Longosomatidae
Longosomatidae é uma família de animais anelídeos poliquetas marinhos bentônicos pouco conhecidos.[4][5] Eles são caracterizados por terem alongados filamentos branquiais anteriores e segmentos medianos do corpo alongados, cada um rodeado por um anel quase completo de cerdas.[4] MorfologiaOs longosomatídeos possuem corpo com cerca de 40 a 70 mm de comprimento e 1 mm de largura, tendo, provavelmente, em torno de 30 segmentos.[4][6][7] Pouco se conhece desses animais, ainda mais porque seus exemplares se fragmentam facilmente.[8] Sendo do grupo dos anelídeos poliquetas, seu corpo possui três regiões principais: a cabeça, o tronco e o pigídio.[7][9] A cabeça é formada por duas partes: o prostômio, que é a mais anterior, e o peristômio, a mais posterior, onde fica a boca.[7][9] O tronco é formado por vários segmentos repetidos.[7][9] E o pigídio é a extremidade posterior, onde fica o ânus.[7][9] O prostômio é pequeno e tem uma forma quase triangular, sendo desprovido de olhos e apêndices. Em suas bordas posteriores, há os órgão nucais, que são eversíveis.[4][6][8] O peristômio está reduzido à região bucal e é portador de um par de palpos sulcados. Estes são facilmente perdidos e dificilmente observados, mas é dito que marcas de sua presença são observáveis.[4][6][7] No tronco é possível distinguir as regiões chamada tórax, mediana e posterior.[4][6][7] Os segmentos do tórax são curtos e semelhantes entre si, exceto pelo primeiro, que não possui parapódios.[6][8] Os parapódios são birremes, reduzidos, sem acículas nem cirros.[4][6][7] [8]Eles também são portadores de brânquias filiformes longas.[4][6][7][8][10] Os seus neuropódios podem ter ganchos.[6][7] A região mediana, também chamada de pós-tórax ou abdômen, possui segmentos muito longos.[6][4][10] Seus parapódios são ainda mais reduzidos, de forma que as cerdas aparentam surgir da parede do corpo.[6][7] Cada segmento possui um anel quase completo de cerdas alongadas capilares e espinhos.[4][6][7][8][10] A região posterior é bulbosa e, basicamente, não possui parapódios. Também apresenta espinhos, que parecem ganchos.[7] O pigídio não possui cirros .[7][8] Como muitos dos espécimes encontrados são apenas fragmentos de extremidades anteriores e alguns segmentos medianos, pouco se conhece sobre suas estruturas internas.[8] Diversidade e hábitosOs longosomatídeos vivem em sedimentos moles (não consolidados), desde águas costeiras rasas até águas abissais.[4][6] Chamam a atenção por ocorrerem em localidades muito distantes entre si, como nos oceanos Pacífico e Atlântico, e mares Mediterrâneo, Vermelho e da China Oriental.[4][8][6] O grupo possui oito espécies, sendo que, no Brasil, há o registro de uma, Heterospio longissima.[3][11] Por conta de seus palpos, supõe-se que sejam comedores de depósito superficiais.[4][12] Nada se sabe sobre sua reprodução, exceto que seus ovos possuem envoltório semelhante ao de Poecilochaetus, Trochochaeta e Spionidae.[4][6] Não são conhecidos fósseis de Longosomatidae.[7] Taxonomia e filogeniaLongosomatidae é uma família constituída de um único gênero, Heterospio, com oito espécies nominais.[4][8][3] A primeira espécie do grupo foi descrita em 1874, chamada Heterospio longissima, e não foi incluída em nenhuma família.[4][6][7][8][13] Posteriormente, foi descrito o gênero Longosoma, no qual a autora do nome incluiu Heterospio longissima, e estabelecido a família Longosomidae.[4][6][7][8][14] Mais tarde, a mesma autora percebeu a prioridade de Heterospio sobre Longosoma, dado que ele havia sido descrito antes. Ela, então, sinonimizou Longosoma e Heterospio e propôs mudança do nome da família, para Heterospionidae.[4][6][7][8] Depois verifica-se a prioridade de Longosomidae em relação a Heterospionidae, como nome de família, e altera-se a grafia, para Longosomatidae. Além disso, incluiu-se todos os integrantes da família Longosomatidae no gênero Heterospio.[4][6][7][8][15] Evidências morfológicas da monofilia de Longosomatidae seriam os seus segmentos medianos bastante alongados, portadores de anéis quase completos de cerdas.[8] O grupo foi incluído em Spionida devido a semelhanças com Spionidae, como palpos peristomiais sulcados e densos conjuntos anteriores de cerdas.[4][6] Entretanto, a família também possui semelhanças com Cirratulidae, pertencente à ordem Terebellida, como brânquias filiformes e palpos peristomiais.[4][6] Aparentemente, muitos dos caracteres analisados constituem homoplasias e reversões.[4][6] Além disso, em um estudo posterior, Longosomatidae apareceu dentro de Spionidae, tornando este grupo parafilético.[16] Dessa forma, mais estudos são necessários para que se saiba a posição de Longosomatidae em Spionida.[4][6] Referências
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