Maria Eugénia Cunhal
Maria Eugénia Barreirinhas Cunhal Medina (Lisboa, 17 de janeiro de 1927 - 10 de dezembro de 2015) era uma jornalista, poetisa, escritora, professora e tradutora portuguesa que usou também o pseudónimo Maria André. BiografiaNasce em Lisboa Maria Eugénia Barreirinhas Cunhal, filha de Mercedes Simões Ferreira Barreirinhas (5 de maio de 1888 - 12 de setembro de 1971) e Avelino Henriques da Costa Cunhal (28 de outubro de 1877 - 19 de dezembro de 1966). Era a mais nova de quatro filhos do casal, dentre os quais se destacam o seu irmão Álvaro Cunhal, que era 14 anos mais velho do que ela. A irmã Maria Mansueta morreu em 1921, antes dela nascer e o irmão mais velho, António José, morreu quando ela tinha seis anos, em 1933.[1] Desde cedo interage com grandes figuras da literatura portuguesa, como José Gomes Ferreira, Alves Redol, Soeiro Pereira Gomes, que frequentavam a casa dos pais, nas Avenidas Novas, em Lisboa.[2] Inicia a escola primária num colégio onde o pai era professor, mas completa-a em casa devido ao pai ser expluso aquando da primeira prisão de Álvaro Cunhal, em 1937 que visita, aos nove anos de idade na prisão de Aljube.[3][4] Continua os estudos no Liceu Francês. Não prossegue para o ensino superior, mas começa a dar explicações, e faz traduções de legendas para a televisão; é a primeira tradutora dos contos de Tchekov para português.[5] Os seus poemas são publicados pela primeira vez na revista Vértice, sob o pseudónimo Maria André, entre 1937 e 1951.[1] Quando o pai é preso é também detida pela PIDE, a 2 de fevereiro de 1945, aos 18 anos, e interrogada, sendo libertada no dia seguinte por acção da mãe.[2][4] É também sujeita a várias detenções para interrogatórios quando Álvaro Cunhal se encontra na clandestinidade.[6][7] Cedo se torna militante do Partido Comunista Português, onde permanecerá até morrer, no sector Intelectual, Artes e Letras da Organização Regional de Lisboa no PCP.[4] Aos 21 anos casa com o psiquiatra Fernando Medina, primo de Urbano Tavares Rodrigues, e enviúva em 1964.[4][8] Teve quatro filhos, Pedro (1950 - 1999), Miguel (1951 - 2006), Duarte e Joana.[7] Em 1973 colabora na produção do filme Jaime, realizado por António Reis.[9] Maria Teresa Horta dedica-lhe o poema Maternidade (II) no seu livro As Mulheres de Abril em 1976. Aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, tendo participado em reuniões sob a direcção de Maria Lamas, e fez também parte da Associação Feminina Portuguesa para a Paz. Trabalha desde 1978 até 1982 como jornalista da revista Mulheres, projecto editorial ligado ao Movimento Democrático de Mulheres, sob a direcção de Maria Lamas e com Maria Teresa Horta como chefe de redacção.[10] Aqui publica entre outros uma reportagem sobre as Minas da Panasqueira, e outra sobre mulheres trabalhadores, intitulada Mulheres de Setúbal: Muitas formas de Vida.[11] Morreu em Lisboa, tendo sido posta em câmara ardente na sociedade Voz do Operário, e foi depos cremadada no cemitério do Alto de S. João.[7] ObrasPoesia
Prosa
Antologias
Traduções
Referências
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