Em 2016, o Governo brasileiro decreta uma Medida Provisória obrigando que todos os de ‘melanina acentuada’ sejam capturados e enviados imediatamente à África, provocando, em pleno século XXI, o revés da diáspora vivida pelo povo africano do Brasil escravocrata. A medida é uma ação de reparação social aos danos causados pela União. Mas, para não incorrer no crime de “Invasão a Domicílo”, eles só podem ser capturados na rua. Assim, André e Antônio passam o dia trancados no apartamento, debatendo as questões sociais e econômicas da vida atual, seus anseios pessoais e as consequências de um iminente retorno à África-mãe.[8][9]
Histórico
Sem tratar do racismo diretamente, o texto induz o espectador a pensar sobre na medida em que acompanha o drama dos primos e o seu debate acerca da possibilidade de voltar para a África.
Em 2014, o texto foi traduzido para o alemão pelo prof. Dr. Henry Thorau e publicado pela editora Fischer Theater Verlag.[10]
O Prof. Dr. Henry Thorau publicou, ainda, artigo em português no qual defende que Namibia, Não! é um marco na dramaturgia brasileira ao reinventar o teatro político no Brasil.[11]
Em 2016 o texto foi traduzido por Almiro Andrade para o inglês e teve leitura cênica apresentada no Soho Theatre.[12] No elenco, os atores Femi Oyeniran e Anyebe Godwin.
Em 2012 o texto foi publicado em livro pela Ed. Edufba e foi laureado em Primeiro Lugar no Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Ficção para Jovens sendo o Aldri Anunciação primeiro negro a receber o prêmio por uma obra de ficção.
Através do conceito "Melanina Acentuada", cunhado por Aldri Anunciação na obra Namíbia, Não!, esta desdobrou-se, além do livro publicado pela Ed. Edufba, em um Festival chamado Festival Dramaturgias da Melanina Acentuada[14] e em um portal de conteúdos sobre dramaturgia negra brasileira, o Melanina Digital
Teatro
Escrito e produzido pelo dramaturgo e também ator baiano Aldri Anunciação foi dirigido no teatro pelo ator baiano Lázaro Ramos, a peça teatral é um sucesso de público e crítica tendo alcançado mais de 400 mil espectadores em 10 estados brasileiros (Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal). Atuam no espetáculo, na formação original, os atores Aldri Anunciação e Flávio Bauraqui. Ao longo dos 4 anos do espetáculo, os atores Sergio Menezes e Fernando Santana passaram a integrar o time que se reveza na interpretação dos papeis de André e Antônio.
Em 2013, Namíbia, Não! foi um dos espetáculos que representou o Brasil no Ano do Brasil em Portugal, evento promovido pelo Ministério da Cultura do Brasil, com apresentações no Teatro Nacional São João na cidade do Porto. Na ocasião, abriu a programação do FITEI - Festival Internacional de Teatro Ibero-americando da cidade do Porto.
Em 2012, o espetáculo foi agraciado com prêmio Braskem de Teatro de Salvador/BA na categoria Melhor Texto para Aldri Anunciação, tendo sido indicado, ainda, ao prêmio de Melhor Direção para Lázaro Ramos. Recebeu, também, o prêmio de Melhor Texto do ano de 2012 pelo portal R7.
Em sua estreia na cidade do Rio de Janeiro em 2011 foi considerado pela temida crítica carioca Barbara Heliodora, como sendo "uma grata contribuição à dramaturgia brasileira".
Em agosto de 2020, a peça retornou ao Teatro Castro Alves para a temporada comemorativa de 10 anos, com o ator paulista Ícaro Silva dividindo o protagonismo com Aldri Anunciação.[15]