Rumex acetosa subsp. acetosa
Rumex acetosa subsp. acetosa é uma subespécie de planta com flor pertencente à família Polygonaceae.[1][2] A autoridade científica da subespécie é L., tendo sido publicada em Sp. Pl. 1: 337 (1753).[3][4] Os seus nomes comuns são azeda[5], azeda-brava[6], erva-vinagreira ou vinagreira[7][8]. CaracterísticasPlanta de talo erecto, simples e estriado, que pode chegar a atingir até um metro de altura, distinguindo-se pela coloração avermelhada da base. As raízes são perenes, um pouco lenhosas, e arraigam-se profundamente em solos húmidos.[9] As folhas são lanceoladas, carnosas e comestíveis, se bem que com um sabor acre, como o nome da planta já indica. As folhas inferiores estão seguras por um pecíolo fino que se vai estreitando e diminuindo, até desaparecer, à medida que se passa para as folhas superiores. As flores são dióicas e figuram na parte superior do talo, formando ramalhetes de flores de cor avermelhada, que ao amadurecer se tornam purpúreas. A cepa, da qual brotam copiosas raízes sinuosoas, é pouco tuberosa. A planta tem dois sexos: macho e fêmea.[9] As sementes maduras são reluzentes e castanhas.[9] DistribuiçãoA azeda encontra-se distribuída naturalmente pela Europa, mormente na orla Mediterrânica; na Ásia não tropical; no Norte de África e na Austrália.[2] No Norte do continente americano figura como uma espécie neófita.[10] PortugalTrata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, mais concretamente, em todas as zonas do país, salvo o Sudeste meridional, o Sudoeste setentrional, o Sudoeste montanhoso e todas as zonas do Algarve, desde Barrocal algarvio ao Sotavento.[2] Em termos de naturalidade é nativa da região atrás indicada. EcologiaPrivilegia os bosques húmidos[2] e as zonas sombrias perto de cursos de água. Sendo certo que é capaz de prosperar tanto em solos secos como húmidos[1], prefere os solos ácidos (pH inferior a 7), ricos em ferro e com níveis moderados de fósforo.[11] ProtecçãoNão se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia. CultivoÉ uma planta fácil de cultivar, flora de Maio a Setembro e pode colher-se entre os meses de Abril e Junho. PropriedadesA acidez da azeda deve-se ao bioxalato de potassa (5 a 9%), popularmente designado de sal-de-azedas[12], que é além de ser um dos principais responsáveis pelas suas qualidades medicinais[1]. Contém vitamina C (80 mg/100 g), quercitrina, vitexina e derivados antraquinónicos como a emodina e taninos.[13] Outro componente de interesse é o resveratrol. UsosGraças ao seu sabor peculiar, usa-se como condimento na elaboração de vários pratos, cozida ou em cru em saladas.[14] A sopa de azedas é um prato popular em vários países europeus. Apresenta efeitos diuréticos. Devido ao elevado conteúdo de Vitamina C considera-se antiescorbútica. Uso históricoCom base no expendido por Plínio, o Velho, na sua obra «Naturalis Historia», no livro XX, no capítulo LXXXV, dedicado especificamente a esta planta, ficamos a saber que os romanos antigos usavam esta planta para confeccionar teríagas contra a aguilhoada de escorpiões.[15] Na mesma época, confeccionava-se um decocto da raiz da azeda, demolhada em vinagre, que era usado como elixir para tratar da icterícia[16]. A semente, por seu turno, era usada em preparados destinados a acalmar as maleitas do estômago.[17] Quando misturada com banha era usada para fazer um unguento usado para ajudar a sarar as escaras da escrófula.[18] As folhas, quando assadas, chegaram a ser usadas emplastros para ajudar a sarar chagas.[14] Eram usadas para fazer mezinhas, macerando as folhas e misturando-as com azeite de loureiro para tratar picadas de animais. Outra mezinha que com ela se fazia, para sarar feridas e diminuir inchaços, servia-se do talo, que embrulhado em folha de couve, era cozida em cinzas e ulteriormente mesclado com azeite e aplicado como emplastro sobre a zona afectada.[14] Referências
ReferênciasBibliografia
Ligações externas
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