Suburbia é uma série de televisão brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 1º de novembro até 20 de dezembro de 2012, em 8 episódios. O texto original é de autoria de Luiz Fernando Carvalho e Paulo Lins, com direção-geral de Luiz Fernando Carvalho.[3][4][5] Para o antropólogo Luiz Eduardo Soares, o trabalho foi um "leitura reconstrutiva da sociedade carioca, promovendo um resultado soberbo".[6]
Produção
A estética realista influenciou a linguagem da minissérie como um todo. Para mantê-la mais próxima da realidade, o diretor Luiz Fernando Carvalho buscou a escalação de não atores para os papéis principais. Entre os quase 40 atores lançados em Suburbia, estão artistas dos grupos Nós do Morro e Afroreggae.[7][8]
Em dezembro de 2012, a TV Globo renovou a série para uma segunda temporada para 2013, devido aos satisfatórios índices de audiência. A nova temporada teria 8 ou 10 capítulos. Porém mais tarde, o criador da série, Luiz Fernando Carvalho, anunciou o cancelamento da mesma.[11]
Conceição (Débora Fidelix Nascimento /Érica Januza), menina pobre que deixa o interior de Minas Gerais em busca de uma vida nova, longe dos fornos de carvão. Ela foge num trem de carga para o Rio de Janeiro, onde, tempos depois, é acolhida por uma amorosa família do subúrbio carioca. Ali ela se apaixona por Cleiton (Fabrício Boliveira), o jovem trabalhador e revoltado que cresceu sem pai e vive na fronteira entre o bem e o mal. Ceição vira estrela dos bailes funk, mas não perde a pureza, reafirmando sua integridade diante dos obstáculos que a vida lhe apresenta. No cruzamento de histórias de vida presente na trama, os personagens se veem às voltas com uma questão preciosa a todos nós: como manter a noção de justiça e os princípios éticos e morais em uma era marcada por violência, desigualdades e decadência de valores?
A série foi adaptada para o formato de história em quadrinhos, pelo quadrinista Pedro Franz, publicada no formato 25,5 x 35 cm e com 64 páginas[14], a revista foi publicada pela LFC Produções, Globo Marcas e pelo estúdio Retina 78.[15]
Recepção
Para o crítico Rodrigo Fonseca. do jornal O Globo, "Luiz Fernando Carvalho desbrava a periferia no seriado ‘Subúrbia’ (...) De flerte com o realismo num registro quase documental, incomum à sua estética de tintas barrocas e verve operística, o diretor de “Hoje é dia de Maria” (2005) e “Afinal, o que querem as mulheres?” (2010) busca uma visão menos folclorizada de Madureira, Quintino e outros pontos do subúrbio".[16]
Na avaliação de Joyce Pascowitch, da revista Glamurama, "a minissérie Suburbia é uma das melhores atrações da TV no ano".[17]
Sobre a obra, Fernanda Furquim, da Revista Veja, opina que é "mais uma bela produção do diretor, que se destaca na Globo como um dos poucos a conseguir fazer um trabalho mais autoral."[18]
↑Larissa Moggi (19 de outubro de 2012). «Sem atores profissionais, 'Suburbia' foge da linha tradicional». Portal Terra. Consultado em 1 de junho de 2017. O diretor (...) apresenta agora uma "desconstrução" da sua linha de trabalho, com o seriado Subúrbia. Diferentemente das dramaturgias tradicionais da emissora, o seriado, que estreia em 1º de novembro, traz um elenco formado por atores não-profissionais e até por não-atores, em sua maioria
↑Sylvia Colombo (30 de julho de 2012). «Negro é lindo». Folha de S.Paulo. Consultado em 1 de junho de 2017. O diretor considera que a série busca, através do real, uma reflexão social: 'É um realismo a ser superado, no sentido de que o real é o que todas as pessoas devem enfrentar como um obstáculo moral. O real é opressor para muitos. O peso do real deve ser sentido a fim de que a luta contra ele também seja possível'
↑Patricia Kogut (3 de dezembro de 2012). «Naturalidade e ausência de pose: o mundo de 'Suburbia'». O Globo. Consultado em 24 de abril de 2017. São cerca de 40 atores que a TV nunca viu. Além disso, a condução certeira de Luiz Fernando Carvalho serviu para que a inexperiência se transformasse num valor. (...) Este frescor contagia tudo. Não se veem situações repetidas, tipos estereotipados, aquilo que se pode chamar de decalques de algo que um dia teve cor forte e foi original. Suburbia não é só um bom programa. Provoca também uma discussão muito oportuna sobre a própria televisão.
↑Zean Bravo (3 de dezembro de 2012). «Ex-gari e ex-secretária ganham papéis principais em 'Suburbia'». O Globo. Consultado em 24 de abril de 2017. Este elenco vai ter uma grande importância e se destacará justamente pelos nomes desconhecidos. Além disso, os atores são, em sua maioria, negros. Acho que nunca se viu isso na Globo
↑Rodrigo Fonseca (8 de setembro de 2012). «Nasce uma estrela nos céus de 'Subúrbia': a mineira Erika Januza é a revelação da série». O Globo. Consultado em 1 de junho de 2017. Entre as características que estabeleceram Luiz Fernando Carvalho no panteão dos melhores diretores de TV do Brasil está sua habilidade para revelar atrizes. Tem sido assim desde seus primeiros trabalhos solos como diretor na Globo (...) A eleita de “Subúrbia” é Erika Januza, mineira de Contagem, nascida há 27 anos, cujo ganha-pão, até abril, quando foi selecionada para a série, era um cargo administrativo numa escola em Belo Horizonte