The Love Potion
The Love Potion (A Poção do Amor) é uma pintura em óleo sobre tela da artista britânica Evelyn De Morgan de 1903, que retrata uma feiticeira a preparar uma poção do amor, tendo aos seus pés um gato preto familiar. HistóricoAntes de concretizar a obra, De Morgan realizou um estudo de cabeça feminina (face direita), um pastel sobre cartão marrom, servindo-se como modelo de Jane Morris, mulher do também pintor e escritor William Morris,[1] que também foi a modelo do quadro.[2] DescriçãoEsta é uma das muitas obras pintadas por De Morgan usando a temática medieva e com motivos estilísticos comuns aos pré-rafaelitas; a mulher retratada é muitas vezes relacionada às bruxas más dos contos de fadas.[2] A Srª Stirling (irmã da artista) descreveu a pintura em seu "Catalogue of the De Morgan Collection of Pictures and Pottery" da seguinte forma:
Apesar desta análise a obra deve ser classificada entre a série de pinturas alegóricas que retratam o progresso da alma para a iluminação: mesmo trazendo aos seus pés um gato preto (símbolo da bruxaria), a mulher representada ali é mostrada como uma erudita, uma estudiosa.[2] Reforçando essa ideia tem-se que está cercada por mobiliário e equipamentos luxuosos e os livros ali colocados atestam que se tratam de autores científicos e filosóficos renomados que eram bem conhecidos dentre os adeptos do movimento espiritualista para seus esclarecimentos e buscas espirituais.[2] Além de Paracelso, médico e alquimista da Renascença, há também obras de Jâmblico e de Agrippa Von Nettesheim, médico e filósofo do século XVI autor de tratado de alquimia e magia - mas que com isto pretendia purgar a magia dos rituais e superstições da bruxas da Idade Média, seguindo um dos princípios posteriormente caros à teosofia de que a religião é um meio de ajudar as pessoas a alcançar uma perfeição espiritual.[2] O simbolismo alquímico de Paracelso é seguido nesta obra, por De Morgan: o colorido usado traz as quatro cores que marcam a iluminação do espírito: o preto (no gato, que traz em si a ironia da ligação com a bruxaria), que retrata o estado primordial de culpa, pecado e morte; o branco, marcando os primeiros passos de purificação; vermelho (nos leões da tapeçaria) e finalmente amarelo - que representa o ouro da salvação (nas vestes douradas da feiticeira).[2] Esses passos representam a purificação e sofrimento da alma rumo ao seu fim, na união dos opostos, representada pelo casal visto pela janela; tudo isto faz reparar o estilo dos pré-rafaelitas mas deixa entrever toda a simbologia espiritual de De Morgan.[2] Referências
|