Navios dos filósofos
Navios dos filósofos (ru: философский пароход) foi uma operação do governo bolchevique da Rússia Soviética, na qual intelectuais dissidentes foram expulsos do país em Setembro e Novembro de 1922. Lenin, o mandante da expulsão, descreveu este como um "expurgo de longo prazo da Rússia".[1] Expatriação em 1922O recém-estabelecido poder soviético tentou por todos os meios consolidar seu poder e nos primeiros anos de seu governo milhares de membros da oposição foram presos e fuzilados. Mais tarde, surgiu a ideia de se livrar de dissidentes expulsando-os para o exterior. "Navios dos filósofos" é o nome coletivo de pelo menos cinco navios com os quais, em 1922, intelectuais indesejados foram deportados para o exterior em grande número da Rússia soviética.[2] No sentido mais estreito, o termo refere-se às viagens do navio de passageiros alemão Oberbürgermeister Haken em 29-30 de Setembro de 1922 e ao navio transportador de material ferroviário Prússia em 16-17 de Novembro de 1922,[3] as 225 pessoas, incluindo 32 estudantes, foram enviadas de Petrogrado a Estetino (então Alemanha, atual Polônia). Já em 19 de Setembro de 1922, um navio a vapor com representantes da intelligentsia ucraniana zarpou de Odessa rumo a Constantinopla e em 18 de Dezembro de 1922, o navio Jeanne deixou Sebastopol seguindo para o mesmo destino.[4] Além dos "navios dos filósofos", houve outras expulsões de intelectuais por vias terrestres através da fronteira polonesa, para Alemanha, Letônia, Finlândia e Afeganistão.[4] As deportações foram realizadas por ordem direta de Lenin sem julgamento, uma vez que os exilados não poderiam ser formalmente acusados de qualquer delito. Lenin determinou o fuzilamento dos que tentassem retornar e, em carta a Stalin, em Junho daquele ano, escreveu: "Vamos limpar a Rússia de uma vez por todas".[5] Trótski comentou sobre as ações de expulsão de 1922:
Entre os intelectuais exilados à força nos "navios dos filósofos" em 1922, incluindo professores universitários e onze filósofos, estavam as seguintes personalidades conhecidas:[6]
Entre as 224 pessoas exiladas estavam 43 médicos, 69 professores, estudantes e cientistas, 10 engenheiros, 7 advogados e juízes, 29 escritores, jornalistas, etc.[6] Ver tambémReferências
Literatura
Ligações externas
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