Sternoclyta cyanopectus
O beija-flor-de-peito-anil,[3][4] conhecido também como colibri-de-barra-violeta[5] (nome científico: Sternoclyta cyanopectus) é uma espécie de ave apodiforme pertencente à família dos troquilídeos, que inclui os beija-flores. É o único representante do gênero Sternoclyta, que é monotípico. Por sua vez, também é, consequentemente, a espécie-tipo deste gênero. Pode ser encontrada em altitudes entre 700 e 2000 metros, distribuindo-se desde o centro-oeste da Venezuela até a Colômbia.[6] EtimologiaO nome científico deste gênero deriva da aglutinação de dois termos derivados do grego antigo, sendo elas as palavras, respectivamente: o substantivo στέρνον, stérnon, utilizado para descrever a região do peito, ou tórax das aves, dentro desse contexto; adicionado de outro termo: κλυτός, klytós, um adjetivo que descreve algo "magnífico, esplêndido".[7][8] O epíteto específico desta ave se refere à coloração azul-turquesa, que foi descrita como "ciano", da região peitoral do animal. O que indica que seu nome binomial se baseia em suas características fisiológicas. A maioria dos beija-flores e um número significativo de outras espécies de aves também receberam seus nomes por meio de traços e características marcantes. Seus nomes comuns na língua portuguesa, em seus dialetos brasileiro e europeu, também se baseiam em características físicas: "beija-flor-de-peito-anil" atribui a tonalidade do peito do beija-flor como mais azul, ao que "colibri-de-barra-violeta" afirma a coloração mais púrpura para o mesmo local, porém com outro nome.[3] DescriçãoOs espécimes do beija-flor-de-peito-anil possuem em torno de 11,4 até os 13 centímetros de comprimento, tornando-os em troquilíneos relativamente grandes; e pesam entre 7 até 9,4 gramas no caso dos machos, e no caso das fêmeas, entre 4 até 10,3 gramas. Ambos os sexos têm bico preto ligeiramente curvilíneo, onde o dos machos é mais longo, e uma pequena mancha branca atrás do olho. O macho adultos possui partes superiores verdes-brilhantes. O gorjal apresenta a cor verde-esmeralda brilhante com uma mancha de azul-violeta brilhante abaixo no peito. O restante da parte inferior é amarelo acinzentado com manchas verde-douradas nos flancos. Sua cauda, por sua vez, e mais bronzeada, com pequenas pontas brancas nas penas externas. As fêmeas adultas também têm plumagem verde-brilhante nas suas partes superiores. Enquanto as partes inferiores são principalmente acinzentadas com manchas verdes no abdômen, ao que a parte ao centro do abdômen é ruivo. Os beija-flores juvenis se assemelham à fêmea adulta.[9] SistemáticaEste gênero foi introduzido primeiramente no ano de 1858, assim como sua única espécie, pelo ornitólogo inglês John Gould, que construiu sua carreira através de ilustrações científicas de beija-flores. O ornitólogo descreveria a espécie em seu catálogo de espécies e monografias de troquilídeos, a partir de um espécime oriundo da Venezuela, em uma fazenda próxima de Camburi Grande, La Guaira.[10][11] Único representante de seu gênero, este se classifica um monotipo, com sua única espécie sendo espécie-tipo. Uma proposta para reclassificar esta espécie dentro de Eugenes foi apresentada, porém não foi reconhecida por nenhum identificador taxonômico internacional.[12][13][14][15] Em 2007, um estudo reclassificaria esta espécie na tribo Lampornithini, em uma classificação atualizada da subfamília Trochilinae.[16][17] Não foi reconhecida qualquer subespécie para o beija-flor-cauda-de-tesoura. Distribuição e habitatGrande parte do alcance do beija-flor-de-peito-anil se encontra ao norte e ao oeste da Venezuela. Pode ser encontrado na cordilheira Costeira ao leste do estado de Miranda e, a partir daí, a sudoeste nos Andes dos estados de Lara, Mérida e Táchira e, ligeiramente no departamento de Norte de Santander na Colômbia. A espécie habita principalmente as florestas e bosques subtropicais úmidos e parcialmente pelas aberturas criadas por deslizamentos de terra e pela queda de árvores por influência humana ou não. O beija-flor-de-peito-anil também ocorre em florestas secundárias maduras e plantações de café.[9] Em altitude, varia do nível do mar aos 2000 metros acima deste, embora a sua ocorrência se torne muito mais frequente a partir de 700 metros. ComportamentoO beija-flor-de-peito-anil é uma espécie de beija-flor sedentária, não realizando nenhum tipo de migração sazonal de elevação.[9] AlimentaçãoO beija-flor-de-peito-anil, comumente, procura pelo néctar nas profundezas da floresta, geralmente em sub-bosque denso e frequentemente pelas ravinas úmidas e matagais de Heliconia. Defende canteiros de flores e nunca se reúne com outros beija-flores em grandes eventos de floração.[9] ReproduçãoA época de reprodução do beija-flor-de-peito-anil vai de março a julho no estado de Lara e, também, entre novembro e dezembro em outras partes de sua área de distribuição. O beija-flor constrói um ninho que se assemelha à uma xícara, geralmente numa forquilha de galho, mas, às vezes, em videiras ou samambaias, e normalmente cerca de dois metros acima do solo. Este ninho é feito de fibras vegetais macias com uma camada externa de musgo, escamas de samambaias e líquen. A fêmea incuba a ninhada de dois ovos por uma média de cerca de 20 dias e a emplumação se inicia cerca de 26 dias após a eclosão.[9][18] VocalizaçãoO canto principal do beija-flor-de-peito-anil é descrito como uma "série de notas agudas de 'chit!... chit!... chit!...'". Outra canção é "uma série de notas 'chip' e 'weet' junto de alguns trinados curtos e estridentes". Enquanto forrageia, faz "notas de altas lascadas e staccato".[9] Estado de conservaçãoA Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, publicada pela IUCN, considerou esta espécie como um táxon "pouco preocupante". No entanto, possui um alcance restrito e seu tamanho e tendência populacional são desconhecidos. Nenhuma ameaça imediata foi identificada.[1] Ocorre em algumas áreas protegidas. É considerado "[localmente] comum [e] parece prontamente aceitar um segundo crescimento e habitats artificiais.[9] Referências
Ligações externas
|