Programa chinês de porta-aviõesDesde a década de 1970, a Marinha do Exército Popular de Libertação (MEPL) tem ambições de desenvolver e operar porta-aviões, e desde 1985 comprou quatro porta-aviões fora de uso para estudo; sendo estes, o porta-aviões Australiano de fabricação inglesa HMAS Melbourne e três porta-aviões utilizados pela União Soviética: Minsk, Kiev e Varyag. O Varyag mais tarde passou por uma extensa reforma para ser convertido no Liaoning, o primeiro porta-aviões operacional da China, que também serviu como base para futuros projetos. Atualmente, em 2022, a MEPL tem dois porta-aviões prontos para o combate, o Liaoning e o Shandong, com um terceiro, chamado Fujian, sendo construído.[1] HistóriaAmbições iniciaisDesde a década de 1970, a MEPL manifestou interesse em operar um porta-aviões como parte de suas aspirações de Marinha de Alto Mar.[2] Para preparar os comandantes necessários para os futuros porta-aviões, a Central de Comissões Militares aprovou o programa de pilotos de caça para futuros capitães em Maio de 1987, e a Academia Naval de Guangzhou foi selecionada como palco do treinamento. Aquisição do HMAS MelbourneA China adquiriu o porta-aviões desativado HMAS Melbourne da Marinha Real Australiana em Fevereiro de 1985, que havia sido vendido como ferro-velho, mas acabou sendo estudado por engenheiros e arquitetos navais do governo Chinês.[3] Apesar da remoção de equipamentos eletrônicos e armamentos, ainda havia vários equipamentos presentes no HMAS Melbourne, que foi o maior porta-aviões que os especialistas chineses haviam visto até o momento. Informes circularam dizendo que uma réplica do convés de voo ou o próprio convés teria sido utilizado em treinamentos clandestinos.[3] Anos depois, a Marinha Australiana teria recusado uma solicitação da MEPL que almejava conseguir os diagramas da catapulta a vapor do HMAS Melbourne. Outras tentativas de aquisiçãoA China também negociou com a Espanha para conseguir diagramas para construção de navios da Empresa Nacional Bazán, o que não resultou em compras, apesar da transferência de milhões de dólares em honorários, o que indica a provável transferência de designs.[4] Em 1995 e 200, respectivamente, a China adquiriu o Minsk e o Kiev, antigos porta-aviões soviéticos. Ambos deveriam ter sido sucateados conforme acordo, o que não aconteceu.[3] Ambos foram convertidos em atrações turísticas: um parque temático[5] e um hotel de luxo.[6] Em 1997, a China tentou comprar o porta-aviões francês aposentado Clemenceau, mas as negociações não foram exitosas.[7] Liaoning (Tipo 001)O porta-aviões soviético Varyag, de 67,5 toneladas, foi comprado pela por um empreendimento turístico de Macau em 1998. Em 2007 notícias anunciaram que o Varyag seria ajustado para serviço militar,[8] e em 2011 o Exército de Libertação Popular anunciou a compleição de sua reforma. Mais tarde o porta-aviões passou por testes[9] e em 2012 foi renomeado como Liaoning, e quatro anos depois estava pronto para combate. Status atualEm 2007, fontes domésticas chinesas indicavam que o país havia comprado um total de quatro sistemas de pouso de porta-aviões da Rússia, o que veio a ser confirmado mais tarde.[10] embora especialistas discordem do uso desses sistemas: alguns defendem que é uma clara evidência de construção de porta-aviões, outros dizem que servia para treinamento de pilotos para navios futuros. De acordo com a Nippon News Network (NNN), a pesquisa e desenvolvimento dos porta-aviões está sendo feita em uma base militar em Wuhan, e que os porta-aviões serão construídos em Shanghai.[11] De acordo com uma reportagem[11] o exército chinês teria construído um convés de voo em concreto que seria usado para treinar pilotos e pessoal. O convés teria sido construído no topo de um prédio do governo próximo a Wuhan.[12] Em Junho de 2011, o Chefe do Estado-Maior Geral do Exército de Libertação Popular confirmou que a China estaria construindo seu próprio porta-aviões. Em 30 de julho de 2011, um pesquisador da Academia de Ciências Militares disse que a China precisaria de pelo menos três porta-aviões, para igualar-se aos vizinhos Índia e Japão, que possuíam três.[13] Em julho de 2011, o Chefe de Inteligência de Taiwan anunciou que outros dois porta-aviões estavam sendo construídos em Xangai.[14] Em 24 de abril de 2013, foi divulgado que a China construiria ainda mais porta-aviões e estes seriam maiores e teriam capacidade de carregar mais caças do que o Liaoning.[15] Shandong (Tipo 002)O Tipo 002, ou Shandong, é o primeiro porta-aviões produzido na China. A construção começou em novembro de 2013 e terminou em abril de 2017, passando por nove testes marítimos ao longo de 18 meses e sendo oficialmente colocado em serviço em 19 de dezembro de 2019.[16] Fujian (Tipo 003)O terceiro porta-aviões da China é conhecido como Fujian, e tem um design totalmente diferente de seus antecessores. É o maior da frota, pouco menor do que os navios de Classe Ford da marinha dos EUA.[17] Sua construção começou em 2017 e foi concluída em novembro de 2021, sendo oficialmente completo e lançado em junho de 2022.[18] Tipo 004O Tipo 004 está em construção desde dezembro de 2017[19] e será menor que o Tipo 003. Os planos indicam que ele contará com propulsão nuclear,[20] que poderá ser utilizado em armas como lasers e canhões elétricos. Desenvolvimento de aeronaves baseadas em porta-aviõesA China inicialmente pretendia adquirir a aeronave russa Sukhoi Su-33 para ser operada a partir de seus porta-aviões, porém desenvolveu mais tarde a Shenyang J-15 baseado da Su-33. O Shenyang FC-31 é um caça de combate furtivo de tamanho médio que está em desenvolvimento e pode ser futuramente adotado para uso em porta-aviões.[21] Em julho de 2018, um jornal chinês publicou informações sobre uma variante melhorada do FC-31 que estaria sendo desenvolvido como um caça operacional alternativo. Lista de operadoras
Referências
Ligações externas
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