Minissérie

 Nota: Este artigo é sobre o formato televisivo. Para o formato literário, veja Série limitada.

Minissérie, ou série limitada, é um tipo de programa televisivo ou de streaming semelhante a uma série, mas com poucos episódios e histórias fechadas, geralmente em apenas uma temporada.[1]

Brasil

A Rede Globo foi a pioneira nesse gênero no Brasil, lançando Lampião e Maria Bonita, escrita por Aguinaldo Silva e Doc Comparato e dirigida por Paulo Afonso Grisolli, que foi exibida em 1982 e teve oito capítulos. A partir de então, as minisséries nunca mais saíram de cena. Antes disso, porém, já se exibiam minisséries, só que eram geralmente produções norte-americanas dubladas, como Raízes. A Rede Manchete, em 1984, também lançou uma produção nesse formato, Marquesa de Santos, que foi também sua primeira experiência em teledramaturgia.

O que diferencia as telenovelas e as minisséries é, principalmente, o cuidado com a produção, além do fato de ser uma história "fechada", ou seja, autor, diretor e elenco já sabem toda a trama de antemão, o que facilita na composição dos personagens, já que o ator pode fazer seu trabalho direcionando por um caminho que já conhece.

A duração média das minisséries durante um bom tempo foi de vinte capítulos, mas nos últimos anos elas têm sido verdadeiras mininovelas, chegando a quase sessenta capítulos. No Brasil, são exibidas desde o fim dos anos 80 de terça a sexta-feira. Entre 1982 e 1986, as minisséries iam ao ar de segunda a sexta.

Por serem levadas ao ar num horário mais tardio que as telenovelas (geralmente após as 22h), as minisséries ousam mais em termos de temática, cenas, diálogos e situações, função essa desempenhada antes pelas novelas das dez, levadas ao ar de 1969 a 1979. Além disso, têm um potencial de reapresentação muito maior que o das novelas, devido à sua curta duração.

Devido a sua curta duração, as minisséries da Rede Globo também são lançadas em DVD pela Globo Vídeo e algumas, não todas, lançadas também sob a forma de livro, sobretudo as de grande sucesso como é o caso de Anos Rebeldes e A Casa das Sete Mulheres, feita com base no livro homônimo mas que tornou-se nacionalmente conhecido graças a minissérie. Em 2013, estreou a minissérie O Canto da Sereia, contendo quatro capítulos e que foi baseada na obra de Nelson Motta.

Estados Unidos da América

O formato data de pelo menos 1966, com uma emissão da ABC de uma adaptação de The Rise and Fall of the Third Reich, produzida por David L. Wolper. O termo tornou-se comum em meados dos anos 1970, especialmente com o sucesso de Rich Man, Poor Man, baseado no romance de Irwin Shaw, in 1976.

Raízes (1977) de Alex Haley é considerado o primeiro sucesso blockbuster do formato. O seu sucesso nos Estados Unidos deveu-se, em parte, ao seu horário: as doze horas foram divididas em oito episódios emitidos em noites consecutivas, resultando no episódio final ter tido 71% do share de audiência e 130 milhões de telespectadores. A TV Guide (11 de abril - 17 de abril de 1987) chamou Jesus de Nazaré "a melhor minissérie de sempre" e "televisão sem paralelo."

Reino Unido

Na televisão britânica, o termo minissérie (miniseries) quase nunca é utilizado, exceto em referência a importações estadunidenses. O termo serial (folhetim) é o usado para dramas televisivos britânicos de curta duração, que têm sido um dos elementos principais da programação televisiva britânica desde o início dos anos 1950 quando séries como The Quatermass Experiment (1953) estabeleceram a popularidade do formato. A série The Prisoner de Patrick McGoohan, originalmente com sete episódios, foi expandida para 17, devido a preocupações do estúdio de que uma série tão pequena seria difícil de vender. 'Minissérie' é no entanto usado como um tipo de exônimo para séries britânicas nos Estados Unidos, onde a típica duração de seus episódios é considerada curta.

Muito raramente, um episódio em várias partes dentro de uma série longa pode também ser chamado de "minissérie", e em alguns casos, uma minissérie torna-se o episódio piloto de uma produção mais longa.

Austrália

Minisséries australianas incluem Against The Wind (1978), The Dismissal (1983), Scales Of Justice (1983), Bodyline (1984), The Cowra Breakout (1985), Anzacs (1985), Bankok Hilton (1989) e Brides Of Christ (1991).

Outras variações

Apesar da definição do formato de minissérie, emissoras de televisão do Brasil costumam lançar tramas nos mesmos moldes e divulgando-as com variações no nome do formato, também por conta de sua duração pra mais ou menos capítulos. Atrações como A Invenção do Brasil[2], A Pedra do Reino[3][4] e Capitu — exibidas pela Rede Globo — foram divulgadas como "microsséries" por terem de 3 a 5 capítulos.[5] Jezabel, da RecordTV, foi a primeira trama da emissora a ser exibida como "macrossérie" por sua duração estendida em relação as minisséries.[6] No entanto, se assemelha e é também divulgada como uma telenovela, além de ter estreado numa faixa da emissora tradicionalmente reservada para este tipo de produção.[7][8][9]

Referências

  1. «Qual é a diferença entre série e minissérie?». Natalie Rosa. Canaltech. 30 de Junho de 2021 
  2. «Microssérie "A Invenção do Brasil" estréia hoje na Globo». Folha de S.Paulo. 19 de abril de 2000. Consultado em 30 de maio de 2019 
  3. Rodrigo Fonseca (16 de junho de 2007). «Leia a crítica da microssérie 'A Pedra do Reino'». O Globo. Consultado em 30 de maio de 2019 
  4. Márcio de Matos Souza (19 de junho de 2007). «Por que ninguém viu a microssérie?». Observatório da Imprensa. Consultado em 30 de maio de 2019 
  5. «Microsséries, filmes e seriados curtos ganham terreno na TV». Terra. 22 de janeiro de 2013. Consultado em 30 de maio de 2019 
  6. «Macrossérie "Jezabel" vai substituir "Jesus" na Record». UOL. Consultado em 23 de fevereiro de 2019 
  7. «'Jezabel', nova novela da Record, é uma superprodução com diversas cenas gravadas em Marrocos». F5. 22 de abril de 2019. Consultado em 30 de maio de 2019 
  8. Fernanda Lopes (23 de abril de 2019). «Quem foi Jezabel? Conheça a história e o elenco da nova novela da Record». Notícias da TV. Consultado em 30 de maio de 2019 
  9. Raphael Scire (29 de abril de 2019). «Jezabel põe em dúvida a estratégia da Record de investir em tramas bíblicas». Notícias da TV. Consultado em 30 de maio de 2019 
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