Teixeirinha Nota: Este artigo é sobre o músico. Para o futebolista, veja Teixeirinha (futebolista).
Vítor Mateus Teixeira, mais conhecido como Teixeirinha (Rolante, Santo Antônio da Patrulha, 3 de março de 1927 — Porto Alegre, 4 de dezembro de 1985), foi um cantor, compositor, radialista e cineasta brasileiro, um dos maiores expoentes da música gaúcha. Recordista em vendas no Brasil, recebeu o apelido de Rei do Disco. BiografiaInfânciaVítor Mateus Teixeira nasceu no então distrito de Rolante, na época pertencente ao município de Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul. Era filho de Saturnino Teixeira, um trabalhador rural e de Ledurina Mateus Teixeira. Teve um irmão e duas irmãs. Aos 7 anos de idade, seu pai morreu, vítima de um infarto. Os três irmãos de Teixeirinha foram entregues para adoção depois da morte do pai. Aos 9 anos de idade, enquanto Vítor estava na escola, Ledurina, que sofria de epilepsia, queimava lixo em uma fogueira quando desmaiou repentinamente depois de sofrer uma convulsão e caiu sobre a fogueira, morrendo três dias depois devido à gravidade das queimaduras.[1] A tragédia ocorrida com sua mãe inspirou a música Coração de Luto, escrita por ele, que foi regravada mais tarde por diversos intérpretes, entre eles, a dupla Milionário e José Rico, com uma roupagem mais próxima da música sertaneja.[2][3] Após a morte de sua mãe, Vítor, agora órfão, foi morar com parentes, mas eles não tinham condições de sustentá-lo. Devido a isso, ele saiu de sua cidade natal e passou pelas cidades de Taquara, Santa Cruz do Sul, Soledade, Passo Fundo e Porto Alegre. Aprendeu a ler nos poucos meses em que frequentou a escola e fez muitos pequenos trabalhos eventuais e subempregos para se sustentar, como trabalhar em fazendas e entregar jornais. Aos 18 anos, alistou-se no Exército Brasileiro, mas não chegou a servir. Nessa ocasião, foi trabalhar no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem, como operador de máquinas, onde ficou por seis anos.[4] A partir daí, Teixeirinha saiu para tentar iniciar sua carreira artística, viajando pelas cidades de Lajeado, Estrela, Rio Pardo e Santa Cruz do Sul e cantando nas estações de rádio locais. Em Santa Cruz do Sul, Teixeirinha conheceu sua primeira esposa, Zoraida Lima Teixeira, com quem se casou em 1957.[5] O casal mudou para Soledade e depois para Passo Fundo, onde Teixeirinha cantou na Rádio Municipal. Nas horas vagas, era solicitado para animar festas, Teixeirinha cantava muitas vezes enquanto os artistas que iriam se apresentar não chegavam.[6] Carreira artísticaDepois de três anos cantando nas estações de rádio, em 1959, Teixeirinha recebeu o seu primeiro convite para gravar um disco, em São Paulo, onde produziu O Gaúcho Coração do Rio Grande, seu primeiro álbum, lançado um ano depois, em 1960. Na mesma cidade Teixeirinha também gravou as canções Xote Soledade e Briga no Batizado. Em julho do mesmo ano, lançou Coração de Luto, que fez parte do lado B do disco de 78 rotações que também acompanhava a música Gaúcho de Passo Fundo, no lado A. Teve como primeiro acordeonista Ademar Silva [7] que na época tinha apenas 15 anos; em 1961 Teixeirinha conheceu a acordeonista Mary Terezinha enquanto tocavam na Rádio Bagé. Mary acompanhou Teixeirinha por 22 anos. Na década de 1970, a carreira musical de Teixeirinha alcançou projeção nacional e internacional, cantando em várias cidades brasileiras e tendo feito turnês em Portugal, Espanha e em países da América do Sul, além de 15 shows nos Estados Unidos em 1973 e 18 shows no Canadá em 1975.