Quemaque (Erzincã)

Quemaque
Kemah
Vila (köy)
Localização
Quemaque está localizado em: Turquia
Quemaque
Localização de Quemaque na Turquia
Coordenadas 39° 36′ N, 39° 02′ L
País Turquia
Região Anatólia Oriental
Província Erzincã
Distrito Quemaque
Características geográficas
População total (2022) [1] 2 929 hab.

Quemaque (em turco: Kemah; em curdo: Kemax)[2] ou Camaque (em armênio: Կամախ; romaniz.: Kamaχ) é uma cidade da província de Erzincã, na Turquia. É a sede do distrito de Quemaque e tinha uma população de 2 929 pessoas em 2022.[1]

História

É possível que Quemaque seja o sítio da antiga cidade de Cumaca (Kummaha), que aparece nos registros hititas.[3] Séculos depois, era a importante fortaleza e cidade santa de Ani (Անի), sede do distrito de Daranália. Provavelmente deve ser a Atua (*Anua) mencionada por Ptolemeu.[4] Nela existiam templos dedicados a Anaíte[5] e Aramasde (associado a Zeus)[4][6] e aparentemente foi a primeira capital do Reino da Armênia Menor no rescaldo da Paz de Apameia (188 a.C.).[7][8] Séculos depois, foi sede da necrópole dos reis arsácidas da Armênia até sua eventual destruição pelos iranianos do Império Sassânida.[9] Segundo Fausto, o Bizantino, a necrópole foi tomada com apoio do nobre armênio (nacarar) Meruzanes I, que ajudou os atacantes romperam as defesas de Ani e pilharam a fortificação e as tumbas dos reis arsácidas, exceto a de Sanatruces I.[10]

Durante o início da Idade Média, sob o nome de Camaca / Camacão (em grego: Κάμαχα, Κάμαχον; romaniz.: Kámacha, Kámachon), foi uma fortaleza fronteiriça estrategicamente importante nas guerras entre o Império Bizantino e os Califados Omíada e Abássida. Caiu pela primeira vez aos muçulmanos em 679 e mudou de mãos frequentemente até meados do século IX (cf. Cerco de Camaca), quando o controle bizantino foi consolidado. De acordo com Constantino VII, no final do século IX formou uma turma no tema de Coloneia. Sob o imperador Leão VI, o Sábio (r. 886–912), foi unida ao distrito de Celtzena para formar o novo tema da Mesopotâmia. Pouco se sabe sobre o sítio depois disso, exceto que era a sede de um bispado chamado "Armênia". Os bizantinos perderam o controle da área após a Batalha de Manziquerta em 1071.[11]

O desfiladeiro de Quemaque foi palco de massacres durante o genocídio armênio. Em um caso, 25 mil armênios foram mortos num dia ao jogar as vítimas de um desfiladeiro íngreme no rio Eufrates.[12]

Referências

  1. a b «Population Of Municipalities, Villages And Quarters». TÜIK. Consultado em 2 de agosto de 2023 
  2. Avcıkıran 2009, p. 56.
  3. Petrosyan 2015, p. 88.
  4. a b Fausto, o Bizantino 1989, p. 442.
  5. Petrosyan 2012, p. 143-144.
  6. Canepa 2018, p. 229.
  7. Hewsen 2001, p. 32, 37.
  8. Hewsen 1992, p. 17, nota 78.
  9. Fausto, o Bizantino 1989, p. 354, 442.
  10. Fausto, o Bizantino 1989, p. 157 (IV.150).
  11. Foss 1991, p. 1097.
  12. Kévorkian 2011, p. 309–310.

Bibliografia

  • Avcıkıran, Adem (2009). Kürtçe Anamnez Anamneza. Diarbaquir: Diyarbakır Tabip Odası 
  • Canepa, Matthew P. (2018). The Iranian Expanse: Transforming Royal Identity through Architecture, Landscape, and the Built Environment, 550 BCE–642 CE. Berkeley: University of California Press 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachussetes: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Foss, Clive (1991). «Kamacha». In: Kajdan, Alexander. The Oxford Dictionary of Byzantium. Oxônia e Nova Iorque: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Hewsen, Robert H. (1992). The Geography of Ananias of Širak. The Long and Short Recensions. Introduction, Translation and Commentary. Wiesbaden: Dr. Ludwig Reichert Verlag 
  • Hewsen, Robert H. (2001). Armenia: A historical Atlas. Chicago e Londres: Imprensa da Universidade de Chicago. ISBN 0-226-33228-4 
  • Kévorkian, Raymond H. (2011). The Armenian genocide : a complete history. Londres: I. B. Tauris. ISBN 978-1-84885-561-8 
  • Petrosyan, Armen (2012). «The Cities of Kumme, Kummanna and Their God Teššub/Teišeba». In: Huld, M.; Jones-Bley, K.; Miller, D. Archaeology and Language: Indo-European Studies Presented to James P. Mallory, Journal of Indo-European Studies, Monograph 60. Washington: Institute for the Study of Man. pp. 141–156 
  • Petrosyan, Armen (2015). Problems of Armenian Prehistory. Myth, Language, History. Erevã: Gitutyun. ISBN 9785808012011