Relações entre Estados Unidos e MéxicoAs relações entre Estados Unidos e México referem-se às relações diplomáticas, económicas, históricas e culturais estabelecidas entre os Estados Unidos da América e os Estados Unidos Mexicanos. Os dois países compartilham uma extensa fronteira marítima e terrestre na América do Norte, a maior do continente americano e uma das maiores do mundo. Além disto, ao longo de suas relações diplomáticas, estabeleceram inúmeros acordos e tratados na esfera bilateral, como a Compra Gadsden, e na esfera multilateral, como o Acordo de Livre Comércio da América do Norte. Ambos os países compartilham também a membresia em algumas organizações internacionais, incluindo a Organização dos Estados Americanos e as Nações Unidas, das quais são membros fundadores.[1] Desde o fim do século XIX, durante o governo de Porfirio Díaz (1876–1911), os dois países têm desenvolvido relações diplomáticas e econômicas próximas. Durante a longa presidência de Díaz, conhecida como Porfiriato, o México se abriu para o mercado estrangeiro e companhias norte-americanas puderam investir nos setores de agricultura e mineração. Os Estados Unidos desempenharam um papel significante no decurso da Revolução Mexicana, com ações diretas de seu governo ora apoiando, ora repudiando as facções revolucionárias. A extensa fronteira territorial entre os dois países é um símbolo da paz e segurança na região, e da sua importância para a segurança interna norte-americana e o comércio internacional. Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do México, que por sua vez é o terceiro maior parceiro comercial dos estadunidenses. Em 2010, as exportações mexicanas totalizaram 309 milhões de dólares, o equivalente a três quartos de todas as aquisições pelos Estados Unidos naquele período.[2] Ambos os países estão interligados também demograficamente, com mais de um milhão de cidadãos estadunidenses vivendo no México, que é o país de origem da maioria dos imigrantes que adentram os Estados Unidos. A imigração irregular ou ilegal e o narcotráfico têm sido um ponto de discussão e cooperação entre os dois governos. Ainda que tenha condenado os terroristas dos Ataques de 11 de Setembro de 2001 e provido ajuda humanitária às vítimas do Furacão Katrina, o governo mexicano, buscando neutralidade em questões internacionais, optou por não intervir ou cooperar efetivamente com a controversa Guerra ao Terror e na igualmente controversa Guerra do Iraque, sendo ainda a única nação a deixar formal e voluntariamente o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca em 2002;[3] no entanto, o México apoiou os Estados Unidos na intervenção militar na Guerra Civil Líbia.[4] De acordo com uma pesquisa promovida pela Gallup em 2010, 4.4% dos mexicanos entrevistados afirmaram o desejo de mudar-se permanentemente para os Estados Unidos,[5] e de acordo com relatório da Global Leadership de 2012, 37% dos mexicanos aprovam a liderança norte-americana, com 27% opondo-se e 36% indecisos sobre o assunto.[6] Em 2013, os mexicanos foram o 9º maior grupo de estudantes internacionais nos Estados Unidos, representando 1.7% de todos os estudantes estrangeiros de nível superior no país.[7] Comparações entres os dois países
HistóriaOs Estados Unidos possuem uma única e complexa relação diplomática com os Estados Unidos Mexicanos. Com uma história comum que remonta à Revolução do Texas de 1835 e à Guerra Mexicano-Americana (1846 a 1848), inúmeros tratados foram firmados entre as duas nações, mais notavelmente a Compra Gadsden e o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, em parceria também com o Canadá. Disputas territoriais e locação de recursos hídricos têm sido administrados desde 1889 pela Comissão Internacional de Águas e Fronteiras, que também administra represas e sistemas de distribuição de água nos dois países. Uma vez visto como modelo de cooperação internacional, nas décadas recentes, a organização têm sido duramente criticada por seu envolvimento em questões sociais e políticas. A imigração ilegal e irregular e o tráfico de armas e de drogas têm sido impasses comuns para ambos os países no século XXI. OrigensAs relações entre Estados Unidos e México emergiram das relações entre os Estados Unidos e o Império Espanhol e a Nova Espanha, seu vice-reino. O que hoje corresponde ao México foi a porção central do Vice-reino da Nova Espanha quando da Independência dos Estados Unidos com relação à Grã-Bretanha, seguinte à Revolução Americana. A Espanha foi um aliado dos colonos americanos durante o conflito. O aspecto mais relevante das relações hispano-americanas que iriam influenciar proeminentemente as relações entre Estados Unidos e México foi a posse do Texas. No início do século XIX, os Estados Unidos reivindicou o Texas como parte do território da Luisiana comprado juntamente com a Compra de 1803. A Espanha, contudo, não aceitou a reivindicação, alegando que as fronteiras ocidentais da Luisiana não estariam definidas.[12] Em 1819, a disputa foi solucionada através do Tratado de Adams-Onís, no qual os Estados Unidos abriram mão do Texas em detrimento da Flórida Espanhola.