[1] Apesar do sucesso nacional e internacional, Teixeirinha foi alvo de duras críticas. Suas músicas, à época, eram consideradas de mau gosto pela crítica. Teixeirinha chegou a ser acusado de usar a morte da mãe para obter fama.[1] Em 1970, quanto Teixeirinha participou ao vivo no programa de televisão A Grande Chance, pela extinta Rede Tupi, o apresentador Flávio Cavalcanti destruiu os LPs do cantor ao vivo. Como cineasta, em 1966, escreveu o roteiro do filme Coração de Luto, baseado na música de mesmo nome, lançado em 1967 pela Leopoldis-Som, dirigido por Eduardo Llorente. Em 1969, ele estrelou o filme Motorista sem Limites e no mesmo ano, fundou a produtora Teixeirinha Produções Artísticas, em 1970, com a qual produziu dez filmes.[5] Como radialista, apresentou o programa Teixeirinha Amanhece Cantando, que foi transmitido pelas rádios Farroupilha e Gaúcha durante a década de 1970. Teixeirinha foi recordista de vendas de discos no Brasil, sendo até 1983, lançou mais de 50 álbuns e compôs por volta de 1.200 canções.[8] Registros oficiais afirmam que Teixeirinha vendeu mais de 18 milhões de discos. No entanto, esse número é contestado, já que trata-se de um artista local, sem certificados pela Pro-Música Brasil e que teve o auge da carreira em uma época em que a venda de mais de 30 mil cópias era considerado um grande sucesso, devido à pouca quantidade de vitrolas existentes no Brasil e a baixa produtividade de LPs.[1] Até sua morte, Teixeirinha recebeu 13 discos de ouro.[4][9] Anos finais e morteEm 1978, Mary Terezinha começou a se afastar de Teixeirinha. Em 1983, Mary se separara definitivamente de Teixeirinha, deixando um bilhete, que dizia "Não me farei mais presente ao seu lado". Ao ler o bilhete, o cantor sofreu um pré-infarto, mas se recuperou. Pouco tempo depois, Teixeirinha foi diagnosticado com um linfoma. A doença, junto com a separação de Mary, cuja relação com ele havia saído dos palcos e gerado dois filhos, trouxeram tristeza para o cantor. Apesar disso, Teixeirinha ainda lançou ainda três álbuns. Seu último LP, foi lançado um dia depois de sua morte.[5] Teixeirinha chegou a fazer sessões de radioterapia em São Paulo, mas o tumor nas glândulas linfáticas se agravou. Faleceu em sua casa, em 4 de dezembro de 1985. Deixou sete filhas e dois filhos: Sirley Marisa, Liria Luiza, Victor Mateus Teixeira Filho, Nancy Margareth, Gessi Elizabeth; Fátima Lisete e Márcia Bernadeth, com Zoraida Lima Teixeira, e Alexandre e Liane Ledurina com Mary Terezinha. Seu corpo foi sepultado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre. Todos os detalhes de seu funeral foram especificados na canção A Morte Não Marca Hora, lançada em 1984. Em seu túmulo, Teixeirinha foi homenageado com uma estátua dele com seu violão, conforme seu desejo expressado nessa música.[5] Em Passo Fundo, Teixeirinha também foi homenageado com uma estátua. Bibliografia
DiscografiaÁlbuns de estúdio
Coletâneas
Álbuns especiais
Canções mais conhecidas
FilmografiaEm 1964, Teixeirinha escreveu a história do filme “Coração de Luto”, que foi produzido pela Leopoldis Som, em 1967, outro recorde de bilheteria. Em 1969, encenou no filme “Motorista sem Limites” juntamente com Valter D’Avila, produzido por Itacir Rossi. Em 1970 criou sua própria produtora a Teixeirinha Produções Artísticas Ltda. Pela qual escreveu, produziu e distribuiu dez filmes.[13]
Ver tambémNotas e referênciasNotasReferências
Ligações externas |