Om mani padme humAuṃ maṇi padme hūṃ[1] (em sânscrito: ॐ मणिपद्मे हूँ) é um dos mantras do budismo; o mantra de seis sílabas do Bodisatva da compaixão: Avalokiteshvara. De origem indiana, de lá foi para o Tibete. O mantra é associado ao deus de 4 braços Shadakshari, uma das formas de Avalokiteshvara. O Dalai Lama é tido como uma emanação de Chenrezig (Avalokiteshvara), por isso o mantra é especialmente entoado por seus devotos e é comumente esculpido em rochas e escrito em papéis que são inseridos em rodas de oração ("mani korlo" em tibetano) para potencializar seu efeito. É o mantra mais entoado pelos budistas tibetanos. TransliteraçõesO mantra é diferentemente transliterado, dependendo das escolas do budismo, bem como dos professores individuais. A maioria das autoridades considera o maṇipadme como uma palavra composta em vez de duas simples palavras.[2] A escrita sânscrita não tem letras maiúsculas e isso significa que a capitalização de mantras transliterados varia de todas as letras maiúsculas, para maiúsculas iniciais, para não-maiúsculas. A tradução em todas as letras maiúsculas é típica de trabalhos eruditos mais antigos e de textos sadhana tibetanos.
SignificadoOs mantras podem ser interpretados pelos praticantes de muitas maneiras, ou mesmo como meras sequências de sons cujos efeitos estão além do significado estrito. A parte intermediária do mantra, maṇipadme, é frequentemente interpretada como "joia no lótus", Sânscrito maṇí "joia, gema, cintamani" e o locativo de padma "lótus", mas de acordo com Donald Lopez é muito mais provável que maṇipadme é de fato um vocativo, não um locativo, endereçando um bodisatva chamado maṇipadma, "Joia-Lótus" - um epíteto alternativo do bodisatva Avalokitesvara.[3] É precedido pela sílaba oṃ e seguido pela sílaba hūṃ, ambas interjeições sem significado linguístico. Há também interpretações como "Divina jóia flor de lotus, glória!" - que se refere ao processo dos processos ou "lei das leis" naturais da eterna renovação de todas as coisas e à reencarnação dos seres, "louvada seja a flor de lótus" ou "da lama nasce a flor de lótus".[4][5] Lopez também observa que a maioria dos textos budistas tibetanos considerou a tradução do mantra como secundária, concentrando-se na correspondência das seis sílabas do mantra a vários outros agrupamentos de seis na tradição budista.[6] Por exemplo, no Chenrezig Sadhana, Tsangsar Tulku Rinpoche expande o significado do mantra, tomando suas seis sílabas para representar a purificação dos seis reinos da existência:[7]
Ensinamento do 14° Dalai Lama"É muito bom recitar o mantra Om Mani Padme Hum, mas, enquanto se recita, deve-se pensar nos significados, pois os significados das seis sílabas são muitos e vastos." "'Om [...] simboliza o corpo, a fala e o discurso impuros do indivíduo; ao mesmo tempo ele simboliza a pureza do corpo, da fala e da mente do Buda[...]" "As próximas quatro sílabas indicam o Caminho. 'Mani' significa 'joia' e simboliza o método que é a intenção altruística de se tornar iluminado, simboliza compaixão, e amor.[...]" "As duas sílabas 'Padme' significam lótus e simbolizam a sabedoria[...]" "A pureza deve ser atingida através da unidade indivisível do método e da sabedoria, o que é simbolizado pela sílaba final 'hum', que significa indivisibilidade[...]" "Assim, as seis sílabas, Om Mani Padme Hum, significam que a prática do Caminho leva à transformação do corpo, da fala e da mente impura na exaltação de pureza que são o corpo, a fala e a mente do Buda[...]" —H.H. Tenzin Gyatso, 14° Dalai Lama, "Sobre o significado de: OM MANI PADME HUM"[8]
VariaçãoComo Bucknell et al. (1986, p. 15.) disse, o completo Mantra Avalokiteshvara inclui uma final hrīḥ (em sânscrito: ह्रीः, Predefinição:IPA-sa), que é representado iconograficamente no espaço central da mandala silábica como visto na decoração do teto do Palácio de Potala.[9] O mantra completo em tibetano é assim: ཨོཾ་མ་ཎི་པདྨེ་ཧཱུྃ་ཧྲཱིཿ O hrīḥ nem sempre é vocalizado de forma audível e pode ressoar "internamente" ou "secretamente" através da intencionalidade. Referências
Bibliografia
Ver também
Leitura adicional
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