[13] Em 1821, a Nova Espanha tornou-se independente da Espanha e foi estabelecido o Império Mexicano por Agustín de Iturbide, que havia lutado inicialmente nas tropas realistas contra os insurgentes mexicanos. A Independência do México foi imediatamente reconhecida pelos Estados Unidos.[14] As duas nações rapidamente estabeleceram relações diplomáticas, com a representação de Joel Poinsett.[15] Em 1828, Estados Unidos e México reafirmaram os limites fronteiriços definidos previamente pelo Tratado de Adams-Onís através do Tratado dos Limites, porém certos grupos norte-americanos estavam extremamente descontentes com o acordo por conta do Texas.[16] O Texas permaneceria ainda como tópico de discussão ente os dois países por décadas. As relações diplomáticas foram seriamente afetadas por disputas internas de ambos os países: no México, as disputas incluíam o estabelecimento de um governo centralizador, enquanto os Estados Unidos dividiam-se quanto à expansão da economia escravagista, o que acabou por se efetuar no território do Texas. Na década de 1820, americanos liderados por Stephan F. Austin passaram a colonizar parte do Texas em grandes grupamentos. Estes colonizadores, conhecidos como "Texians", entravam em atritos frequentes com o governo mexicano, uma vez que buscavam autonomia política e defendiam a implementação da escravidão negra no país, o que já havia sido abolido pelo presidente Vicente Guerrero em 1829. Os desacordos entre as duas partos resultou na Revolução do Texas, uma das diversas insurgências que floresceram com a aprovação de sete emendas à Constituição de 1835. Até pouco antes do conflito, a opinião pública norte-americana era indiferente com relação ao Texas, no entanto, a visão foi sendo modificada a favor do então novo território.[17] Após a guerra, foi declarada a República do Texas, que naturalmente não foi reconhecida pelo México, levando a uma série de disputas territoriais. Em 1845, o Texas foi anexado pelos Estados Unidos, aumentando as tensões diplomáticas que levariam à Guerra Mexicano-Americana. Guerra Mexicano-Americana (1846–1848)Ver artigo principal: Guerra Mexicano-Americana
A Guerra Mexicano-Americana ocorreu de 1846 a 1848. O México recusou-se a reconhecer a independência da província do Texas e declarou tensões provenientes de sua anexação por parte dos Estados Unidos. Os Estados Unidos haviam anexado o território do Texas em 1845. O conflito resultante eclodiu no ano seguinte.[18] O Presidente James K. Polk incentivou o Congresso a declarar guerra por motivações não muito claras.[19] A guerra acabou por provar-se um desastre para o México; com os americanos tomando controle do Novo México e da Califórnia e invadindo temporariamente algumas províncias do norte mexicano. Em setembro de 1847, tropas americanas sob o comando do General Winfield Scott tomaram a Cidade do México.[20] A guerra foi vencida pelos Estados Unidos; com o estabelecimento do Tratado de Guadalupe Hidalgo. Como resultado, o México foi forçado a vender seu território setentrional, incluindo Califórnia e Novo México, aos Estados Unidos no que ficou conhecido como Cessão Mexicana. Por outro lado, o México também abriu mão de sua reivindicação pelo Texas e os Estados Unidos perdoaram os débitos de cidadãos mexicanos. Por fim, os mexicanos residentes nos territórios anexados tornaram-se cidadãos estadunidenses.[21] No decorrer do conflito, havia muitas ponderações sobre a anexação de todo o território mexicano, primeiramente com o objetivo de ampliar a área de escravidão. Contudo, muitos líderes políticos sulistas envolvidos no conflito foram contrários à manobra por conta das diferenças culturais entre os dois países.[22] Em 1854, os Estados Unidos adquiriram mais 30 mil m² de terras mexicanas na Compra Gadsden; o preço pago pelo acordo foi de 10 milhões de dólares. O objetivo inicial era construir uma linha férrea ligando o Arizona a Califórnia.[23] 1850 - 1870O Presidente mexicano Antonio López de Santa Anna havia vendido terras de seu país aos Estados Unidos por meio da Compra Gadsden, permitindo a construção de uma ferrovia ligando os estados do Arizona e da Califórnia. Esta aquisição teve um papel significante na política interna, levando a insurgência de liberais mexicanos contra Santa Anna, no que ficou conhecido como a Revolução de Ayutla, uma vez que os territórios vendidos eram considerados patrimônio do México. Com a implantação de reformas políticas pelos liberais e o palco para uma guerra civil, o governo de Benito Juárez negociou com os Estados Unidos a construção de uma rota interoceânica no sul do México. O tratado foi firmado em 1859 entre Melchor Ocampo e o representante estadunidense Robert Milligan McLance, que acabaram por dar seus nomes ao Tratado McLane-Ocampo. O Senado dos Estados Unidos não ratificou o tratado; pelo contrário o México cederia ainda maiores territórios aos Estados Unidos em busca de apoio financeiro ao seu novo governo. A partir de 1861, líderes conservadores mexicanos buscaram apoio de Napoleão III de França para abolir a