para Afonso e Basília. Rosália (Regiane Alves), a caçula de Braz, é uma jovem determinada, que se dispõe a largar tudo quando se apaixona de verdade por Bento Coutinho (Caco Ciocler), que trabalha na bandeira de seu pai. Leonel (Leonardo Medeiros), seu filho, é casado com a sensível Margarida (Maria Luísa Mendonça), que acha que seu casamento só será completo após a chegada de um filho. Ainda na fazenda, mora Mãe Cândida (Vera Holtz), esposa de dom Braz, que assume a casa nos períodos em que os homens estão fora. Afetuosa, porém contida, seus critérios não se baseiam na religião ou na justiça, mas nas prioridades de seus homens. Junto dos filhos, mora a sobrinha Isabel (Alessandra Negrini), a única mulher a enfrentar a mata e as batalhas no meio dos homens. É considerada, por dom Braz, o melhor soldado de sua tropa, inclusive porque salvara a vida do tio durante um ataque à aldeia. Isabel é apaixonada por Tiago e tem comportamento selvagem, o que a faz sentir-se quase como um bicho. Após a batalha, dom Braz informa Tiago de que havia mandado vir de Portugal uma mulher que não fosse uma nativa ou impura, para se casar com o filho. O conflito entre os dois é inevitável. Tendo sido criado no Colégio dos Jesuítas, Tiago teve contato com pensamentos renascentistas e era contra a dominação e o desrespeito aos índios. Seu interesse estava concentrado na observação de estrelas e em sonhar com a conquista do ouro no sertão, na cidade de Sabaraboçu, que muitos achavam se tratar de uma lenda. Tiago tem, como melhor amigo, o índio Apingorá (André Gonçalves), líder de sua tribo, que sabe ler e escrever em português e que ajuda dom Braz nas suas empreitadas. Pelo mar, chega Beatriz (Leandra Leal), a noiva de Tiago, que é também sua prima. Trata-se de uma menina cheia de sonhos e apaixonada pelo futuro esposo, que sequer conhece. Junto com ela, chegam Ana (Letícia Sabatella), a prostituta Antônia (Cláudia Ohana) e o padre Miguel (Matheus Nachtergaele). A chegada até Lagoa Serena se dá por uma tortuosa caminhada através da Serra do Mar, que já simboliza toda a dificuldade que Beatriz, uma dama europeia, encontra na rudeza dos territórios brasileiros da época. Ao longo do caminho, porém, ela se revela alguém de muita fibra e força, disposta a enfrentar tudo para alcançar seus objetivos, despindo-se de seus sapatos e vestes para enfrentar os campos coloniais. Ana é uma cristã-nova, que chega triste ao Brasil para cumprir sua promessa e casar-se com dom Jerônimo (Tarcísio Meira), um comerciante inimigo de dom Braz. A promessa de casamento fora feita por seu pai Samuel (Elias Andreato), a quem dom Jerônimo livrara da fogueira da Inquisição. Ao chegar ao Brasil, Ana é recebida por Guilherme Schetz (Alexandre Borges), responsável por levá-la até dom Jerônimo. Assim, Ana passa uma noite na casa de Guilherme, pressentindo que seu destino após a boa companhia do rapaz não seria bom. A figura de dom Jerônimo era a síntese da hipocrisia religiosa de seu tempo e, ao conhecer Ana, ele passa a escravizá-la e espioná-la para saber de sua real conversão. Trata-se de um pervertido, que estupra Moatira (Maria Maya) inúmeras vezes. Dissimulado, porém, passa a maior parte do tempo a procurar heresias e escrevendo cartas ao tribunal do Santo Ofício, a Inquisição. Antônia veio ao Brasil em busca de um bom casamento, sabendo que não havia muitas mulheres brancas por estas terras. Irreverente e debochada, ela ocupa funções estratégicas na vila, como mensageira entre Ana e Guilherme e, mais tarde, ao reencontrar Beatriz, ajudando-a a conquistar Tiago. Já ao chegar, cai nas graças do bem-humorado mestre Davidão (Pedro Paulo Rangel), que passa a cortejá-la. Padre Miguel é um jovem idealista e verdadeiramente crente de sua missão: evangelizar o gentio. Em seu caminho, a paixão por Moatira o faz rever seus conceitos e acreditar que o caminho cultural traçado que não era errado, mas diferente. Beatriz enfrenta forte luta para conquistar o coração de Tiago. Acobertada por mãe Cândida, Isabel esconde até quando pode sua gravidez, fruto do relacionamento com o primo a quem amava. Durante uma batalha, no entanto, dom Braz é atingido e, antes de morrer, confessa a Isabel que também é sua filha. Ciente de que não poderia levar seu sentimento adiante, a moça se despede de Tiago e entrega seu filho a Beatriz, para que ela assuma sua criação. Isabel segue, então, para uma aldeia e, sob a proteção de Caraíba (Stênio Garcia), é intimada a cumprir seu destino. Voltando ao lugar que lhe pertence, nua, ela anda rumo à mata, que a acolhe, dando a entender que se transforma em uma onça. Após denunciar vários cidadãos da vila à Inquisição, dom Jerônimo passa a mandar prender todos aqueles que se colocam contra sua autoridade. São presos: mestre Davidão e Antônia, Ana e Guilherme e, também, o padre Miguel. Para o julgamento inquisitório, o próprio dom Jerônimo assume o papel de juiz e arma uma audiência pública para incriminar os acusados. Lá, eles são acusados injustamente de pecados como apostasia, prostituição e devassidão moral. Perante os demais cidadãos, que acompanham inconformados aquele julgamento, todos são condenados à fogueira. Antes de ser queimado, entretanto, Guilherme consegue uma faca e acerta o abdômen de dom Jerônimo. Nesse momento, ele passa a ouvir as verdades sobre sua própria devassidão e pecados ditas por Ana e vê, no centro da fogueira, a falecida Moatira, a quem estuprara diversas vezes e Dom Braz, seu inimigo mortal. Desesperado com as alucinações, termina morto em uma das fogueiras que ele mesmo acendeu. Antônia aceita casar-se com Davidão e Ana passa a viver feliz ao lado de Guilherme, terminando grávida. Padre Miguel se dedica a cuidar de crianças, sob orientação de Caraíba e vê, nas pequenas meninas, a imagem de Moatira, a quem amava. Em Lagoa Serena, Leonel chega de Sabaraboçu dizendo ao irmão Tiago que a terra do ouro não era uma lenda. Nove meses se passam e, após Beatriz dar à luz a pequena Margarida, nome dado em homenagem à falecida cunhada, os dois irmãos tomam a estrada rumo a essas terras, em companhia de Beatriz, que se diz pronta para enfrentar o que for ao lado do marido, e levam os filhos Braz e Margarida. Elenco e personagensVer artigo principal: Lista de personagens de A Muralha
Atores convidados e semi regulares
ExibiçãoFoi reexibida na íntegra pelo Viva de 15 de março a 24 de maio de 2011, substituindo Sex Appeal e sendo substituída por Anos Dourados, às 23h45.[4] Foi reexibida novamente na íntegra pelo Viva de 29 de junho a 7 de setembro de 2015, sendo substituída por Presença de Anita, às 23h.[5][6] Outras MídiasEm maio de 2002, a minissérie foi lançada em DVD pela Globo Vídeos, compactada em 4 discos.[7] Foi disponibilizada na íntegra na plataforma de streaming Globoplay em 3 de abril de 2023.[8] Trilha sonoraCapa: Logotipo da minissérie
Ficha técnica
Referências
Ligações externas
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