Heliodora Carneiro de Mendonça
Heliodora Carneiro de Mendonça OMC (Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1923 — Rio de Janeiro, 10 de abril de 2015), conhecida como Barbara Heliodora, foi uma professora, ensaísta, tradutora e crítica de teatro brasileira,[2] além de reconhecidamente uma autoridade na obra de William Shakespeare.[1] Por muitos anos foi professora emérita e titular aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante o curso de sua carreira, foi condecorada com várias honrarias, entre as quais a Ordre des Arts et des Lettres do Ministério da Cultura da França e, no Brasil, a medalha João Ribeiro pela da Academia Brasileira de Letras. CarreiraFilha mais nova do casal de intelectuais Anna Amélia e Marcos Carneiro de Mendonça, Barbara Heliodora inicia sua carreira em 1958, aos 35 anos, como crítica teatral da Tribuna da Imprensa.[1] De 1958 a 1964 assina a coluna especializada do Jornal do Brasil, logo adquirindo respeito graças à seriedade, ao rigor e à erudição dos seus artigos.[1] Foi uma das líderes na modernização da crítica teatral no Rio de Janeiro, através do Círculo Independente de Críticos Teatrais.[1] De 1964 a 1967, afasta-se da crítica para atuar na direção do Serviço Nacional de Teatro (SNT).[1] Mais tarde volta-se unicamente ao ensino ao atuar como professora de história de teatro no Conservatório Nacional de Teatro e, posteriormente, professora titular da mesma disciplina no Centro de Letras e Artes da Uni-Rio, cargo que desempenhou até a sua aposentadoria, em 1985.[1] Mais tarde, também ministrou cursos de pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP), onde defendeu, em 1975, tese de doutorado intitulada "A Expressão Dramática do Homem Político em Shakespeare", posteriormente transformada em livro.[1] Publicou também Algumas Reflexões sobre o Teatro Brasileiro em 1972.[1] Em 1986, voltou a exercer a crítica jornalística na revista Visão, passando depois a jornais como O Globo, onde se estabeleceu. Na década de 90, voltou a lecionar no curso de mestrado em teatro da Uni-Rio.[1] Publicou textos também no Estado de S. Paulo. Uma de suas obras mais conhecidas é Falando de Shakespeare, a expressão dramática do homem político em Shakespeare e Martins Pena: uma introdução. Também é considerada uma "polemista inveterada". Em 2013 publicou A história do teatro no Rio de Janeiro e Caminhos do teatro ocidental. Em 2014 lançou Shakespeare: o que as peças contam — Tudo o que você precisa saber para descobrir e amar a obra do maior dramaturgo de todos os tempos.[2] Já em janeiro de 2014, aos 90 anos, decidiu sair de cena, embora já estivesse aposentada desde 1985.[3] Deixa seu cargo de crítica de teatro n'O Globo para o crítico Macksen Luiz.[3][4] MorteBárbara foi internada no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, em 23 de março e faleceu em 10 de abril de 2015 com suspeita de pneumonia. Deixou três filhas, de dois casamentos, e quatro netos. Foi velada e cremada no Memorial do Carmo, no Cemitério do Caju, no Rio.[2] Obras
Referências
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