Tonicha
BiografiaTerceira de quatro irmãos, cedo mostrou vocação para cantar. Primeiro, na escola e mais tarde na adolescência, nas festas da "Capricho", colectividade de cultura e recreio, actualmente conhecida como Sociedade Filarmónica Capricho Bejense. Aos 16 anos, foi para o Barreiro para casa do seu tio-avô, então Chefe da Estação dos Caminhos de Ferro do Barreiro. A família do lado do pai estava ligada à música mas como amadores. Tanto ele, como todos os seus filhos, tinham grande paixão pela música. Com a irreverência da sua juventude apresentou-se, ainda com 16 anos, a concurso na Emissora Nacional, em cujos "quadros" só veio a entrar aos 18 anos. Entretanto, foi recebendo lições dos Maestros Tavares Belo, Fernando de Carvalho, António Melo e outros. Recebeu naqueles dois anos lições de canto por parte da então famosa vedeta internacional, Corina Freire. Estreia em discoAs primeiras gravações de Tonicha são anteriores a 1965. O primeiro disco que a cantora grava, um EP chamado "CANÇÕES DE NATAL" que reúne vários nomes da canção dos quais o mais conhecido é o da Gina Maria, é supostamente gravado em 1963, numa edição da etiqueta Estúdio. A sua atividade como profissional foi iniciada em 1965, recebendo a Carteira Profissional com o n.º 1626. A primeira gravação a solo de Tonicha, que é editada com o nome de Antónia Tonicha, data de 1965, num EP da editora RCA chamado "LUAR PARA ESTA NOITE". Em 1966 obtém o primeiro prémio no Festival da Canção da Figueira da Foz com "Boca de Amora", letra e música de José Gouveia. Participa também no filme "Sarilho de Fraldas", de Constantino Esteves, com Nicolau Breyner, António Calvário e Madalena Iglésias. Com "A Tua Canção Avózinha" vence o 7.º Festival da Canção da Figueira da Foz. No ano de 1967 recebeu o Microfone de Ouro do Rádio Clube Português e foi eleita "Mulher Portuguesa do Ano", pelo Clube das Donas de Casa.[2] Vence o Prémio de Imprensa do ano de 1967.[3] Fica em 2.º no Festival RTP da Canção de 1968 com "Fui Ter Com a Madrugada" enquanto o tema "Calendário" ficou em 7.º lugar.[4] Colaboração com José CidGrava um EP com temas de José Cid como "La Mansarde" e "Emporte-Moi Loin d'Ici". É editado um novo EP, ainda com a colaboração de Cid, com os temas "Caminheiro, Donde Vens?", "Terra Sonhada", "Amanhã" e "Canção Para um Regresso".[5] A ideia de Tonicha gravar folclore português partiu do seu marido, o etnólogo João Viegas. Ao "Vira dos Malmequeres"[6], canção recolhida na zona de Santarém, seguiu-se "Resineiro"[7] um tema gravado por indicação de José Afonso que o tinha gravado anteriormente. Estes dois discos, editados pela RCA Victor/Telectra, venderam mais de 80 000 cópias. O EP "D. Pedro" volta a contar com a colaboração de José Cid na direcção musical e na autoria de três dos temas.[8] Colaboração com José Carlos Ary dos SantosConhece Ary dos Santos através do compositor Nuno Nazareth Fernandes. Os dois serão os autores de "Menina do Alto da Serra" que venceu o Festival RTP da Canção no ano de 1971. O tema fica em 9.º lugar no Festival da Eurovisão, em Dublin, o melhor resultado obtido até essa altura pelo nosso País.[9] A cantora participa com sucesso em vários festivais internacionais. "Poema Pena" fica em 4.º nas Olimpíadas da Canção de Atenas, na Grécia, onde Tonicha obteve o 2.º prémio de interpretação e Augusto Algueró conseguiu o 1.º prémio ex-aequo de orquestração. Fica também em 3.º no Festival de Brasov (Roménia). Com "Manhã Clara" ganhou o Prémio da Crítica no VI Festival do Rio de Janeiro e com "Rosa de Barro" venceu o 1.