Tito Clódio Éprio Marcelo
Tito Clódio Éprio Marcelo (em latim: Titus Clodius Eprius Marcellus; m. 79) foi um senador romano da gente Clódia nomeado cônsul sufecto para o nundínio de novembro e dezembro de 62 com Quinto Júnio Marulo e novamente para os meses de maio e junho de 74 com Quinto Petílio Cerial Césio Rufo. É conhecido por ter sido adversário do senador estoicismo Trásea Peto e por seu embate contra Helvídio Prisco. Éprio também ficou famoso por sua capacidade de cair nas graças dos imperadores da época, especialmente Nero e Vespasiano, e por sua hostilidade a qualquer oposição senatorial ao poder imperial. Contudo, no último ano do reinado de Vespasiano, em circunstâncias obscuras, foi acusado de traição e se matou. Nome e origemÉprio Marcelo era um homem novo, "que conta-se ter nascido em Cápua" de um família sem nenhuma distinção social.[1] Sua filiação e tribo são conhecidas por causa de uma inscrição encontrada em Cápua e preservada no museu arqueológico de Nápoles.[2] Com base no fato de o prenome de seu pai ter sido "Marco", o historiador Ronald Syme sugere que ele teria nascido nascido um "Éprio, filho de Marco" ("Eprius M.f") que foi adotado por um Tito Clódio; os dois prenomes para o raro nome "Éprio" são Marco e Lúcio, nunca Tito. Apesar de serem conhecidos vários "Marcos Clódios", o historiador Olli Salomies considera a teoria de Syme "muito provável".[3] CarreiraÉ possível que Éprio Marcelo tenha se beneficiado de um patrocínio do poderoso ministro do imperador Cláudio, Lúcio Vitélio, que o tornou pretor por um dia, o último do ano de 48.[4] Segundo uma inscrição encontrada em Pafos,[5] Éprio Marcelo comandou uma legião antes disto, foi legado imperial propretor na Lícia e Panfília entre 53 e 56 e em Chipre. Ele era conhecido como um orador habilidoso, determinado e furioso que "ardia com os olhos, o semblante e a voz".[6] Depois disto foi cônsul pela primeira vez no último trimestre de 62 com Quinto Júnio Marulo.[7] No julgamento de Públio Clódio Trásea Peto numa acusação inventada de maiestas ("traição"), Éprio Marcelo foi o principal acusador e defendeu que ele era um traidor da tradição e da religião romanas.[6] A origem da disputa era o genro de Trásea Peto, Helvídio Prisco, que, em 68, acusou Éprio, mas abandonou o processo quando percebeu que a condenação dele envolveria diversos outros senadores. Em dezembro de 69, logo depois da vitória de Vespasiano na guerra civil, Helvídio, como pretor-eleito, atacou a conduta de Éprio no Senado durante o conflito, que se defendeu vigorosamente afirmando ser um dos súditos que "haviam tentado servir o Estado sob a liderança de maus imperadores". Segundo ele, era "muito bom emular Bruto e Catão em força moral, mas ele era apenas um senador e todos haviam sido escravos juntos".[8] Logo depois, Éprio acabou se tornando um dos amigos e conselheiros mais próximos de Vespasiano. Ele se gabava de ser membro de dois dos mais prestigiosos colégio sacerdotais da Roma imperial, o dos sodais augustais e o dos áugures.[2] Entre 70 e 73, foi procônsul da Ásia por um mandato anormalmente longo de três anos[9] e retornou a Roma para seu segundo consulado sufecto entre maio e junho de 74 com Quinto Petílio Cerial Césio Rufo.[10] Nesta época, Helvídio Prisco foi banido e depois assassinado, supostamente por ordem de Vespasiano, um processo no qual alguns desconfiaram das maquinações de Éprio. Em 79, ele próprio se viu envolvido num complô com o ex-general viteliano Aulo Cecina Alieno contra a dinastia flaviana. Chamado a depor no Senado e condenado, Éprio cortou sua própria garganta com uma navalha.[11] Ver também
Referências
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