Parênteses triplos
Parênteses triplos, também conhecidos como (((eco))), ou, em inglês, (((echo))), são um símbolo antissemita usado para destacar o nome de pessoas de ascendência judaica ou de organizações que se supõe pertencerem a judeus. A prática originou-se do blogue neonazista The Right Stuff, filiado à chamada direita alternativa (alt-right) estadunidense. Os parênteses triplos foram adotados como um estigma on-line por antissemitas, neonazistas e nacionalistas brancos para identificar pessoas de ascendência judaica como alvos de assédio virtual, como jornalistas políticos judeus críticos de Donald Trump durante a sua campanha eleitoral em 2016.[1][2] O uso dessa notação recebeu maior atenção a partir de um artigo postado pelo site Mic em junho de 2016.[3][4] Esse texto também levou o Google a retirar uma extensão para o navegador Chrome que colocava automaticamente os três parênteses ao redor de nomes judaicos em páginas da internet[4] e à classificação dessa notação como discurso de ódio pela Liga Antidifamação.[3] Depois dessas ações, alguns usuários de redes sociais, tanto judeus quanto não judeus, colocaram intencionalmente os seus nomes entre três parênteses como um ato de reapropriação ou solidariedade.[5] Antes do seu uso desta maneira, os três parênteses eram usados em comunidades on-line, como a AOL, para indicar que um usuário estava sendo "abraçado virtualmente" por outro.[6] UsoO uso do "eco" originou-se de um episódio de 2014 do podcast The Daily Shoah (O Holocausto Diário, em tradução livre), produzido pelo blogue de alt-right, antissemita e nacionalista branco The Right Stuff.[7] O podcast veiculava um segmento conhecido como o "Minuto Comercial",[8] em que nomes judaicos eram falados com um efeito de eco para destacá-los. Os editores do The Right Stuff explicaram que o uso do eco, representado no texto por três parênteses, era um meme interno que representava uma opinião de que as ações de judeus no passado levaram seus nomes a "ecoar através da história".[8] Os parênteses triplos foram usados desde então em redes sociais como o Twitter por antissemitas, integrantes da alt-right, neonazistas e nacionalistas brancos como um sinal para marcar judeus como alvo de assédio virtual.[8] Vários jornalistas judeus contaram ao site Mic que, depois de terem seus nomes mencionados entre parênteses triplos, começaram a receber mensagens de trolls com conteúdo antissemita, fotos do Holocausto e ameaças de morte.[8] O jornal The Jerusalem Post relatou que os parênteses triplos surgiram como uma arma no arsenal da chamada alt-right, um movimento amorfo que se tornou mais visível durante a campanha eleitoral de Donald Trump em 2016, e que essas táticas eram cada vez mais usadas para marcar jornalistas judeus postando conteúdo crítico ao candidato do Partido Republicano.[4] Um usuário envolvido nesse tipo de movimento de ódio descreveu a notação dos três parênteses como um "apito de cachorro".[3][4] Ver também
Referências
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