Tim Maia é o segundo álbum de estúdio do cantor e compositor brasileiro Tim Maia, lançado pela gravadora CBD-Philips, através do selo Polydor em 1971. O disco foi gravado no mesmo ano nos Estúdios Somil, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Foi, novamente, um disco muito bem sucedido, apresentando excelente vendagem e trazendo dois dos maiores sucessos do cantor carioca, "Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)" e "Você".
Antecedentes
Após o lançamento de seu primeiro álbum, Tim Maia ganhou prêmios de artista revelação de 1970 e vendeu mais de 200 mil cópias daquele álbum. Com isso, passou a desfrutar de um prestígio sem igual dentro de sua gravadora, possibilitando a plena liberdade criativa para gravar o sucessor daquele disco. Ao mesmo tempo, realizava apresentações sempre lotadas e desfrutava de quase unanimidade entre a crítica especializada.[1]
Gravação e produção
Para a gravação do seu segundo disco, Tim aproveitou a liberdade artística que tinha e resolveu escolher o estúdio Somil, em Botafogo, ao invés dos estúdios CBD, da sua gravadora. A banda que o acompanhou foi praticamente a mesma, com a troca dos guitarristas, apenas: saiu Cassiano e entraram Hyldon e Paulinho Guitarra, então com apenas 17 e 16 anos, respectivamente. Também, é de se registrar a participação do conjunto As Gatas fazendo o coro na faixa de maior sucesso do disco.[2]
Resenha musical
O Lado A abre com "A Festa do Santo Reis", de Márcio Leonardo, uma fusão entre o baião e o soul, na mesma levada de "Coroné Antônio Bento", do disco anterior. Na sequência, vem o maior sucesso do disco, "Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)", um samba-soul que puxou as vendas do álbum. Então, segue "Salve Nossa Senhora", música de Carlos Imperial e Eduardo Araújo, outra mistura de soul e baião que Tim gravou para ajudar o seu amigo Araújo. Neste disco, o cantor carioca aproveitou para regravar canções que tinha feito quando ainda não era conhecido, como "Não Vou Ficar", gravada por Roberto Carlos em seu álbum de 1969 e "Você" - esta, o outro grande sucesso do disco, gravada por Eduardo Araújo em A Onda É Boogaloo, também de 1969. Além dessas, regravou "Meu País", lançada em compacto pelo próprio Maia em 1968. Ainda, Tim gravou o clássico da bossa nova, "Preciso Aprender a Ser Só", dos irmãos Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, mostrando suas raízes no estilo. Também, há "I Don't Know What to Do with Myself", parceria de Maia com Hyldon, um samba-soul em inglês.[2]
Lançamento e recepção
O álbum foi lançado em 1971 pela gravadora CBD-Philips, através do selo Polydor e, com divulgação adequada, além de shows e da fama construída por Tim no ano anterior, o disco vendeu extremamente bem.[2]
A crítica especializada elogiou bastante o trabalho. Zé Rodrix, escrevendo para o jornal Rolling Stone em fevereiro de 1972, elogiou muito o disco, especialmente a independência de Tim Maia, sua fusão de ritmos brasileiros com ritmos americanos e até o fato de os créditos serem bem completos, citando até os membros da orquestra.[3]
Legado
O LP foi eleito em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone como o 75º melhor disco brasileiro de todos os tempos.[4]
Faixas
Todas as faixas escritas e compostas por Tim Maia, exceto onde estiver indicado.
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1. |
"Você" | |
4:04 |
2. |
"Preciso Aprender a Ser Só" | Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle |
2:44 |
3. |
"I Don't Know What to Do with Myself" | Tim Maia / Hyldon |
3:41 |
4. |
"É por Você Que Vivo" | Tim Maia / Rosa Maria |
2:32 |
5. |
"Meu País" | |
1:34 |
6. |
"I Don't Care" | |
2:37 |
Duração total: |
30:30 |
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Créditos
Créditos dados por Nelson Motta.[2]
Músicos
Banda
Metais
Orquestra
- Violino: Homero Gelmini (Spala), Marcelo Pompeu Filho, Quinídio Faustino Teixeira, Gentil Dias, Natércia Teixeira da Silva, Adolpho Pissarenko, Pesach Nisembau, Otávio Canabrava Waladares e Octávio Miranda Ilha
- Viola: Murillo da Silva Lourdes e Nelson de Macêdo
- Violoncelo: Ana Bezerra de Mello Devos e Alceu de Almeida Reis
Ficha técnica
Referências
- ↑ Motta, 2007, pp. 94-97.
- ↑ a b c d Motta, 2007, pp. 99 e 100.
- ↑ a b Rodrix, 1972.
- ↑ Os 100 maiores discos da Música Brasileira. Revista Rolling Stone Brasil, outubro de 2007, edição nº 13, p. 115.
Bibliografia
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