Pardis Sabeti
Pardis Sabeti (em persa: پردیس ثابتی; 1975, Teerã, Irã) é uma bióloga iraniana-estadunidense. É professora da Universidade Harvard, nos EUA, e pesquisa doenças infecciosas como ebola, febre de Lassa e Covid-19. Início de vidaPardis nasceu no Irã, em 1975. Seu pai era um oficial do governo do xá, e por isso Pardis sua família fugiram do país em outubro de 1978, na ocasião da Revolução Iraniana, e se refugiaram na Flórida, Estados Unidos. Antes de entrar na escola, era ensinada por sua irmã mais velha, e quando começou sua educação formal, teve facilidade com os conteúdos. Pardis afirma que seu status de imigrante permitiu que ela tivesse uma visão ampla do mundo.[1] Educação e pesquisaEstudou na Trinity Preparatory School, na Flórida, e conquistou uma bolsa por mérito escolar nacional. Estudou biologia no Massachusetts Institute of Technology e se graduou em 1997. Obteve um mestrado em biologia humana e um doutorado em antropologia biológica na Universidade de Oxford, estudando genética humana e malária, e obtendo o título em 2002.[1][2] Depois, concluiu um doutorado em medicina pela Escola de Medicina Harvard em 2006. Inicialmente planejava seguir a carreira como médica, mas decidiu continuar na pesquisa científica.[1] Tornou-se professora de Harvard, e coordena um laboratório na universidade. Desenvolve algoritmos que tentem auxiliar na compreensão da grande quantidade de dados existentes nos campos da genômica, ecologia, saúde global e ciências sociais. Para isso, ajudou a desenvolver o algoritmo Maximal Information-based Nonparametric Exploration (MINE), que permite encontrar correlações entre grandes grupos de dados, e age como uma "ferramenta geradora de hipóteses", de acordo com Pardis.[1] Em sua pesquisa, desenvolveu o teste Long-Range Haplotype (LRH), que investiga mutações no genoma humano que foram selecionadas por garantir proteção contra patógenos e se tornaram mais abundantes. Pardis trabalhou com o vírus causador da febre de Lassa, uma doença que causa febre hemorrágica e é endêmica da África Ocidental.[1] Além de professora em Harvard, Pardis é também membro do Broad Institute, localizado na área metropolitana de Boston, onde atua como líder do programa de doenças infecciosas e microbioma.[3] Durante o surto de Ebola na África Ocidental em 2014, Pardis liderou uma equipe que sequenciou amostras do vírus dos pacientes infectados logo no início do surto, o que permitiu entender melhor a doença e provar que ela estava se espalhando por contato de humanos para humanos.[4] Sua atuação no combate à essa epidemia a levou a escrever o livro Outbreak Culture: The Ebola Crisis and the Next Epidemic, em co-atoria com Lara Salahi. O livro descreve o funcionamento do combate à epidemia de ebola e as dificuldades enfrentadas devido a competição entre as organizações, diferenças históricas e culturais entre os agentes envolvidos, e mesmo motivações individuais nessa situação de estresse. Para o livro, foram consultadas mais de 200 pessoas que atuaram no combate ao surto.[5] Durante o surto de ebola, a equipe de Pardis liberou rapidamente as informações obtidas, afirmando que "é isso que se deve fazer durante um surto", para que não haja perda de tempo.[6] Algo semelhante ocorreu durante a pandemia de Covid-19 de 2019-2020. Cientistas utilizaram sites como Twitter e bioRxiv para compartilhar informações de maneira mais rápida do que a ciência tradicionalmente conseguiria fazer. Pardis afirmou que o desenvolvimento científico sobre a nova doença foi muito rápido, e a tecnologia está avançando cada vez mais. No entanto, faz um alerta: "a próxima vez que um vírus novo aparecer, não podemos aceitar que demore alguns meses para que os hospitais conseguirem testes", que são essenciais no combate de doenças infecciosas.[6] Apesar da importância de compartilhar informações rapidamente, Pardis ressalta a importância de uma análise rigorosa antes da publicação, pois informações incorretas podem atrapalhar muito o combate a doença.[7] No combate à Covid-19, o laboratório de Pardis fez uma parceria com o Massachusetts General Hospital, e ajudou a desenhar um dos primeiros testes para diagnosticar o SARS-CoV-2. Pardis integra o consórcio Massachusetts Consortium on Pathogen Readiness, na equipe de diagnóstico, e criou um teste que utiliza a tecnologia CRISPR.[7] PrêmiosEm 2014 ganhou o prêmio Vileck Prize for Creative Promise na categoria Ciência Biomédica. O prêmio visa valorizar as contribuições de imigrantes para os Estados Unidos.[1] No mesmo ano, foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes, segundo a revista Time, e foi uma das pessoas do ano, pelo combate ao vírus ebola.[4][8] Além disso, já recebeu os prêmios Smithsonian American Ingenuity Award for Natural Science e o NIH Innovator Award, entre outros.[9][3][10] É uma das 100 Mulheres da lista da BBC de 2020.[11] Referências
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