º Prémio de Interpretação no Festival de Split (ex-Jugoslávia). Editora MovieplayAssina com a editora Movieplay. Grava versões portuguesas de canções de Patxi Andión. Por iniciativa de José Niza participa, em 1972, no disco "Fala do Homem Nascido", uma opereta gravada para disco, com poemas de António Gedeão. Os cantores são Duarte Mendes, Carlos Mendes, Samuel e Tonicha. O último disco previsto para a Movieplay é um disco de folclore. A partir de Novembro de 1972 passa a defender as cores da editora de Arnaldo Trindade. Ainda em 1972 consegue o 5.º lugar no I Festival da OTI com "Glória, Glória Aleluia" de José Cid. Com João Perry grava "Parole, Parole", versão portuguesa de Ary dos Santos. Participa na 14ª edição da Taça da Europa de Cantares de Knokke conjuntamente com Paulo de Carvalho, Teresa Silva Carvalho e Thilo Krassman como director musical. Com o tema "A Rapariga e o Poeta" fica em penúltimo lugar no Festival RTP da Canção de 1973. É editado o single "Portugal Ressuscitado/Canção Combate" dos InClave com Tonicha e Fernando Tordo. Em 1974 são lançados vários discos através da editora Zip-Zip taís como "Canções de Abril" (conjunto e coros) e "Cantaremos/Lutaremos" (conjunto e coros-2). Participa na revista de Sérgio de Azevedo "Uma no Cravo, outra na Ditadura", com textos do José Carlos Ary dos Santos e música do Fernando Tordo. Tonicha, Ary dos Santos e João Viegas fundam a editora Discófilo que não duraria muito tempo mas onde lança alguns discos. O álbum "Cantigas Populares" (Arnaldo Trindade e Ca/Orfeu), com arranjos e direcção musical de Jorge Palma, é editado em 1976. Mudança para a editora PolygramNa Polygram grava discos como o "O Menino", "Marcha da Mouraria" e "Tu És o Zé Que Fumas/Cana Verde". Participa no Festival RTP da Canção de 1978 com os temas "Canção da Amizade" (4.º), "Pela Vida Fora" (9.º), "Um Dia, Uma Flor" (8.º) e "Quem Te Quer Bem, Meu Bem" (12.º). Ainda em 1978 é editado o single "Zumba Na Caneca", um dos seus maiores sucessos populares. Em 1979 grava um single com os temas "O Gaiteiro Português" e "Sericotalho, Bacalhau. Azeite e Alho". Logo a seguir é editado "O Chico Pinguinhas". Grava o álbum "Ela por Ela", em 1980, com canções de Carlos Mendes e Joaquim Pessoa e direcção musical de Pedro Osório. O disco "Foliada Portuguesa" é lançado em 1983. Inclui temas como "Todos Me Querem" e "O Mar Enrola Na Areia" (da autoria de Laurentino Alves Monteiro). Em 1985 participa no disco "Abraço a Moçambique" e grava o single "Esta Festa Portuguesa". O single "Fátima, Altar do Mundo" é lançado em 1987. Está afastada alguns anos dos palcos e da ribalta. Regressa em 1993 com o CD "Regresso". Em 1995 grava temas do cancioneiro no CD "Canções d' Aquém e d'Além-Tejo". O álbum "Mulher", editado em 1997, inclui canções de amor da autoria de grandes compositores e grandes poetas. Na Páscoa de 2003 participa num programa do Herman José onde interpreta "Ave Maria" de Schubert. Em 2005, a Movieplay Portuguesa lançou a compilação "Antologia 1971-1977". Em 2007, a Universal Music lançou a compilação "Antologia 77-97". Em 2008, a Universal Música lançou a compilação "Canções para os meus netos... de qualquer idade". Em 2008, a Farol Música lançou a compilação "Cantos da Vida", com três inéditos de Jorge Palma, Paulo de Carvalho/José Fanha e Gonçalves Crespo/José Marinho. Em 2010 aceitou um novo desafio, estreando-se como actriz num musical etnográfico de Tiago Torres da Silva. Para além de cantar um tema inédito ("Quantas voltas dá a nora") e um dos temas que popularizou na década de 70 ("Vareira do mar"), contracena com Carlos Mendes, Lurdes Norberto, Cecília Guimarães, Filipa Pais e Joana Negrão. É lançado um livro com a biografia da cantora. Discografia (incompleta)
Álbuns
Compilações
Singles e EPsRCA/TELECTRA [1964/1970]
ZIP-ZIP [1971/1972]
MOVIEPLAY [1972]
ORFEU [1972/1973]
ZIP-ZIP [1974]
DISCOFILO [1975]
ORFEU [1975/1976]
POLYGRAM [1976-]
Ver tambémBibliografia"Biografia". Tonicha antologia 71-77. CD. Portugal: Moviplay, 2004. Referências
Ligações externas |