Pachycymbiola brasiliana
Pachycymbiola brasiliana (nomeada, em inglês, brazilian volute[3] e, em português, caracol negro;[5] embora seja um caramujo;[6][7] durante o século XX, e até o início do século XXI, cientificamente denominada Adelomelon brasiliana,[3][4] ou Adelomelon brasilianum)[1] é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Volutidae. Foi classificada por Jean-Baptiste Lamarck, com a denominação de Voluta brasiliana, em 1811; no texto "Suite de la détermination des espèces de Mollusques testacés. Volute (Voluta)"; publicado nos Annales du Muséum d'Histoire Naturelle. 17.[1] Sua distribuição geográfica abrange o sudoeste do oceano Atlântico, entre o Rio de Janeiro, no sudeste do Brasil, até a província de Río Negro, na Argentina. Esta espécie de caramujo atinge até os 20 centímetros de comprimento. Pode ser usada na alimentação.[4] No Uruguai ela tem sido explorada comercialmente pela pesca, em pequena escala, desde o início da década de 1990.[8] Também pode ser encontrada nos sambaquis da costa brasileira.[9] Descrição da concha e hábitosConcha globosa, com espiral baixa, de até 6 voltas, e protoconcha arredondada. Sua superfície apresenta coloração creme a branco-acinzentada, dotada de linhas de crescimento visíveis e tubérculos, ou protuberâncias, fortes e destacadas; chegando até sua volta final, que apresenta abertura ampla, ocupando 4/5 de toda a concha (quase a totalidade do seu comprimento), quando vista por baixo, possuindo um lábio externo levemente espessado e columela com duas fortes pregas oblíquas. O interior da abertura e região da columela apresenta coloração de laranja-rosada a levemente amarronzada em algumas áreas, com canal sifonal curto e largo. Esta espécie carece de opérculo e tem concha revestida por um perióstraco negro-acastanhado e aderente. Pode ser encontrada com anêmonas e cracas (organismos epibiontes) em sua superfície.[4][8][10][11] É encontrada em costas arenoso-lodosas em até 77 metros de profundidade, se alimentando de bivalves.[4] Reprodução e oviposiçãoSegundo estudo realizado em Mar del Plata, Argentina, com espécimes coletados numa profundidade de 15 metros, a época reprodutiva de Pachycymbiola brasiliana se estende de setembro a abril (primavera e verão austrais), mostrando sincronização com a temperatura da água marinha. O tamanho mínimo das conchas, para a maturidade sexual das gônadas de machos e fêmeas, é de pouco mais de 10 centímetros de comprimento, sendo uma espécie com uma lenta taxa de crescimento e muito sensível à poluição. Suas cápsulas de ovos, translúcidas e amareladas, soltas, gigantescas e esféricas (conhecidas como cápsulas ovígeras), são arremessadas nas praias, possuindo de 5 a 6 centímetros de diâmetro e contendo de 5 a 33 embriões (RIOS, 1994 Op. cit., cita de 9 a 20), em seu interior. Possuindo concentrações de proteínas e carboidratos, elas possibilitam um desenvolvimento e metamorfose completos, em torno de 90 dias. Este é o único volutídeo sul-americano que possui cápsulas ovígeras liberadas diretamente na água, capazes de se deslocar por até 700 quilômetros de distância.[4][5][8] Ligações externas
Referências
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