república liberal de Benito Juárez. A França havia cedido os territórios que formaram os Estados Confederados da América durante a Guerra Civil Americana, mas não haviam acordado sobre seu reconhecimento diplomático. Os franceses esperavam que uma vitória dos Confederados beneficiasse o domínio econômico francês sobre o México. Ao ficar claro que o governo norte-americano não poderia intervir nas questões internas do país vizinho, a França invadiu o México e nomeou o príncipe austríaco Maximiliano I do México como seu governante em 1864. Convicto da legalidade democrática dos governos de Benito Juárez e Abraham Lincoln, Matías Romero, embaixador mexicano em Washington, mobilizou apoio dos congressistas americanos e obteve o protesto do governo norte-americana contra a violação francesa da Doutrina Monroe. Uma vez finalizada a Guerra Civil Americana, em abril de 1865, os Estados Unidos permitiram que partidários de Juárez tivessem acesso aos armamentos americanos. Napoleão III insistiu no conflito e foi derrotado pelos mexicanos e americanos; Maximiliano, por sua vez, que decidiu permanecer no país recusando a proposta de exílio, foi executado pelo governo mexicano em 1867.[24][25] O apoio que os Estados Unidos haviam concedido ao governo liberal de Juárez foi um passo positivo para as relações entre os dois países. Porfiriato (1876–1910)Com a ascensão do general Porfirio Díaz à presidência do México em 1876, as relações com as potências estrangeiras, incluindo os Estados Unidos, foram muito modificadas. O México tornou-se mais favorável ao investimento estrangeiro, buscando uma recuperação econômica mais rápida, no entanto, isto não mudou o conceito mexicano de soberania política.[26] O regime de Díaz defendia a implementação de "ordem e progresso", o que soava como uma garantia ao investidores estrangeiros de que seus negócios prosperariam no país. Díaz era nacionalista e herói militar que havia destacado na luta contra a Intervenção Francesa de 1862. Os Estados Unidos haviam concedido apoio ao governo liberalista de Benito Juárez em detrimento do Imperador Maximiliano I e dos franceses, provendo armamento aos liberais revoltosos. Porém, Díaz, que participou do conflito, não estava convencido do apoio norte-americano,[27] sendo a ele creditada a frase: "Pobre México! Tão distante de Deus, tão perto dos Estados Unidos."[28] Diáz havia deposto o Presidente Sebastián Lerdo de Tejada na Revolução de Tuxtepec. Os Estados Unidos não reconheceriam seu governo até 1878, quando Rutherford B. Hayes assumiu o governo norte-americano. Dado que a França havia invadido o México militarmente, o país não restabeleceu relações diplomáticas com nenhuma nação europeia durante o Porfiriato, porém passou a manter uma "relação especial" com os Estados Unidos. Uma questão que causava tensões entre os dois governos eram os grupos indígenas cujos territórios tradicionais haviam tornado-se fronteira internacional, especialmente os Apaches. O líder apache Geronimo foi invadido pelos dois lados da fronteira. Criminosos também invadiam a fronteira, aumentando as tensões entre os dois governos.[29] Porém, uma combinação de fatores fez com que o governo de Díaz fosse reconhecido pelos Estados Unidos.[30] Com a construção de uma ferrovia ligando o Novo México e os Estados Unidos, a região fronteiriça evoluiu para uma grande zona econômica. A construção da ferrovia efetivamente encerrou as disputas com os Apaches. O trecho que liga a Cidade do México a El Paso, no Texas, foi inaugurado em 1884. 1945 - atualidadeA aliança ente os Estados Unidos e o México durante a Segunda Guerra Mundial aprimorou as relações entre os dois países. O Presidente mexicano Manuel Ávila Camacho reuniu-se com Franklin Delano Roosevelt e também com Harry S. Truman, fortificando laços econômicos com os Estados Unidos. Ávila Camacho não liderou na Revolução Mexicana, e tinha uma orientação pró-comércio e pró-religião que soava mais congênita à retórica americana. Durante a visita de Estado de Camacho, Truman devolveu oficialmente algumas bandeiras mexicanas capturadas pelos americanos durante a Guerra Mexicano-Americana e elogiou os militares que morreram defendendo a Cidade do México durante o conflito. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos diminuiu sua demanda por mão-de-obra mexicana através do "Programa Bracero". Para os trabalhadores mexicanos, isto representava menos oportunidades. Contudo, a indústria cafeeira estava em plena produção durante a industrialização pós-guerra. Em 1946, o partido político dominante mudou seu nome para Partido Revolucionário Institucional, e enquanto mantinha uma retórica revolucionária, também abraçou a industrialização do país. O México apoiou as políticas estadunidenses durante a Guerra Fria e não se opôs à intervenção na Guatemala que depôs o Presidente Jacobo Arbenz. Durante o governo de Adolfo López Mateos, os Estados Unidos e o México concluíram a Disputa Chamizal pela fronteira entre os dois países através de um tratado de sedição. O Tratado de Fronteiras de 1970 resolveu a disputa entre as duas nações.
