Olga Korbut
Olga Valentinovna Korbut, em russo: Oльга Валентиновна Корбут, (Hrodna, 16 de maio de 1955) é uma ex-ginasta bielorrussa. Korbut participou mais notoriamente nos Jogos Olímpicos de 1972 em Munique onde as suas performances despertaram os olhares de todo o mundo. Olga é tri-medalhista olímpica, feito alcançado em sua estreia, em Munique, onde conquistou as medalhas de ouro por equipes, solo e trave. Foi apelidada "pardal de Minsk", em referência a sua graciosidade e a capital da Bielorússia.[1] CarreiraNascida em Grodno (como era chamada a cidade de Hrodna), Olga é filha de Valentin, um engenheiro, e de Valentina, uma cozinheira.[2] Além dos pais, a jovem ainda tinha duas irmãs mais jovens, Ludmilla e Zemfira. Ludmilla ingressou primeiro na modalidade ginástica e Olga a seguiu. Sua baixa estatura a permitia ser mais ágil que as outras crianças e destacar-se na turma. Aos onze, Korbut qualificou-se para ingressar na escola de esportes da União Soviética, junto a mais 500 outras meninas.[2] Sua primeira treinadora foi a medalhista olímpica de Tóquio em 1964, Yelena Volchetskaya, que, junto à Renald Knysh, ressaltou a determinação e a audácia da menina para treinar novas acrobacias.[3] Em 1967, aos doze anos de idade, a ginasta disputou o Campeonato Bielorrusso Júnior. No ano seguinte, conquistou as medalhas de ouro no salto, na trave e nas barras assimétricas no Campeonato Escolar Espartacus. Em 1969, no seu primeiro Campeonato Soviético, disputado aos catorze anos — graças a uma mudança nas regras que reduziu a idade — Korbut introduziu dois novos movimentos:[3] O salto Korbut — na trave[2] — e o flip Korbut[4] — um backflip realizado nas barras assimétricas, onde a ginasta apoia os pés na barra mais alta, salta de costas e retoma na pegada frontal a mesma barra. Suas performances lhe renderam apenas a quinta colocação, pois os juízes concluíram que seus movimentos estavam fora do padrão da ginástica, além de serem perigosos.[3] No ano seguinte, a atleta foi medalhista de ouro no salto e de prata nas assimétricas em outra edição do Campeonato Soviético. Internacionalmente, participando da Copa Chinichi, Olga conquistou a segunda colocação do concurso geral. Já nas edições posteriores, em 1971, o desempenho da ginasta rendeu-lhe uma medalha de prata na trave, conquistada no Campeonato Soviético e uma de bronze, na Copa Chinichi. Aos dezessete anos, Olga Korbut transformou a ginástica em um esporte interessante para as crianças, durante suas apresentações nas Olimpíadas de 1972, em Munique. Rapidamente a ginástica — e, a seguir, outros esportes — foi encampada pelos pré-adolescentes.[5] A ginasta media pouco mais de 1,50 m e pesava cerca de 40 kg. Seu corpo diminuto — que depois se tornaria um padrão para as atletas da especialidade — tornou os exercícios de solo e de barras mais dinâmicos, fortes e com um maior número de acrobacias,[6] se comparados à ginástica praticada até então. Olga, em sua estreia, ganhou a medalha de ouro na trave, nos exercícios no solo e no concurso completo por equipes, além da prata nas barras assimétricas — aparelho no qual especializou-se.[1] Ao encerramento das Olimpíadas, Korbut ficou famosa — seu estilo agradou o público no mundo inteiro e foi eleita a atleta do ano.[3] Em 1973, a Associated Press também elegeu Olga como a atleta do ano — era a primeira vez em 40 anos de regime soviético. Em seguida, ela foi aos Estados Unidos visitar o presidente Richard Nixon na Casa Branca, em Washington, e o primeiro-ministro inglês.[3] De volta à Grodno, a ginasta retomou os estudos. No ano seguinte, participando de seu primeiro e único Mundial, o Campeonato de Varna em 1974, na Bulgária, Olga conquistou seis das medalhas que disputou: foi ouro por equipes e no salto, e prata no concurso geral, barras assimétricas, trave e solo.[7] Nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, Olga participou de sua última competição: obteve uma medalha de ouro por equipe e uma de prata na trave. Porém, no individual geral, terminou em quinto lugar, em uma apresentação aquém da esperada, mas justificada pela falta de forma — física e psicológica — da atleta.[3] Depois de Montreal, Olga deixou de competir. Em 1986, o desastre de Chernobyl fez Olga mudar-se para os Estados Unidos com o filho e o marido. Dois anos mais tarde, foi a primeira ginasta (entre homens e mulheres) a figurar no International Gymnastics Hall of Fame.[8] No ano seguinte, diagnosticou um problema na tireóide, resultado do acidente nuclear. Em 1990, tornou-se porta-voz da Fundação de Ajuda de Emergência Infantil, para crianças vítimas do desastre.[9] Mais tarde, acabou por divorciar-se e se tornou treinadora.[7] Nos Jogos Olímpicos de 1996 fez parte, como dirigente, da delegação da Bielorrússia. Hoje, vive em Scottsdale, no Arizona e é treinadora do Olga Korbut Gymnastics, onde ensina dança e ginástica sob seu programa de força e condicionamento próprio.[10] No ano 2000 naturalizou-se cidadã americana.[11] Em 2017, no contexto de dificuldades financeiras, leiloou medalhas de suas conquistas esportivas, incluindo as premiações olímpicas. A venda rendeu a Olga Korbut 173 mil euros.[1] Principais resultadosVer também
Referências
Ligações externas
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