Éforo de CimeÉforo (em grego: Ἔφορος; ca. 405 a.C. — 330 a.C.) foi um historiador grego nascido em Cime, na Eólida, Ásia Menor. As informações sobre sua vida são limitadas; era pai de Demófilo, que seguiu seus passos como historiador, e à alegação de Plutarco de que Éforo teria recusado uma oferta de Alexandre Magno para se juntar a ele em sua campanha persa como o historiógrafo oficial.[1] Juntamente com o historiador Teopompo, foi pupilo de Isócrates, em cuja escola frequentou dois cursos de retórica.[carece de fontes] Ele não parece, no entanto, ter feito muito progresso na arte, e diz-se que ele teria passado a se dedicar à composição e ao estudo da história por uma sugestão do próprio Isócrates.[carece de fontes] O fruto de seus trabalhos foi um conjunto de 29 livros, sua História Universal. A obra, editada por seu filho Demófilo - que adicionou um trigésimo livro - continha uma descrição sumária das Guerras Sacras, além de outras narrativas desde os dias dos heráclidas à conquista de Perinto em 340 a.C. por Filipe da Macedônia, cobrindo um espaço de tempo de mais de setecentos anos.[2] De acordo com Políbio, Éforo foi o primeiro historiador a compilar uma história universal.[3] Para cada um dos 29 livros Éforo escreveu um prooimion. A obra provavelmente foi chamada apenas de Historiai, e seguia uma ordem mais temática do que cronológica em sua narrativa. Diodoro Sículo foi o grande responsável por preservar a sua obra ao copiar grandes trechos de seus escritos. O livro XXX, cobrindo os anos de 356 a 340 a.C., foi acrescentado por Demófilo muito provavelmente depois da morte de Éforo.[carece de fontes] Os fragmentos de seus escritos contidos no texto de Diodoro constituem a única narrativa contínua da históra da Grécia entre os anos de 480 e 340 a.C.[4] Éforo fez uso crítico das melhores autoridades disponíveis no assunto, e sua obra, altamente louvada e muito lida na Antiguidade, foi baseada livremente na de Diodoro Sículo e outros compiladores. Estrabão dá muita importância às suas investigações geográficas,[5] e o elogia por ter sido o primeiro a separar o elemento histórico daquele simplesmente geográfico. Em sua Geografia,[6] Estrabão cita Éforo extensivamente sobre as práticas pederásticas dos cretenses, o único relato etnográfico confiável sobre os ritos de passagem cretenses, que tinham como paralelo o mito de Zeus e Ganimedes. Políbio, ao mesmo tempo em que lhe creditou pelo conhecimento sobre as condições das batalhas navais, ridicularizou sua descrição das batalhas de Leuctra e Mantinéia (362 a.C.) como uma amostra de seu desconhecimento da natureza das operações terrestres.[7] Além da históra universal, Éfoto escreveu um Epichorios logos (um ensaio patriótico), no qual louvava as tradições de Cime. Também escreveu Peri heurematon, um livro sobre invenções, e Peri lexeos, "Sobre o estilo". Seus escritos que restaram mostram uma certa falta de paixão, apesar de seu interesse perspicaz em matéria de estilo e de partidarismo político - a se excetuar o seu entusiasmo por Cime. De acordo com escritores antigos, ele era respeitado por ser um historiógrafo hábil e meticuloso, embora um tanto aborrecido.[8] Foi elogiado por ter demarcado (embora nem sempre) uma linha acentuada separando o mítico do histórico;[9] ele até mesmo reconheceu que embora a profusão de detalhes empreste uma força para corroborar os relatos dos eventos recentes, ela seria motivo para suspeita, em relatos de histórias muito distantes. Seu estilo era pomposo e artificial, como era natural em se considerando seu treinamento quando jovem, e frequentemente sacrificava a verdade ao efeito retórico; mas, de acordo com Dionísio de Halicarnasso, ele e Teopompo eram os únicos escritores históricos cuja linguagem era precisa e finalizada. Outras obras atribuídas a ele são:
Referências
Ligações externas
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