OK Computer é, em grande parte, uma tentativa deliberada dos seus autores de afastar-se do estilo musical prévio guiado por guitarras elétricas e letras introspectivas, como no álbum anterior, The Bends. O trabalho lírico abstrato, a instrumentação densamente produzida e a gama de influências conceituais em OK Computer introduziram o experimentalismo na obra do Radiohead, algo que retornaria como a principal característica dos álbuns posteriores.
Quando as gravações foram entregues à gravadora, representantes da gravadora abaixaram as expectativas de venda, acusando o álbum de ser pouco comercial. Ainda assim, OK Computer alcançou o primeiro lugar na UK Albums Chart e tornou-se o álbum mais bem sucedido da banda nas paradas estadunidenses até aquele momento, atingindo o número 21 na Billboard 200. Quatro canções do álbum – "Paranoid Android", "Karma Police", "Lucky" e "No Surprises" – foram lançadas como singles promocionais. OK Computer expandiu o sucesso do grupo ao redor do mundo e, até o presente momento, vendeu mais de oito milhões de cópias mundialmente.
O álbum recebeu aclamação da crítica especializada logo após seu lançamento. Em anos subsequentes, continua a ser citado por ouvintes, críticos e músicos em geral como um dos melhores discos de sua época, e um dos melhores da história da música. O trabalho do Radiohead nessa obra foi decisivo para uma transição estética da música popular inglesa, que saía do estouro do Britpop em direção a um estilo atmosférico e melancólico que prevaleceria na década seguinte. No que diz respeito ao trabalho lírico de OK Computer, acredita-se que este lide com temas como crescimento do consumismo no final da década de 90, alienação social, isolamento emocional e divergências políticas; desta forma, os temas do álbum são frequentemente vistos como uma previsão do que veio a ser conhecido como o estilo de vida do século XXI.
Antecedentes
Em 1995, o Radiohead estava na turnê de divulgação de seu aclamado segundo álbum The Bends. No meio da turnê, a banda foi solicitada por Brian Eno a gravar uma canção para o The Help Album, um álbum de caridade organizado pela instituição War Child. The Help Album seria gravado em apenas um dia, 4 de setembro de 1995, e lançado rapidamente na mesma semana. Naquele dia, a banda gravou "Lucky" em cinco horas com o engenheiroNigel Godrich, que havia auxiliado o produtor John Leckie em The Bends and já havia produzido alguns lados B da banda anteriormente.[3]
Sobre a sessão daquele dia, Godrich disse que "essas coisas são as mais inspiradoras, quando fazemos o trabalho bem rápido e não há nada a perder. Nós saímos com um sentimento bem eufórico. Depois de sentir uma harmonia com a banda em relação àquela gravação, eu meio que comecei a esperar estar envolvido no próximo álbum."[4] Para promover The Help Album, "Lucky" foi a primeira faixa do Help EP, que atingiu a modesta posição nº 51, já que a BBC Radio 1 decidiu não a tocar.[5] Isso desapontou Thom Yorke,[5] mas ele disse posteriormente que "Lucky" foi essencial na formação da sonoridade do próximo álbum. De acordo com o vocalista,[3] " 'Lucky' foi um indício do que queríamos fazer. Foi como a primeira marca na parede."[6]
Gravação
Em Julho de 1996, o Radiohead começou a ensaiar e gravar para o OK Computer no então estúdio da banda Canned Applause (um galpão improvisado, próximo a Didcot, Oxfordshire). Mesmo sem um curto prazo determinado pela gravadora (fator que contribuiu para o estresse nas gravações do The Bends)[7] a banda teve algumas dificuldades, as quais Selway culpou a escolha da banda de se auto-produzir: "Nós estávamos pulando de faixa em faixa, e quando começamos a ficar sem ideias, nós passávamos para uma nova... A coisa estúpida era que estávamos quase terminando quando decidimos seguir em frente, porque muito trabalho havia sido aplicado às canções ". Os membros trabalharam com papéis quase iguais na produção e composição musical, embora Thom Yorke ainda fosse firmemente "a voz mais alta" segundo O'Brien.
Relançamento de 2009 - OK Computer Collectors Edition
OK Computer foi amplamente aclamado pela crítica. Críticos da imprensa britânica e americana concordaram que o álbum era um marco que teria grande impacto e importância a longo prazo, e que seu experimentalismo fez com que fosse desafiador ouvi-lo.[15][16] De acordo com Tim Footman, "desde 1967, com o lançamento de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, muitos críticos importantes concordaram imediatamente, não apenas com os méritos de um álbum, mas com seu significado a longo prazo e sua capacidade de sintetizar um ponto particular na história ".[15] Na imprensa inglesa, o álbum recebeu críticas favoráveis em revistas como NME, Melody Maker, The Guardian, e Q. Nick Kent escreveu para a Mojo que "Outros álbuns podem acabar vendendo mais, mas daqui a 20 anos eu aposto que OK Computer será visto como a obra chave de 1997, o primeiro a levar o rock para frente ao invés de refazer as estéticas e estruturas das músicas de uma época anterior. ".
Relançamento de 2017 - OK Computer OKNOTOK 1997 2017
Em 2 de maio de 2017, juntamente com a gravadora XL Recording, Radiohead anunciou uma reedição do álbum em seu 20º aniversário, OK Computer OKNOTOK 1997 2017. A reedição inclui uma versão remasterizada do álbum, além de oito faixas lados-B e três músicas inéditas: "I Promise[17]", "Man of War[18]" e "Lift[19]". A edição box inclui o álbum em vinil, um livro com mais de 30 ilustrações e notas e uma fita cassete de demos e gravações de sessões do OK Computer, incluindo músicas inéditas.[20] O OKNOTOK estreou em primeiro lugar no UK Albums Chart, impulsionado pela performance da banda no Festival de Glastonbury.[21] Foi o álbum mais vendido em lojas de discos independentes entre abril de 2017 e abril de 2018.[22]
↑«"The Bends": A obra-prima do Radiohead?». SRZD | Sidney Rezende. "As gravações foram tensas, e a pressão, imensa, por conta do imenso sucesso de "Creep". Todos aguardavam o segundo álbum do Radiohead com imensa expectativa, mas Thom Yorke parecia não estar muito preocupado com isso.". 19 de março de 2009. Consultado em 23 de julho de 2018
↑ abFootman, Tim (2007). Welcome to the Machine: OK Computer and the Death of the Classic Album. New Malden: Chrome Dreams. New Malden: Chrome Dreams. pp. 181–182
↑Clarke, Martin (2010). Radiohead: Hysterical and Useless. Londres: Plexus