Área de Proteção Ambiental Marimbus-Iraquara
A Área de Proteção Ambiental Marimbus-Iraquara é uma unidade de conservação brasileira do tipo área de proteção ambiental (APA) localizada na Chapada Diamantina. Foi criada em 1993 e sua área abrange partes dos municípios de Lençóis, Andaraí, Palmeiras, Iraquara e Seabra, todos no estado da Bahia.[1] Sua criação foi motivada para proteger as áreas situadas a leste e norte do Parque Nacional da Chapada Diamantina, e que foram excluídas de seu perímetro, como o Quilombo do Remanso, parte do pantanal de Marimbus, lagoas, rios e matas em área de alagadiço situados ao leste daquele parque.[2] HistóricoFoi criada pelo decreto estadual nº 2 216, de 14 de junho de 1993 e regulamentada pela resolução CEPRAM nº 1.440 de 20 de junho de 1997, como "instrumento de conservação dos diversos ecossistemas existentes dentro de seu limite" além de aspectos culturais oriundos do "conhecimento e culturas populares" de seus moradores.[1] No dizer de Dante Severo Giudice, sua criação se deu "com o propósito de assegurar a sustentabilidade ambiental em consonância com o desenvolvimento do turismo na região".[3] O decreto estadual de criação da APA, assinado pelo então governador Antônio Carlos Magalhães e os secretários Waldeck Ornelas e Paulo Souto (este último da pasta de Indústria, Comércio e Turismo) e traz, no seu anexo, a delimitação inicial do seu perímetro (em domínio público):[4]
O mesmo anexo ao decreto ainda consignou os principais atrativos da APA, e sua importância:[4]
O decreto foi regulamentado pela Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM) nº 1.440, de 20 de junho de 1997, tendo por principais premissas:[3]
Em 1998 esta regulamentação ensejou a elaboração do Plano de Manejo da área, que determinou a divisão da APA em quinze zonas ecológicas e econômicas, divididas em três categorias principais: zonas de conservação, de preservação e as de uso sustentável, abrangendo zonas de proteção permanente, de proteção rigorosa, de preservação espeleológica, da vida silvestre, etc, onde a presença humana é restrita conforme o grau de proteção pretendido.[3] CaracterísticasSua área total é de 125.400 hectares distribuída em cinco municípios no centro do estado.[1] Limita-se a sul e leste com o Parque Nacional da Chapada Diamantina e também está próxima a outras áreas de conservação da Chapada Diamantina.[1] Dentre elas, é aquela que possui a maior biodiversidade.[5] Assim, tem o objetivo de proteger espécies endêmicas como o beija-flor-de-gravatinha-vermelha, como também enfrentar problemas como as queimadas, desmatamento, dejetos, turismo predatório, garimpo, etc.[1] Na APA estão situadas grandes atrações turísticas do centro da Chapada, como o Morro do Pai Inácio e o o Morro do Camelo, o pantanal de Marimbus (chamado "pantanal da Bahia"), grutas como a Pratinha e a Lapa Doce com inscrições rupestres, e poços e cachoeiras como o Poço do Diabo e a Cachoeira do Mosquito, além da cidade histórica de Lençóis.[1] Como registrou o pesquisador Giudice, a APA engloba "Marimbus, os campos rupestres, os corredores de biodiversidade, áreas florestais a leste dos rios Santo Antônio e das Miúdas (Lençóis), áreas situadas ao longo do rio Utinga (Lençóis/Andaraí), morros do Pai Inácio e Camelo, serra dos Brejões, parte dos vales dos rios Cochó, Preto, Santo Antonio (Iraquara/Palmeiras/Seabra), vale do riacho das Almas e seus afluentes (Iraquara), área onde se situam a maioria das cavernas, no centro da planície calcária de Iraquara".[3] Dentro do zoneamento estabelecido no Plano de Manejo da APA de 1998 foi criada a Zona de Proteção de Cavernas (ZPC).[3] Em 2008 o ICMBio, responsável constitucionalmente pela conservação dos registros arqueológicos, relatou existirem mapeadas na APA Marimbus-Iraquara "126 cavernas conhecidas e um sem-número de outras ainda desconhecidas e sem registro" — o que motivou o órgão federal a pensar num reordenamento das visitações turísticas às mesmas.[6] A APA Marimbus-Iraquara possui uma estruturação maior do que o Parque Nacional, já que sua gestão se dá com a participação dos três níveis da administração pública: federal, estadual e municipais. Apesar disto, apresenta problemas de difícil solução, como o tráfego de grandes veículos cujas vibrações podem vir a "danificar espeleotemas do interior das grutas sotopostas" e outros derivados das atividades econômicas (turismo, agricultura, garimpo, etc).[3] Para mitigar as ameaças existentes foi projetado um "Centro de Pesquisas Científicas e Espeleológicas de Iraquara", que ainda não foi concretizado. Outras medidas, como o preparo técnico e abertura de trilhas são ações que ajustariam a sustentabilidade ambiental e a presença humana.[3] Ver também
Notas
Referências
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