Foi eleito cônsul em 191 a.C. com Públio Cornélio Cipião Násica e recebeu do Senado a missão de conduzir a Guerra romano-síria contra Antíoco III, o Grande. O começou das hostilidades com o monarca mais poderoso da Ásia gerou uma demanda elevada de cerimônias religiosas. Por isto, antes de dirigir-se ao fronte de batalha, foi obrigado, a pedido do Senado, a supervisionar as cerimônias sagradas e as procissões. Além disso, prometeu, caso a campanha fosse vitoriosa, realizar jogos extraordinários em honra a Júpiter, além de todo o tipo de oferendas pelos vários santuários em Roma.[7]
Glabrião, a quem o Senado havia entregue, além das habituais duas legiões do exército consular, as tropas já presentes na Grécia e na Macedônia, determinou o mês de maio e a cidade de Brundísio como local e data de sua partida. Dali, seguiu para Apolônia à frente de um exército com 10 000 soldados, 2 000 cavaleiros e 15 elefantes, além do mandato para, se fosse necessário, realizar um alistamento na Grécia para arregimentar uma força adicional de 5 000 homens.[8][9]
Fez de Lárissa, na Tessália, o seu quartel general e, em conjunto com seu aliado (e antigo adversário dos romanos), Filipe, rei da Macedônia, rapidamente subjugou todo o território situado entre a cordilheira de Cambúnio e o monte Eta: Limneo, Pelineo, Farsala, Feras, Escotusa e Proerna, expulsando as guarnições de Antíoco III e seus aliados, os atamânios. Filipe de Megalópolis, um pretendente à coroa da Macedônia, foi enviado como prisioneiro a Roma e Aminandro, rei dos atamânios, foi expulso de seu reino.[10]
Antíoco, preocupado com o rápido progresso de Glabrião, se entrincheirou firmemente em Termópilas, pois, apesar de ter seus aliados da Liga Etólia ocupando o passo do monte Eta, os romanos conseguiram romper suas defesas e dispersaram seu exército na famosa Batalha de Termópilas. Durante a subsequente Guerra Etólia, que se desenrolou na Grécia enquanto os romanos continuavam a guerra na Ásia contra Antíoco, Beócia e Eubeia se submeteram logo depois e finalmente conquistou Lâmia e Heracleia, aos pés do Eta. Nesta última, capturou o etólio Damócrito, que, no ano anterior, havia ameaçado levar a guerra até as margens do Tibre.
Os etólios enviaram emissários a Glabrião em Lâmia e propuseram uma rendição incondicional de sua nação à "fé de Roma". Como o termo era ambíguo, Glabrião interpretou-o da forma mais estrita[11] e, quando os emissários etólios protestaram, ele os ameaçou com a prisão nas masmorras.
Seus oficiais lembraram a Glabrião o caráter sagrado dos embaixadores e aceitou conceder uma trégua de dez dias. Neste intervalo, porém, os etólios receberam notícias de que Antíoco se preparava para retomar os combates e, por isso, concentrara suas forças em Naupacto, no golfo de Corinto, para onde Glabrião marchou com suas forças.[12][13] Quando Naupacto estava a ponto de se render a Glabrião, a intervenção do procônsulTito Quíncio Flaminino, que permitiu que os etólios enviassem uma embaixada de súplica à Roma, o impediu.
Ao retornar a Roma, seu pedido por um triunfo foi concedido por unanimidade, mas o seu esplendor foi muito diminuído por causa da ausência de seu exército, que ficou na Grécia. Além disto, Glabrião ordenou a construção do Templo da Piedade no Fórum Holitório para celebrar sua vitória em Termópilas. O templo foi inaugurado em 181 por seu filho Mânio Acílio Glabrião em 181 a.C., que depositou ali uma estátua equestre de seu pai, a primeira estátua dourada de Roma.[18][19]
Anos finais
Em 189 a.C., Glabrião se candidatou nas eleições, mas encontrou forte oposição, especialmente de Catão, o Velho, e ele foi ameaçado com acusações de que teria se apropriado de parte do butim da guerra. Glabrião retirou sua candidatura e a acusação jamais foi adiante.[20][21] É provável que ele tenha sido o autor da Lex Acilia de intercalando, que permitia, a critério do pontificado, incluir ou omitir o mês intercalar num determinado ano. Parece pouco provável que ele tenha sido historiador, como defendem algumas fontes.[22]
Glabrião introduziu em Roma a prática de recobrir de ouro as estátuas, um costume iniciado depois de sua vitória contra Antíoco.[23]
Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas