Queen of Jordan
"Queen of Jordan" é o 17.° episódio da quinta temporada da série de televisão de comédia de situação norte-americana 30 Rock, e o 97.° da série em geral. Foi realizado por Ken Whittingham e teve o seu enredo escrito por Tracey Wigfield, que foi nomeada a um Prémios da Associação de Argumentistas dos Estados Unidos (WGA) pelo seu trabalho. A sua transmissão original nos Estados Unidos ocorreu através da rede de televisão National Broadcasting Company (NBC) na noite de 17 de Março de 2011. Dentre os artistas convidados, estão inclusos Sherri Shepherd, Susan Sarandon, Tituss Burgess, Paula Leggett Chase, Moya Angela, Ephraim Sykes, e Brad Bellamy. Este episódio foi transmitido como um episódio de Queen of Jordan, um reality show fictício transmitido pela Bravo! que teve a sua origem em "Mrs. Donaghy". A trama principal segue Angie Jordan (interpretada por Shepherd) a assumir o seu papel no seu reality show, concentrando-se na sua carreira musical enquanto o seu marido Tracy Jordan (Tracy Morgan) ainda está na sua viagem em África. O executivo Jack Donaghy (Alec Baldwin) debate-se com a sua nova imagem de bufão desajeitado após um acidente embaraçoso em frente às câmaras, o que o leva a tentar recuperar a sua dignidade no ambiente caótico do reality show. Simultaneamente, Liz Lemon (Tina Fey) tenta freneticamente convencer Angie a ajudar a trazer Tracy de volta ao TGS, resultando num confronto entre as duas. Além disso, uma subtrama apresenta Lynn Onkman (Sarandon), uma ex-professora que regressa para se reencontrar com o argumentista Frank Rossitano (Judah Friedlander) depois de cumprir pena pelo seu relacionamento inadequado com ele quando ele era adolescente. "Queen of Jordan" destaca-se dos demais episódios da série por parodiar reality shows como os da franquia The Real Housewives, utilizando uma estética mockumentary para satirizar tropos típicos do género, como conflitos exagerados e o "lançamento de vinho." O episódio foi centrado em Angie para dar continuidade à trama enquanto o ator Tracy Morgan estava afastado por motivos médicos. Além da execução detalhada e a inclusão de elementos cómicos, como os bonés do personagem Frank e a natureza misteriosa de Kenneth, "Queen of Jordan" exemplifica o humor absurdo da série, permitindo que personagens e enredos desafiem a realidade de forma progressiva ao longo das temporadas. O episódio alcançou sucesso por entre os fãs de 30 Rock, que expressaram desejo de ver Queen of Jordan transformado em um spin-off. Além disso, Jane Krakowski foi nomeada a um Prémio Emmy pelo seu desempenho no episódio. Em geral, embora não universalmente, "Queen of Jordan" foi recebido com aclamação por partes dos críticos especialistas em televisão do horário nobre, que enalteceram a paródia de reality shows por captar o estilo e o drama exagerado de programas do género através do seu formato de programa dentro de um programa. Os críticos adoraram ainda o desempenho de Shepherd e apreciaram a forma como os argumentistas equilibraram a sátira com a homenagem. No entanto, houve críticos acharam que a subtrama com Sarandon distraiu o enredo principal e que faltou profundidade a certas personagens secundárias, o que poderia ter acrescentado mais nuances à comédia. De acordo com o sistema de mediação de audiências Nielsen Ratings, "Queen of Jordan" foi assistido por uma média de 4 milhões e 192 mil de agregados familiares durante a sua transmissão original norte-americana, e foi-lhe atribuída a classificação de 1,7 e cinco de share entre os telespectadores pertencentes ao perfil demográfico dos dezoito aos 49 anos de idade. Produção e desenvolvimento"Queen of Jordan" é o 17.° episódio da quinta temporada de 30 Rock.[1] Foi realizado por Ken Whittingham e teve o seu enredo redigido por Tracey Wigfield, que é também responsável pela produção da temporada. Assim, marcou a quarta e a quinta vez que eles trabalham na realização e no guião de um episódio da série, respetivamente.[2][3] O episódio mudou o formato habitual de sitcom de 30 Rock para uma paródia da estética e os tropos dos reality shows, emulando especificamente programas como The Real Housewives of Beverly Hills, com visuais de qualidade de vídeo, conflitos e dinâmicas de personagens exageradas.[4] Tina Fey — criadora, produtora executiva, argumentista-chefe e atriz principal de 30 Rock — que se auto-intitula fã de reality shows, procurou canalizar os seus hábitos de visualização para o episódio, gerando discussões na sala dos argumentistas sobre como captar autenticamente a essência de reality shows. A equipa de argumentistas também experimentou vários cenários cómicos, como a personagem Randi, desempenhada por Paula Leggett Chase, a mostrar as suas habilidades de aeróbica, o que a levou a fazer um treino intensivo para garantir autenticidade na sua performance.[5] Whittingham contribuiu para a filmagem distinta em estilo de documentário do episódio, optando por filmar "Queen of Jordan" com câmaras de vídeo digitais em vez da película tradicional para conseguir um estilo visual que se assemelhasse ao dos reality shows. Esta escolha permitiu a 30 Rock imitar melhor a estética de reality shows, com os seus planos de ritmo acelerado e com a câmara na mão e sensação "on-the-fly", tornando o episódio de realidade simulada ainda mais mais convincente.[5] Sherri Shepherd, que já havia participado de 30 Rock por nove vezes desempenhando Angie Jordan, protagonizou "Queen of Jordan". Esta foi uma decisão tomada de modo ao seriado poder prosseguir com a trama da viagem repentina da personagem Tracy Jordan à África, como na verdade, o intérprete Tracy Morgan estava em recuperação médica após uma cirurgia de transplante renal.[6][7][8] O episódio, centrado em Angie e no seu programa transmitido pelo canal de televisão Bravo!, destaca as frases de efeito, a tensão dramática e as cenas recorrentes de "lançamento de vinho," todas inspiradas por episódios de reality shows populares. Segundo Robert Carlock, produtor executivo e showrunner da série, o conceito do episódio surgiu como uma estratégia para poupar custos, visto que o formato de mockumentary é menos dispendioso que o formato habitual de 30 Rock.[9][10][8] Queen of Jordan foi apresentado pela primeira vez ao longo da sequência de créditos finais de "Mrs. Donaghy". Logo em seguida, uma página online foi criada para o programa fictício.[11][12] Wigfield, assim como os demais argumentistas, realizaram uma pesquisa extensa para conceber o episódio, pois precisavam compreender o trabalho de câmara típico dos reality shows, como seguir personagens através de portas ou filmar de ângulos incomuns, para aumentar a autenticidade da paródia. Este compromisso com os detalhes estendeu-se aos elementos cómicos do argumento, que apresentavam tropos como o lançamento de vinho, uma marca registada dos reality shows, exemplificado pelo momento no qual a personagem Randi atira sumo de uva a um cão durante as filmagens.[13] Mais tarde, esta cena ganhou popularidade na internet como um GIF. "Queen of Jordan" teve também de se adaptar à realidade da produção, principalmente devido à ausência de Morgan. A equipa de argumentistas incorporou habilmente cenas de analepses com o ator, o que permitiu que o enredo progredisse enquanto acomodava a sua disponibilidade limitada. Além disso, a gravidez de Jane Krakowski durante as filmagens exigiu um enquadramento cuidadoso nos seus planos; a equipa de produção fez ajustes para acomodar a sua barriga crescente, marcando criativamente as suas posições com fita adesiva para manter a continuidade visual.[5][13] O processo de seleção do elenco convidado incluiu a seleção de atores que pudessem incorporar as excentricidades dos reality shows, com alguns membros do elenco a terem diálogos limitados, concentrando-se em vez disso na sua fisicalidade e presença. O elenco regular de 30 Rock foi creditado como estrelas convidadas no início do episódio, e a abertura de Queen of Jordan lista Fey como criadora. Tituss Burgess participou do episódio como D'Fwan, a sua segunda em 30 Rock. O ator expressou muita felicidade pela liberdade que lhe foi dada com o papel, tendo os argumentistas ficado tão agradados pela sua prestação que o trouxeram de volta para mais dois episódios de 30 Rock e ainda em projetos posteriores como Unbreakable Kimmy Schmidt.[5][14] A personagem Portia foi interpretada por Moya Angela, ao invés de Angela Grovey, que representou a personagem em "Mrs. Donaghy". Grovey não pôde participar de "Queen of Jordan" pois estava a gravar um filme de Queen Latifah em Atlanta, Geórgia, naquele momento.[5] A participação de Susan Sarandon foi anunciada no final de Fevereiro de 2011.[15] Ela desempenhou Lynn Onkman e voltaria na sexta temporada, no episódio "Alexis Goodlooking and the Case of the Missing Whisky", para a sua segunda e última aparição na série. Sarandon foi a protagonista de That's My Boy (2012), um filme de comédia no qual também interpretou uma professora com uma relação imprópria com o seu aluno.[16] À medida que foi progredindo com a suas temporadas, 30 Rock inclinou-se cada vez mais para o humor surreal, particularmente com a personagem Kenneth Parcell, que se tornou a mais estranha. Enquanto outras personagens experimentavam desenvolvimentos loucos, como Jack a trabalhar para a administração Bush ou Tracy a vencer um prémio Óscar, o arco de Kenneth tornou-se mais bizarro, com indícios de que poderia ser imortal. Este arco iniciou subtilmente na primeira temporada com o episódio "The Baby Show", no qual há um panfleto na secretária do Dr. Leo Spaceman que lê "Nunca Morre" com uma foto do estagiário no pano de fundo. A partir da terceira temporada, a série foi deixando cair inúmeras pistas sobre a natureza eterna de Kenneth, desde referências vagas à sua idade até momentos mais evidentes em temporadas posteriores. Ele lembra-se de ter tido um papagaio por 60 anos, reage fortemente a sons agudos que só os maiores de 40 anos conseguem ouvir, possui conhecimento enciclopédico sobre a história da televisão norte-americana, e até tem uma lápide que sugere que nasceu em 1781. O auge desta estranha história acontece quando a mãe de Kenneth revela que, à nascença, Kenneth lhe disse que não era humano, mas sim um ser imortal. Em "Queen of Jordan", uma das descrições atribuídas a Kenneth pela equipa do reality show é "Estagiário Idoso."[17][18] Isto culmina no episódio final da série, no qual Kenneth, agora presidente da NBC, permanece inalterado pelo tempo, continuando a desempenhar bem o seu papel enquanto ouve um discurso da bisneta de Liz Lemon, décadas no futuro. A série deixou a imortalidade de Kenneth como um mistério aberto.[19][20] Judah Friedlander, intérprete do argumentista Frank Rossitano em 30 Rock, é conhecido pela sua coleção de chapéus de camionista adornados com vários slogans, frases e palavras. Esta caraterística não é apenas um adereço aleatório, mas sim uma parte integrante da personalidade de Frank e do humor da série. Segundo Friedlander, ele desenha e cria estes chapéus pessoalmente, tendo originado chapéus suficientes para usar um diferente em cada cena de 30 Rock, o que se traduz em cerca de três chapéus por episódio. O conteúdo dos chapéus de Frank reflete frequentemente a sua personalidade sarcástica, interesses peculiares ou referências à cultura popular. Alguns exemplos notáveis incluem erros ortográficos, frases nostálgicas e afirmações bizarras que dão uma ideia do carácter de Frank antes mesmo de ele falar. Ocasionalmente, os chapéus são incorporados no enredo, acrescentando uma camada extra de comédia. A personalidade de Friedlander na vida real também envolve o uso de chapéus semelhantes durante as suas atuações de comédia stand-up. Muitas vezes, ostenta nesses chapéus títulos ou capacidades ultrajantes, como "Campeão do Mundo" em diversas línguas, o que contrasta humoristicamente com o seu comportamento descontraído. Em "Queen of Jordan", Frank usa bonés que leem "Deli Meat," "Dot Matrix" e, na sua antiga fotografia da escola primária, "My First Hat."[18][21][22][23] EnredoAngie Jordan (Sherri Shepherd) vai ao escritório de Jack Donaghy (Alec Baldwin) para discutir o lançamento do seu single, "My Single Is Dropping". Jack oferece-se para organizar uma festa de lançamento no palco do TGS with Tracy Jordan mas, ao se movimentar enquanto conversa, tropeça e é apanhado pelas câmaras do reality show de Angie. Liz Lemon (Tina Fey), argumentista principal do TGS que estava no escritório no momento, implora a Angie para fazer o seu marido Tracy Jordan (Tracy Morgan) regressar da sua viagem à África, ao que Angie se recusa. Jack aconselha Liz a continuar a tentar convencer Angie a trazer Tracy de volta. Embora Liz recorra a diversos métodos para convencer Angie, incluindo uma imitação de Tracy e a exibição do vídeo do casamento deles, não consegue sucesso. A terceira tentativa de Liz, enviar um correio eletrónico do computador de Angie para Tracy, é a gota de água para Angie, que já estava farta das tentativas de Liz e arranca uma madeixa do cabelo dela. Enquanto isso, Jack Donaghy é retratado pelo reality show como um homossexual flatulento e desajeitado, após um desentendimento que surgiu depois de uma conversa com Walter "Dot Com" Slattery (Kevin Brown) e Warren "Grizz" Griswold (Grizz Chapman) sobre o seu tempo como estudante universitário. Então, D'Fwan (Tituss Burgess), amigo homossexual de Angie, aproveita a oportunidade para abordar Jack sobre a sua vida dentro do armário. No final, na festa de lançamento do single de Angie, Liz finalmente confronta-a sobre como trazer Tracy de volta. Angie fica em prantos e chora. Liz pede desculpas e Angie confessa que sente falta do seu marido, admitindo estar a tentar trazer Tracy de volta desde que ele se foi embora, mas como ele não quer voltar, ela finge estar feliz com isso.[18] Entretanto, Jenna Maroney (Jane Krakowski) tenta conseguir mais tempo de ecrã com as câmaras do reality show para promover a sua página online Jennas-Side.com, recorrendo a atitudes como instigar brigas com o elenco e atirar vinho. Mais tarde, Portia (Moya Angela) conversa com Jenna sobre o seu alcoolismo, quando Jenna bêbada tenta iniciar uma briga com ela. Uma intervenção é então planeada para Jenna, que finge não gostar da ideia, mas na verdade adora porque lhe dará mais tempo de ecrã. No entanto, o tiro lhe sai pela culatra, quando Pete Hornberger (Scott Adsit, que liderou a intervenção, envia Jenna para a reabilitação. No final, Jenna foge da carrinha que a levaria para a reabilitação e participa da festa de lançamento do single de Angie.[18] Simultaneamente, a notícia da libertação de Lynn Onkman (Susan Sarandon) da prisão revela ao escritório do TGS que o argumentista Frank Rossitano (Judah Friedlander) era amante de Lynn quando ele tinha quatorze anos. Lynn encontra-se com Frank no escritório dos argumentistas do TGS. Inspirada pelo amor dos dois, Randi (Paula Leggett Chase) agenda um encontro entre os dois no seu estúdio de pole dance e observa-os enquanto dança num varão. Frank e Lynn acabam tendo uma discussão, pois Lynn acha que ele permaneceu "preso" na sua vida de adolescente fã de banda desenhada e bonecos de ação. Embora inicialmente furioso, Frank decide provar-lhe que está pronto para se tornar num para ela, levando todos os seus brinquedos para o local de trabalho dela num restaurante de comida rápida e colocando-os numa fritadeira. Lynn é despedida, mas reacende a relação com Frank.[18] Referências culturaisQueen of Jordan foi introduzido como um reality show transmitido pelo canal de televisão Bravo!, uma subsidiária sob propriedade da NBC Universal na qual são transmitidos os programas da franquia The Real Housewives.[11][24][25] O programa foi também considerado uma paródia de Keeping Up with the Kardashians.[26] Enquanto tentava defender a sua reputação, Jack alega ser um excelente dançarino, revelando tendo interpretado Maria numa produção exclusivamente masculina do musical West Side Story.[27] Angie, ao retaliar a Liz quando esta tenta lhe convencer a trazer Tracy de volta, argumenta que não pode aceitar ordens ou pedidos de Liz pois não é uma empregada de mesa e não está no restaurante que irá abrir com Dennis Rodman e Webster. Esta é uma referência a Webster Long, personagem interpretada por Emmanuel Lewis na série Webster.[13] Na cena na qual Liz finalmente confronta Angie para pressioná-la a trazer Tracy de volta, Liz faz um discurso no qual afirma que Tracy faz parte da sua família e, para ela, a família é "como unha e carne." Em seguida, ela vira uma mesa. Esta é uma referência a uma frase usada por Caroline Manzo e à infame viragem de mesa de Teresa Giudice, ambas estrelas de The Real Housewives of New Jersey.[28] Um dos bonecos que Frank atira à fritadeira do restaurante no qual Lynn trabalha é Esqueleto, supostamente o seu favorito.[27] No estúdio de Randi, Frank comenta que enquanto Lynn estava na prisão, filmes de Hulk foram sendo refeitos e foram cada vez piores, uma referência aos filmes Hulk (2003) e The Incredible Hulk (2008).[28] Ele expressa também a sua insatisfação pelo ator Seth Rogen ter desempenhado O Besouro Verde no filme The Green Hornet (2011).[29] Transmissão e repercussãoNos Estados Unidos, "Queen of Jordan" foi transmitido pela primeira vez na noite de 17 de Março de 2011 através da NBC como o 89.° episódio de 30 Rock.[1] O episódio deixou um impacto duradouro como uma paródia precisa de reality shows, especialmente na sua imitação da franquia The Real Housewives. Os fãs da série elogiaram o humor e a singularidade do episódio, pedindo até que Queen of Jordan se tornasse uma série independente.[30] O esforço do elenco e da equipa, juntamente com o entusiasmo em parodiar reality shows por parte dos argumentistas, resultou num episódio de sucesso criativo que ressoou tanto com o público como com a crítica. Segundo analistas de terlevisão, ao imitar autenticamente os tropos e estilos de produção daquele tipo de programas, "Queen of Jordan" ofereceu uma sátira à superficialidade dos reality shows, ao mesmo tempo que permitiu que personagens regulares, como Jenna e Jack, interpretassem versões exageradas e editadas de si mesmos, criticando o drama artificial do género. A personalidade grandiosa da personagem Angie também ajudou a solidificar a popularidade do episódio.[31] Quando questionada em 2022 por um fã no programa Watch What Happens Live with Andy Cohen acerca de um possível spin-off de Queen of Jordan, Shepherd revelou que houve conversas entre a equipa de 30 Rock e a NBC acerca disso, mas "não parecia ir a lugar nenhum; todo mundo estava tão ocupado."[32][33] O formato experimental de "Queen of Jordan" foi tão bem recebido que inspirou um segundo episódio na sexta temporada do seriado, intitulado "Queen of Jordan 2: The Mystery of the Phantom Pooper".[5] AudiênciaDe acordo com as estatísticas publicadas pelo serviço de mediação de audiências Nielsen Ratings, a transmissão original norte-americana do episódio foi assistida em 4 milhões e 192 mil agregados familiares. Além disso, foi-lhe atribuída a classificação de 1,7 e cinco de share no perfil demográfico dos telespectadores entre os dezoito aos 49 anos de idade, o que significa que 1,7 por cento de todas as pessoas dos 18 aos 49 anos de idade de todos os lares com televisão nos Estados Unidos estavam sintonizados ao episódio, e dentre todas as famílias que estavam ativamente a ver televisão no momento da transmissão, cinco por cento estavam a ver este episódio. O enfoque no grupo demográfico 18-49 é significativo porque este grupo etário é considerado o mais valioso para os anunciantes, representando um público-alvo fundamental para muitas redes. Uma classificação ou quota mais elevada neste grupo indica frequentemente um maior potencial de receitas publicitárias.[34] No horário nobre da sua quinta-feira de transmissão, por entre todos os outros programas que estavam a ser emitidos no horário das 22h00 nas quatro outras grandes emissoras dos Estados Unidos, 30 Rock foi o mais assistido por entre telespectadores com idades compreendidas entre os 18-49, 25-54, e ainda todos os perfis demográficos principais de mulheres adultas.[35] Análises da crítica
Em geral, "Queen of Jordan" foi recebido com uma mistura de elogios e críticas por parte dos críticos especialistas em televisão do horário nobre, todos os quais reconheceram o domínio impressionante dos argumentistas acerca de reality shows. A homenagem estilística a reality shows populares foi um ponto-chave de admiração, com Qeeen of Jordan a atingir todas as notas no seu retrato do drama superficial do género, travessuras de lançamento de vinho e personalidades exageradas. Para muitos, esta foi uma metaparódia brilhante que tanto distorceu como celebrou o absurdo dos reality shows. A personalidade audaciosa de Angie, o desempenho de Tina Fey, assim como o abraço aos tropos dos reality shows foram citadas como destaques. No entanto, os críticos dividiram-se sobre a subtrama que envolve a personagem de Susan Sarandon. Alguns acharam que foi uma distração desnecessária dos pontos principais e mais fortes do episódio, prejudicando a energia trazida pelas histórias de Angie. Embora muitos críticos tenham aplaudido o falso reality show por criar arquétipos totalmente desenvolvidos, como a hiperconfiança de Angie e a masculinidade hilariantemente mal interpretada de Jack, a falta de profundidade em personagens secundárias foi ocasionalmente mencionada, uma vez que alguns espectadores consideraram D'Fwan e Portia mais como caricaturas superficiais. Além disso, alguns analistas de televisão expressaram o desejo de ver mais cenas que mostrassem as travessuras de Jenna.[36][37][28][30] O colunista Jarett Wieselman, no seu comentário para a revista Page Six, descreveu "Queen of Jordan" como não "apenas um dos melhores episódios de 30 Rock de sempre, mas talvez o melhor exemplo de como um reality show pode ser absolutamente fantástico nas mãos certas. Se tivesse de classificar o episódio, diria que vive diretamente nas secções transversais de Highbrow, Lowbrow, Brilliant and Despicable na Matriz de Aprovação da NYMag."[38] A jornalista Louisa Mellor, na sua crítica para o website Den of Geek, elogiou os argumentistas por espelharem de perto o drama estético e trivial dos reality shows, captando-o com tanta autenticidade que quase parecia real. Ela sentiu que Shepherd "roubou o espetáculo." Apesar das reações mistas do público, Mellor admitiu finalmente encontrar charme no absurdo do episódio numa segunda exibição.[31] O analista Kevin Fallon, no seu julgamento para o portal The Atlantic, aplaudiu a maneira como "o retrato dinâmico de Angie por Sherri Shepherd dominou o episódio, superando até a subtrama subdesenvolvida da atriz convidada Susan Sarandon, consolidando 'Queen of Jordan' como uma das críticas mais inteligentes de 30 Rock."[26] Os redatores da revista Vanity Fair consideraram "Queen of Jordan" o episódio favorito da quinta temporada de 30 Rock, enaltecendo como a "escrita pareceu mais divertida," mas notou que a personagem do sobrinho viciado em metanfetaminas de Angie foi subaproveitada.[13] O redator Dan Forcella, escrevendo para o blogue TV fanatic, apreciou o quão bem a personagem de Shepherd brilha, com falas memoráveis, e elogiou também Alec Baldwin, cujo desempenho "acrescentou uma nova camada de humor à confiança típica de Jack." Todavia, embora tenha achado a subtrama com Sarandon menos agradável e "excessivamente assustadora," gostou das travessuras de Jenna com a câmara e da intervenção apática de Pete, que funcionou bem no formato de reality show.[17] A gazetista Emily St. James, para o jornal de entretenimento A.V. Club, constatou que "Queen of Jordan" foi um ressurgimento de 30 Rock, o qual atribuiu à "ludicidade renovada da série," referindo que a experimentação do formato desta temporada é "particularmente eficaz." St. James louvou a dedicação do episódio em recriar tropos de reality shows, desde os créditos iniciais estilizados até às representações exageradas de personagens principais. No entanto, temeu que a fidelidade do episódio ao formato da Bravo! poderia afastar os espectadores não familiarizados com a franquia The Real Housewives, referindo que, "embora a sua experiente esposa Bravo! tenha achado o episódio hilariante, as nuances não ressoaram totalmente com eles." Ela concluiu que apesar de ver o episódio como inventivo e engraçado, o foco forte no formato de paródia "criou uma desconexão, tornando-o uma entrada impressionante, mas não pessoalmente memorável."[27] O repórter Matt Fisher, redigindo para a coluna Vulture da revista New York, aplaudiu a mudança para uma cinematografia de estilo documental que, segundo ele, traz uma nova dinâmica visual à série e complementa as performances exageradas do elenco. Fisher sentiu que, embora ambicioso na sua estrutura narrativa, o episódio concilia uma quantidade sem precedentes de sub-enredos, tornando-o complexo e, por vezes, caótico. Apesar do ritmo avassalador, o crítico apreciou os pequenos toques de humor, embora pense que o enredo denso sacrificou alguma clareza da narrativa.[39] O redator Alan Sepinwall, na sua análise para o portal Uproxx, observou que, embora a sátira tenha sido bem executada, o episódio oscilou entre o compromisso total com a paródia e a reversão para o humor tradicional de 30 Rock, com algumas cenas a parecerem mais alinhadas com episódios típicos. Embora tenha gostado do retrato caricaturado de Jack e tenha achado o seu enredo divertido, sentiu que havia potencial perdido na sobreposição entre o mundo de Liz e o reality show de Angie, sugerindo que interações mais subtis poderiam ter melhorado a sátira. Mesmo assim, ele viu o episódio como uma experiência bem-sucedida, mas um pouco desigual, que combinou o humor de 30 Rock com absurdos de reality shows.[7] Todavia, nem todos comentários foram positivos. Na sua resenha para o portal the Hollywood Reporter, o colunista Tim Goodman, expressou bastante desagrado,[40] e a jornalista Barbara Lam sentiu que o episódio foi um esforço "preguiçoso" por parte dos argumentistas, no seu argumento para a publicão News-Letter da Universidade Johns Hopkins.[41] Alyssa Rosenberg publicou um artigo na página online do The Center for American Progress Action Fund (CAPAF) no qual explorou a forma como 30 Rock aborda questões raciais através da interação entre Liz e Angie. Inicialmente, Liz cometeu erros ao lidar com Angie, mostrando desconhecimento e recorrendo a tropos raciais. Angie, entretanto, inverte essa dinâmica ao transformar os estereótipos em uma fonte de lucro e sucesso com Queen of Jordan, satirizando o executivo Jack e revelando uma crítica à exploração e comercialização de estereótipos por uma audiência liberal. Rosenberg discutiu ainda sobre evolução das percepções de humilhação e empoderamento das personagens negras, um tema recorrente em 30 Rock.[42] ReconhecimentoO portal WatchMojo publicou uma lista dos 10 episódios de TV fora do género habitual, na qual listou "Queen of Jordan" no quarto lugar.[43] O Vulture reconheceu o episódio como um dos 12 essenciais da série, considerando-o o melhor episódio experimental de 30 Rock e elogiando o desempenho de Tituss Burgess.[44] O periódico Entertainment Weekly também elogiou o desempenho do ator e listou "Queen of Jordan" no número dez da sua lista dos 15 melhores do seriado.[45] O serviço ScreenRant enalteceu este episódio como um dos cinco melhores de 30 Rock,[46] enquanto o portal E! Online viu-o como o sétimo melhor.[47] Na lista dos melhores episódios de 30 Rock publicada pelo blogue Film School Rejects, o repórter Jacob Trussell posicionou "Queen of Jordan" no segundo lugar, destacando a "luz brilhante" de Shepherd, "da qual não se consegue desviar o olhar. Ela dá a Angie todas as caraterísticas da dona de casa louca estereotipada da Bravo, mas ela é tão afável que isso não importa."[48] A revista Variety teve uma opinião similar, acrescentando que o episódio "cimenta o lugar único de Tituss Burgess no universo Fey-Carlock antes da sua escalação eventual em Unbreakable Kimmy Schmidt," posicionando o episódio no terceiro lugar da sua lista dos 30 melhores episódios de 30 Rock.[49] A página Yardbaker posicionou "Queen of Jordan" no número 23 dos 25 melhores episódios da série.[50] Brynn Kushner, do portal Collider, considerou Queen of Jordan o melhor programa fictício de 30 Rock.[51] A revista neo-zelandesa The Spinoff reconheceu Sarandon como a quinta melhor participação especial de 30 Rock.[16] Prémios e nomeaçõesNa 63.ª cerimónia anual dos prémios Emmy do horário nobre, Jane Krakowski foi nomeada na categoria Melhor Atriz Secundária em Série de Comédia pelo seu desempenho em "Queen of Jordan". Porém, foi Julie Bowen quem saiu vitoriosa pelo seu papel como Claire Dunphy no episódio "Strangers on a Treadmill" de Modern Family.[52] Na 64.ª cerimónia anual dos Prémios da Associação de Argumentistas dos Estados Unidos (WGA), o trabalho de Tracey Wigfield no guião do episódio rendeu-a uma nomeação na categoria Melhor Comédia Episódica. No entanto, foi a dupla Steven Levitan e Jeffrey Richman que venceu pelo trabalho no guião do episódio "Caught in the Act", também do seriado Modern Family.[53] Ver tambémReferências
Ligações externas
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