Yonhy Lescano
Yonhy Lescano Ancieta (Puno, 15 de fevereiro de 1959) é um advogado e político peruano. Integrou o Congresso como representante de Puno e, posteriormente, da Região Metropolitana de Lima entre 2001 e 2019. Candidatou-se pelo partido Ação Popular à presidência do Peru, nas eleições gerais de 2021, ficando em quinto lugar.[1] EducaçãoDe 1976 a 1980, Yonhy Lescano estudou Direito na Universidade Católica de Santa María em Arequipa. De 1984 a 2001, ele trabalhou como advogado independente em sua própria cidade em Puno. Além disso, foi professor, lecionando Direito na Universidade Nacional do Altiplano (UNA) em Puno, de 1985 a 2001. Carreira políticaNos eleições de 2000, ele concorreu sem sucesso para uma cadeira no Congresso sob Luis Castañeda da Solidariedade Nacional. CongressistaNas eleições de 2001, foi eleito deputado federal para representar a Região de Puno, na lista da centrista Ação Popular. Foi reeleito nas eleições de 2006, na lista de coalizão conjunta da Frente Central que agrupou a AP, Nós Somos Peru e os Coordenadores Nacionais dos Independentes, e nas eleições de 2011 na lista da lista da Aliança Possível do Peru, desta vez para o distrito eleitoral de Lima, e nas eleições de 2016 para um mandato final, deixando o cargo em 2019 após a dissolução do Congresso de Martín Vizcarra. Lescano foi um dos parlamentares a favor da dissolução. Em 2018, por discordar do relatório final da Comissão Lava Jato, presidida por Rosa Bartra (conhecida por ter protegido Alan García politicamente e não incluí-lo no documento), Lescano argumentou que o relatório não era confiável, na medida em que os membros da diretoria da comissão "eram juiz e partido", integrantes da APRA e da Força Popular, cujas lideranças estavam sob investigação no caso Lava Jato.[2] Política partidáriaFoi Secretário Geral do Partido Ação Popular entre 2009 e 2011. Candidato a presidente do PeruPara as eleições gerais de 2021, Lescano ganhou a indicação presidencial de seu partido para a Presidência do Peru depois de derrotar o ex-deputado Edmundo del Águila e Luis Enrique Gálvez com 63,67% dos votos. Seus companheiros de corrida foram Gisela Tipe e Alberto Velarde.[3] Ele foi um dos pioneiros na corrida presidencial.[4] No domingo, 21 de março, Lescano participou, junto com outros 4 candidatos, de um debate ao vivo realizado pela América Televisión e Canal N. Em uma de suas participações, o candidato se envolveu em uma discussão com Verónika Mendoza, a quem ele disse que a aliança política a que pertence tem Yehude Simonem suas fileiras, acusado de corrupção.[5] Mendoza respondeu que este personagem havia sido separado do partido: "Nós separamos os maus elementos, não como vocês que não conseguem separar o senhor Merino, usurpador e golpista, contra quem os jovens se mobilizaram em novembro passado." Ao vivo conduzido pela América Televisión na noite do debate, o candidato Lescano ficou em terceiro lugar com 21%, superado por Mendoza (34%) e Forsyth (22%).[6] Durante sua visita a Tacna, Lescano afirmou que pedirá ao Chile que devolva o Monitor Huascar caso seja eleito presidente.[7] Após essas palavras, o prefeito chileno Henry Campos respondeu dizendo que "O Huascar de nossas costas não se move."[8] No rescaldo da destituição de Vizcarra em novembro de 2020, Lescano foi um forte crítico da ascensão de Manuel Merino à presidência. Ele negou a remoção de Vizcarra e o papel de Merino, apoiando o governador de Cajamarca, Mesías Guevara, em não aprovar a decisão de seu partido no Congresso.[9] No final das contas, Lescano ficou em quinto lugar em uma corrida atomizada de 18 indicados. Ideologia e pontos de vistaLescano foi descrito como tendo uma posição política populista de centro-esquerda que é conservadora em aspectos sociais, embora seja economicamente progressista.[10][11] Com relação à economia, Lescano propôs a introdução de um sistema de economia social de mercado para o Peru, afirmando que "Você deve respeitar a iniciativa privada, mas ter um estado regulador que impeça abusos".[12] Ele fez declarações contra as grandes empresas de mineração no Peru e sugeriu a nacionalização dos recursos do país. Várias vezes se opôs às decisões de seu partido, como na dissolução do Congresso em 2019, apoiou a medida de Martín Vizcarra e não compareceu à posse da vice-presidente Mercedes Aráoz. Seu partido foi politicamente afetado após o impeachment de Vizcarra e a repentina ascensão ao poder do membro do partido Manuel Merino, que ocupou o cargo apenas por cinco dias e prontamente renunciou após uma série de protestos.[13] Vida pessoalEnquanto estudava no Chile, conheceu a colega advogada Patricia Contador Durán e os dois se casaram, tendo mais tarde três filhos.[10] ControvérsiasApós sua denúncia contra o ex-deputado Mauricio Mulder, em março de 2019 Lescano foi denunciado por um jornalista por assédio sexual devido a chats do WhatsApp.[14] Em sua defesa, o congressista apresentou uma opinião de especialista internacional que indicava que as imagens usadas para a denúncia foram editadas de forma maliciosa com o programa Photoshop.[15] Porém, em 3 de abril, o plenário do Congresso o suspendeu por 120 dias, conforme recomendação da Comissão de Ética.[16] Sua irmã Vasty foi condenada a 16 anos de prisão após ser acusada de pertencer à organização terrorista Sendero Luminoso.[17][18] No livro Manuscrito, autobiografia escrita por Abimael Guzmán, líder penitenciário do grupo terrorista, há agradecimentos a Lescano por seus "dignos serviços".[19][20] Referências
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