A gente Semprônia (em latim: gens Sempronia) foi uma importante linhagem famíliar da Roma Antiga, isto é, uma gente de reputada antiguidade que incluía ramos plebeus e patrícios.
O primeiro dos Semprônio a chegar ao consulado foi Aulo Semprônio Atratino, em 497 a.C., o décimo-segundo ano da República. Os Semprônios patrícios frequentemente ocupavam os cargos públicos mais altos nesta época, mas acabaram sendo eclipsados pelas famílias plebeias da gente no final do século IV a.C. A glória dos Semprônios está confinada ao período republicano, sendo que poucos são mencionados nas fontes durante o período imperial.[1]
Os prenomes (em latim: praenomina) preferidos pelos Semprônios patrícios eram Aulo, Lúcio e Caio. As famílias plebeias utilizavam Caio, Públio, Tibério e Marco. Os Semprônios Tuditanos utilizavam Marco, Caio e Públio enquanto seus contemporâneos, os Semprônios Gracos, usavam Tibério, Caio e Públio., Algumas famílias, incluindo os Semprônios Rútilos e os Muscas utilizavam ainda o prenome Tito ao invés de Tibério[1].
Ramos e cognomes
Os Semprônios estavam divididos em muitas famílias, das quais a dos Atratinos era, sem dúvida, patrícia, enquanto todas as demais parecem ter sido plebeias. Seus nomes eram Asélio, Bleso, Denso, Graco, Longo, Musca, Pítio, Rufo, Rútilo, Sofo e Tuditano. Desta, apenas os Atratinos, os Gracos e os Pítios aparecem em moedas da época[1].
O cognome "Atratino" (em latim: Atratinus) é derivado de "atratus", que significa "vestido de preto". Eram patrícios e foram muito proeminentes nos primeiros anos da República. Porém, após 380 a.C., nenhum membro da família foi novamente mencionado até 34 a.C.[1][2]. "Sofo" (em latim: Sophus), que significa "sábio", era o nome de uma das famílias plebeias que floresceu durante os séculos IV e III a.C.. "Bleso" (em latim: Blaesus), "que gagueja"", era uma família que ganhou proeminência durante a Primeira Guerra Púnica. Os "Tuditanos" (em latim: Tuditanus) apareceram na segunda metade do século III a.C. e o nome da família, segundo o filologistaAteio, teria sido originalmente uma referência uma referência a um Semprônio cuja cabeça teria o formato similar a um "tudes", um martelo[1][3].
Já o cognome "Longo" (em latim: Longus), bastante comum, era provavelmente uma referência a uma pessoa muito alta, embora possa significar também "tediosa". Esta família ganhou proeminência na Segunda Guerra Púnica. "Rútilo" (em latim: Rutilus), "avermelhado", pode ser uma referência à cor do cabelo de alguém ("ruivo") e era o cognome de uma família surgida no início do século II a.C.. Uma família tardia dos Semprônios tinha o cognome "Rufo" (em latim: Rufus), "vermelho", o que sugere uma ligação com os Rútilos. Os "Muscas", "moscas", provavelmente era o apelido de alguém baixo ou, possivelmente, persistente[1][2].
Finalmente, a mais ilustre família dos Semprônios tinha o cognome "Graco" (em latim: Gracchus). Esta família deu à República dois famosos generais, além dos irmãos Tibério e Caio Graco, conhecidos geralmente como irmãos Graco, ambos mártires da causa da plebe justamente quanto tentavam aprovar revolucionárias leis agrárias. A família caiu na obscuridade depois disto, mas ainda existia no período imperial[1].
Públio Semprônio Graco, irmão do cônsul em 215 e 213 a.C. e pai do cônsul em 177 a.C..
Tibério Semprônio Graco, eleito áugure em 203 a.C. ainda muito jovem, morreu na grande epidemia de 174 a.C..
Tibério Semprônio Graco, comandante dos aliados na guerra contra os gauleses sob o comando do cônsul Marco Cláudio Marcelo em 196 a.C.; morreu lutando contra os boios.
Tibério Vetúrio Graco Semproniano, aparentemente um dos Semprônios adotado pela genteVetúria e subsequentemente eleito áugure para preencher a vaga deixada por Tibério Semprônio Graco em 174 a.C.[29].
Caio Semprônio Graco, tribuno da plebe em 123 e 122 a.C., defendeu diversas reformas legais; como seus adversários levaram Roma à beira de uma guerra civil, acabou expulso da cidade. Suicidou-se em seguida.
Caio Semprônio Longo, eleito quindecimviri sacris faciundis no lugar de Tibério Semprônio Longo, cônsul em 194 a.C., que morreu na grande epidemia de 174 a.C.[33].
Públio Semprônio Longo, pretor em 184 a.C., governou a Hispânia Ulterior como província[34].
Tito Semprônio Rútilo, padrasto de Públio Ebúcio, de quem não gostava. Sua esposa, Durônia, foi indiretamente responsável pela descoberta da Bacanália em Roma em 186 a.C.[35].