Lopo Afonso de Baião
Lopo Afonso de Baião (ou erradamente, Saro Afonso[1]) (Depois de 1185 - c. 1220) foi um rico-homem do Reino de Portugal. Primeiros anosNascido depois de 1185, Lopo Afonso era filho (provavelmente primogénito[2]) de Afonso Hermiges de Baião e da sua primeira esposa, Teresa Pires I de Bragança. Lopo começa a surgir na documentação de corte em 1205, mais tarde que o seu irmão Ponço Afonso de Baião (que confirmava documentação curial desde 1202[3]). Entrada na corteÉ precisamente a partir deste ano que começa a governar, até 1220, as tenências de Godim e Baião (a tradicional da família, que exerce aliás mais cedo que o seu irmão). Em 1213 surge com um novo cargo tenencial em Gouveia. O testamento de Sancho I e o conflito sucessórioAntecedentes: o testamento e a divergência nobiliárquicaApós a morte de Sancho I de Portugal, que nomeara como testamenteiros Gonçalo Mendes II de Sousa, Lourenço Soares de Ribadouro, Gonçalo Soares, Pedro Afonso de Ribadouro, e Martim Fernandes de Riba de Vizela, o seu sucessor não se mostrou cooperante com o testamento deixado pelo pai, no qual teria de ceder terras às suas irmãs. Os executores teriam de fazer valer os direitos do rei no caso de o seu testamento não se cumprisse como o mesmo havia estipulado. Os primeiros anos do reinado do sucessor, Afonso II de Portugal, foram marcados por violentos conflitos internos entre o rei e as suas irmãs Mafalda, Teresa e Santa Sancha de Portugal, a quem Sancho legara em testamento, sob o título de rainhas, a posse dos castelos de Montemor-o-Velho, Seia e Alenquer, com as respectivas vilas, termos, alcaidarias e rendimentos. Ora, Afonso, tentando evitar a supremacia da influência dos nobres no seu governo, pretendia centralizar o seu poder, mas para isso incorria contra as irmãs e em último caso contra o testamento paterno. A maioria dos nobres, chefiados por Gonçalo Mendes II de Sousa, empenharam-se em fazer cumprir as últimas vontades o monarca anterior[4]. Contudo, uma parte da classe manteve-se, na verdade, na fação do rei. Lopo, pesando os factos de ser casado com uma sobrinha do testamenteiro Pedro Afonso de Lumiares (que apoiava o novo rei), e de o seu irmão ser genro de Martim Fernandes de Riba de Vizela (apoiante da mesma fação), poderá ter muito provavelmente optado por apoiar a fação de Afonso II de Portugal. O conflitoNo ano seguinte, em 1212, Afonso II intimou as irmãs para que que lhe fizessem restituição das terras herdadas. Em respostas, as três infantas-rainhas, Teresa, Sancha e Mafalda, recolheram-se ao fortíssimo e quase inexpugnável castelo de Montemor-o-Velho, que era da primeira e estava guardado pelo cunhado de Lourenço, Gonçalo. As tropas reais, chefiadas por Martim Anes de Riba de Vizela, chegaram mesmo a combater as hostes das infantas, chefiadas pelo Sousão nos pântanos junto ao castelo[5]. Este conflito seria resolvido apenas com intervenção do Papa Inocêncio III; o rei indemnizaria as infantas com uma soma considerável de dinheiro, e a guarnição dos castelos foi confiada a cavaleiros templários, mas era o rei que exercia as funções soberanas sobre as terras e não as infantas. Porém os Sousas e os seus seguidores seriam renegados durante todo o reinado, e assim sendo saíram de Portugal, refugiando-se em outras cortes peninsulares. MorteLopo desaparece cedo da documentação curial, por volta de 1220. Pode ter falecido pouco depois de 1223, pois parece confirmar ainda documentos de Sancho II de Portugal[6]. Casamento e descendênciaLopo Afonso desposou, em data incerta, Aldara Viegas de Alvarenga (m. antes de 1258)[2], filha de Egas Afonso de Ribadouro-Alvarenga e de sua esposa Sancha Pais de Toronho. A sua mulher era assim sobrinha da sua madrasta, Urraca Afonso de Ribadouro. O casal teve a seguinte descendênciaː
Referências
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