Maadi (sítio arqueológico) Nota: Para outros significados, veja Maadi.
Maadi foi um sítio arqueológico do Calcolítico localizado próximo do Cairo, capital do Egito. Foi investigado entre 1930 e 1948, mas nenhuma sequência cronológica coerente foi definida. Desde meados da década de 1980, novas escavações foram feitas na porção oeste do sítio em resposta à progressiva destruição por ocupação moderna.[1] LocalizaçãoMaadi está na margem oeste do Nilo, ao sul do Cairo, a 10 quilômetros ao norte de Omari num cume na entrada do Uádi Ti, o que coloca-a fora do alcance das zonas sujeitas às inundação do rio.[2] Foi um dos maiores sítios escavados do Período Pré-Dinástico do Baixo Egito e dada sua localização teve relevância como comunidade agrícola, artesã e metalúrgica e ponto de ligação no comércio inter-regional entre o Alto Egito e o Oriente Próximo. A ecologia da zona onde o sítio está localizado é rica em fauna e flora oriunda da planície do rio e áreas extensas da hinterlândia desértica. Compreende uma área de 18 hectares e tinha uma população estimada de menos de 1 000 pessoas.[3] CaracterísticasData do começo do IV milênio a.C. e é contemporâneo a Nacada I-IIB. Foi escavado seletivamente. Sua organização mostra poucos sinais de planejamento urbano e não há indícios da separação de áreas às atividades específicas (econômica, ritual, residencial).[2] Foi tido como os "restos de uma cidade em expansão" [4] e é formado por um sítio principal ligado a um cemitério e um sítio secundário ligado a outro cemitério. Possui cabanas ovais, estruturas em forma de ferradura, casas subterrâneas, estruturas retangulares (talvez currais), lareiras e silos (localizados nas bordas do assentamento).[5] Os edifícios subterrâneos se assemelham aqueles da Cultura de Bersebá.[6] Ao possuir edifícios de estocagem bem desenvolvidos, propôs-se que era uma sociedade bem-organizada que baseou suas atividades em elaborado sistema de estocagem. Tijolos secos ao Sol e pedras com argamassa foram usadas para erigir os edifícios e a diversidade das formas das estruturas pode indicar diferenciação social;[2] a tecnologia de tijolos pode ter sido inventada no Levante e foi importada ao Egito.[7] Paliçadas e longas valas estreitas formavam parte das defesas da cidade, mas há evidência de que foi saqueada e queimada ao menos uma vez.[8] Não há claros indícios de que Maadi desempenhou atividades metalúrgicas, mas dada sua posição pensa-se que fosse centro de importação, manufatura e disseminação de cobre e objetos de cobre.[9] Buto, no delta, produziu abundante conjunto lítico e cerâmico comparável aos conjuntos de Maadi.[10] Em Buto, Maadi e Mendes foram achadas cerâmicas fibrosas atípicas.[11] Nos estratos inferiores de Maadi, há betume que provavelmente era oriundo do mar Morto, na Palestina.[12] De seus restos faunísticos (7595 ao todo), 79,5% eram de animais domesticados, enquanto o restante eram de peixes (10,6%), moluscos (7,5%) e animais selvagens (2,4%).[13] Comparando padrões de outros sítios e com base na análise osteológica dos ossos, concluiu-se que dos animais domésticos os suínos eram aqueles destinados ao consumo da carne, sendo abatidos com menos idade, enquanto os bovinos e ovi-caprinos produziam leite e lã.[14] Dos ossos de animais domésticados (6 038 ao todo), 20,6% são suínos, 38,3 são bovinos e 41,1% são ovi-caprinos.[15] Há alguns exemplos de figurinhas animais encontradas em Maadi, mas ao que parece são diferentes daquelas coetâneas do sul do Levante.[16]
Referências
Bibliografia
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