Massacre de Kfar Aza
Durante o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, cerca de 70 militantes do Hamas atacaram Kfar Aza, um kibutz localizado a cerca de 3 quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza, massacrando residentes e sequestrando vários reféns. O número total de vítimas ainda não era conhecido até 10 de outubro. O kibutz tinha 400 residentes. Levou dois dias para as Forças de Defesa de Israel restabelecerem a ordem. O ataque foi notável pelo seu nível de violência, com alegações de decapitações e desmembramento de bebês e adultos, bem como disseminação de histórias falsas sobre o ocorrido.[1] MassacrePor volta de 70 milicianos do Hamas conseguiram atravessar um muro que separava o kibutz da Faixa de Gaza na manhã de 7 de outubro de 2023.[2] Após entrarem no kibutz, que fica a 3 quilômetros de Gaza, os militantes procederam a massacrar os residentes da comunidade.[2] Os militantes islâmicos iniciaram seu ataque à comunidade mirando o lado oeste da mesma, uma área do kibutz próxima a Gaza onde viviam famílias com crianças pequenas.[3][4] Membros do kibutz com treinamento militar, que formaram uma guarda armada voluntária, lutaram contra os milicianos invasores para defender a comunidade.[4] Todos os membros da guarda armada voluntária do kibutz foram mortos,[5] e os milicianos ampliaram o ataque em todas as direções.[3] Os milicianos invasores incendiaram casas e mataram residentes civis.[6][7][8] Corpos foram encontrados com as mãos amarradas.[8] De acordo com a BBC News, parece que a maioria das vítimas do massacre morreu nas primeiras horas do ataque.[5] Até 10 de outubro de 2023, os soldados ainda estavam percorrendo a comunidade para recuperar os corpos.[9] O número total de civis mortos ainda não é conhecido,[8] mas havia alegações de que os mortos incluem pelo menos 40 crianças.[3][10] Membros das Forças de Defesa de Israel que responderam ao local disseram em entrevista à i24News que alguns corpos das 40 crianças mortas foram encontrados decapitados,[11] embora o Departamento de Relações Públicas das Forças de Defesa de Israel tenha informado à Agência Anadolu em 10 de outubro que não podia confirmar relatos de bebês decapitados.[12] A BBC entrevistou Davidi Ben Zion, comandante da Unidade 71, que afirmou que vários civis foram decapitados.[5] Libby Weiss, porta-voz do exército israelense, disse à CBS News que soldados disseram pra ele que bebês e menores de idade haviam sido decapitados ao lado de corpos de adultos desmembrados.[13] O Hamas nega que o ataque tenha envolvido decapitação de bebês.[14] Até dia 12, não havia evidência fotográfica de decapitação de bebês, como anunciado pela i24News.[15] O canal é conhecido por fazer informações sem base sobre o conflito israelo-palestino.[16] Foram compartilhadas imagens geradas por inteligência artificial em redes sociais como evidência dos bebês mortos, que foram rapidamente identificadas como falsas.[17] O fotojornalista israelente Aren Ziv conversou com soldados no local, disse não ter visto evidência da decapitação, e disse que Israel utiliza informações falsas para "justificar seus crimes de guerra".[18] Mesmo sem confirmação, diversos veículos de mídia divulgaram a informação dos 40 bebês decapitados.[19] Além disso, os milicianos sequestraram reféns no kibutz[20][21] e a Associated Press confirmou que quatro reféns foram sequestrados em 7 de outubro.[22] O Major General de Israel, Itai Veruv, descreveu o massacre como um ataque terrorista.[20] Antes do massacre, a comunidade tinha 400 residentes. Levou dois dias e meio para as Forças de Defesa de Israel reestabelecerem a ordem.[4] Os paraquedistas da Unidade 71 lideraram o assalto para retomar a comunidade.[5] Jornalistas foram autorizados a acessar o local em 10 de outubro.[10][20] O Hamas também divulgou imagens de vídeo do ataque.[23] VítimasDe acordo com a BBC News, parece que a maioria das vítimas do massacre morreu nas primeiras horas do ataque. Até 10 de outubro de 2023, soldados ainda estavam vasculhando a comunidade em busca dos corpos.[24] Soldados israelenses na cidade afirmaram que vários civis foram decapitados.[5] Crianças e bebês, segundo relatos, estavam entre os mortos.[13][15][25] Alegação de decapitaçõesUm membro das Forças de Defesa de Israel (IDF) que respondeu ao local afirmou em uma entrevista à I24NEWS que 40 crianças foram mortas, algumas delas decapitadas pelo Hamas.[11][10] A CBS News posteriormente entrevistou Yossi Landau, chefe regional da organização de socorristas ZAKA, que afirmou que bebês e menores foram decapitados junto com os corpos de adultos desmembrados.[13] Diferentes versões da história foram divulgadas, incluindo afirmações de que "dúzias" de bebês haviam sido decapitados, ou então que foram enforcados ou ainda queimados.[1] Uma alegação de que vários bebês foram decapitados também foi feita pelo porta-voz do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e a alegação mais destacada foi repetida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que afirmou ter visto evidências fotográficas disso.[26][27] A Casa Branca posteriormente negou que Biden tenha visto imagens fotográficas e esclareceu que ele se referia a relatórios da mídia e declarações de Netanyahu.[15][27] As IDF afirmaram à Insider que não investigariam mais a alegação, citando que seria "desrespeitoso com os mortos" fazê-lo.[28] O escritório de Netanyahu divulgou fotos de bebês mortos, afirmando que eles foram mortos e queimados no ataque.[29] O Jerusalem Post afirmou que essas imagens confirmaram que bebês foram decapitados,[25] enquanto a NBC News afirmou que a alegação não pôde ser verificada de forma independente e que nenhuma evidência fotográfica de bebês decapitados foi fornecida.[15] A CNN informou que as alegações de decapitação não puderam ser confirmadas.[30] O jornal de Israel Haaretz afirmou que a história é falsa. Ishay Coen, jornalista do site Kikar Hashabbat, havia divulgado a informação, e depois apagou ao receber a informação da fabricação.[1] Propagação de desinformaçãoA alegação de que 40 bebês foram decapitados ganhou ampla atenção nas redes sociais, com mais de 40 milhões de impressões no X (anteriormente Twitter), propagada pelo site israelense I24NEWS e pela conta oficial de Israel. A alegação chegou à primeira página de quase uma dúzia de jornais britânicos. A NBC News afirmou que a alegação provavelmente era incorreta e se baseava na confusão de duas declarações separadas feitas por soldados das IDF.[15][31] As alegações de decapitação de bebês foram compartilhadas pela mídia, sem confirmação do exército de Israel. Em investigação, a fonte da informação foi traçada até David Ben Zion, comandante da Unidade 71, extremista que incitou violência contra palestinos.[32][33] Veja tambémReferências
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