Ver artigo principal: Tratado de Livre Comércio da América do Norte
Os Estados Unidos e o México possuem profundos laços econômicos. Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do México, correspondendo a quase metade de todas as exportações do ano de 2008 e mais da metade das importações de 2009. Para os Estados Unidos, o México é o terceiro maior parceiro comercial, perdendo somente para Canadá e China, respectivamente, em dados de 2010.[31] Os dois países, juntamente com o Canadá, assinaram o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) em 1994 com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias no subcontinente. Os investimentos diretos estrangeiros no México cresceram significantemente após a criação do bloco e em 2008, 41% de todos os investimentos estrangeiros no país eram provenientes dos Estados Unidos. Grande parte destes investimentos são direcionados à manufatura. A Wal-Mart, uma empresa estadunidense, é o maior empregador privado do México.[32] Cimeira Taft-DíazEm 1909, William Howard Taft e Porfirio Diáz planejaram uma cimeira em El Paso, Texas e em Ciudad Juárez, México; um encontro história entre presidentes dos dois países, sendo a primeira visita de um presidente norte-americano ao México e a segunda visita externa de um presidente em exercício (somente Theodore Roosevelt havia visitado o Panamá anos antes). Díaz desejava que o encontro impulsionasse seus planos de governar o país pelo oitavo mandato, e Taft concordou em apoiá-lo em troca de medidas de proteção para os investimentos americanos no México. Ambas as partes concordaram em transformar a disputa de Chamizal um território neutro durante a cimeira, no entanto, a região foi alvo de toda a atenção da imprensa, resultando em ameaças de segurança durante a realização do evento. O esquema de segurança foi provido pelos Texas Rangers, agentes do Serviço Secreto e do BOI e militares das duas forças armadas. Imigração ilegalEm dados de 2009, 62% dos imigrantes ilegais nos Estados Unidos eram de origem mexicana.[33] Comumente aqueles que adentram os Estados Unidos ilegalmente são levados por transportadores conhecidos como "coyotes".[34] Em 2005, de acordo com o Banco Mundial, o México recebeu cerca de 18.1 bilhões de dólares em remessas de cidadãos vivendo nos Estados Unidos.[35] Em resposta, os Estados Unidos ergueram uma barreira ao longo de sua fronteira terrestre com o México.[36] NarcotráficoVer artigo principal: Guerra contra as drogas
O México é a maior fonte de drogas que entram nos Estados Unidos. Na década de 1990, de 80 a 90% da cocaína traficada para os Estados Unidos chegou através de sua fronteira com o México. Em fevereiro de 1985, o agente estadunidense Enrique Camarena, apelidado "Kiki", foi sequestrado, torturado e assassinado, no que foi considerado uma tentativa dos cartéis mexicanos de ameaçar o governo norte-americano.[37] A partir dos anos 2000, com a ascensão do partido de oposição ao poder, o governo mexicano reforçou suas ações contra as organizações criminosas do país. Os Estados Unidos fornecem apoio logístico e financeiro ao México através da Iniciativa Mérida.[38] Fogo contra veículos diplomáticosEm 24 de agosto de 2012, um veículo a serviço da Embaixada dos Estados Unidos foi alvejado por agentes da Polícia Federal Mexicana, deixando dois feridos.[39] O incidente ocorreu no sul da Cidade do México, enquanto o veículo transportava dois norte-americanos e um oficial da Marinha Mexicana à uma base naval; a área onde o veículo foi atingido é próxima a Cuernavaca, uma região conhecida pelos altos índices de criminalidade.[40] Doze agentes da Polícia Federal Mexicana foram presos por conta do ocorrido.[41] Os dois norte-americanos foram depois divulgados como agentes da CIA que investigavam um sequestro.[42] No início de outubro de 2012, foi evidenciado que os agentes haviam sido alvos de uma tentativa de assassinato pelo Cartel Beltran Leyva.[43] Missões diplomáticas
Membresia comum
Ver também
Referências
Bibliografia
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