O tratamento inicial de LLA consiste em quimioterapia com o objetivo de remitir a doença.[2] Ao tratamento inicial seguem-se novas sessões de quimioterapia, geralmente ao longo de vários anos.[2] Nos casos em que a doença se tenha disseminado para o cérebro pode ser necessária quimioterapia intratecal ou radioterapia.[2] Nos casos de doença recorrente após o tratamento padrão, pode ser necessário um transplante de medula óssea.[2] Estão atualmente a ser estudadas novas formas de tratamento, como a imunoterapia.[2]
Em 2015, a LLA afetava cerca de 876 000 pessoas em todo o mundo e foi a causa de 111 000 mortes.[11][9] A doença é mais comum em crianças, sobretudo entre os dois e cinco anos de idade.[12][4] Nos Estados Unidos, é a causa mais comum de cancro e morte por cancro entre crianças.[2] A LLA foi o primeiro cancro disseminado a conseguir ser curado.[13] A taxa de sobrevivência entre crianças aumentou de menos de 10% na década de 1960 para mais de 90% em 2015.[2] No entanto, a taxa de sobrevivência é menor em bebés (50%)[14] e em adultos (35%).[7]
Sinais e sintomas
Sintomas iniciais não são específicos. Os sinais e sintomas da LLA são resultantes de uma produção anormal das células sanguíneas (leucócitos). Tais células tornam-se muito numerosas, porém imaturas e malignas. Os sinais são variados. Podem aparecer os seguintes sintomas:
Fadiga e fraqueza generalizada decorrentes de anemia
Febre e/ou outros sintomas de infecções
Perda de peso e/ou perda de apetite
Sangramentos
Dores ósseas e nas juntas
Aumento dos linfonodos (linfonodomegalias)
Aumento do baço e/ou fígado (esplenomegalia e/ou hepatomegalia)
Classificação
Estabelecida na década de 1970,[15] a classificação FAB (French American British) baseia-se exclusivamente na análise morfológica e citoquímica das células malignas. Compreende os subtipos:
L1: presença predominante de linfoblastos pequenos com núcleo regular e cromatina homogênea. Representa de 25-30% dos casos.
L2: presença predominante de linfoblastos de tamanho médio à grande com núcleo irregular e cromatina heterogênea. Representa aproximadamente 70% dos casos, sendo a mais comum dos três tipos.
L3: presença de linfoblastos de tamanho médio a grande com característico citoplasma hiperbasofílico e presença de múltiplos vacúolos. Representa aproximadamente 1-3% dos casos.
A classificação EGIL (European Group for the Immunological Characterization of Leukemias) baseia-se nos imunofenótipos celulares e permite a diferenciação em subtipos imunológicos.[16] Através desta é possível classificar a linhagem celular (B ou T) e caracterizar o estágio maturativo da mesma.
A classificação OMS (Organização Mundial de Saúde), baseando-se em dados de imunofenótipo, cariótipo e biologia molecular, permite a classificação de acordo com a linhagem B ou T.[17] A OMS classifica a LLA como leucemia de células B precursoras, leucemia de células T precursoras ou neoplasia de células B maduras, subtipo Linfoma/Leucemia de Burkitt.
Etiologia
As causas precisas do desenvolvimento desta patologia são desconhecidas. Apenas uma pequena porcentagem dos casos (<5%) está associada com a presença de alguma síndrome genética (Síndrome de Down, Síndrome de Bloom, ataxia-teleangectasia, Síndrome de Nijmegen), com exposição à radiação ionizante ou drogas quimioterápicas.[18]
Diagnóstico
Exame físico
Exames laboratoriais:
Hemograma: a maioria dos pacientes com LLA apresentam linfoblastos no sangue periférico. A anemia e a trombocitopenia podem ser de graus variados. Hiperleucocitose é vista em 10-16% dos casos (leucócitos >100.000/microlitro). Linfoblastos são vistos em 90% dos casos.
Punção da Medula óssea (Mielograma) : Via de regra é realizada análise da medula óssea, mesmo na presença de linfoblastos no sangue periférico.
Cariótipo: para detecção de alterações cromossômicas.
Tratamento
É realizado com poliquimioterapia (múltiplas drogas quimioterápicas) e radioterapia, com objetivo de eliminar as células malignas.
O uso de drogas anticâncer são combinadas ao longo de anos de tratamento. Agentes utilizados para ALL incluem: [19]
Vincristina (Oncovin)
Esteroides (prednisona, dexametasona)
L-asparaginace (Elspar) ou PEG-L-asapraginase (Oncaspar)
Teniposido (Vumon)
Citarabina (Cytosar)
Daunorrubicina (Cerubidine) ou doxorrubicina (adriamicina)
Etoposide (VP-16)
6-mercaptopurina (6-MP, Purinethol)
Metotrexato
Ciclofosfamida (Cytoxan)
À exceção dos pacientes que apresentam LLA de células B maduras, os quais são tratados com ciclos curtos e intensivos, o tratamento normalmente consiste de uma fase de indução da remissão, fase de consolidação (ou intensificação) e fase de manutenção.
Em alguns casos pode ser necessário o transplante de medula óssea.
Tratamento com Imunoterapia
A primeira terapia com CAR-T usa Tisagenlecleucel e também foi a primeira terapia gênica a receber a aprovação do FDA americano (Food and Drug Administration) em 2017, indicada para pacientes pediátricos e adultos jovens com leucemia linfoblástica aguda recidivante ou refratária (r / r), "seguida de aprovação em maio de 2018 para uma segunda indicação em pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B r / r. Seguida de aprovações na União Europeia, Suíça e Canadá" [20].
Galeria
Sangue periférico de uma criança com leucemia linfoide aguda, coloração Pappenheim, magnificação x100
Amostra da medula óssea (grande magnificação) de um paciente com leucemia linfoide aguda
Amostra da medula óssea de um paciente com leucemia linfoide aguda
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↑ abBaljevic, Muhamed; Jabbour, Elias; O'Brien, Susan; Kantarjian, Hagop M (2016). «Acute Lymphoblastic Leukemia». In: Kantarjian, HM; Wolff, RA. The MD Anderson Manual of Medical Oncology 3 ed. New York: McGraw-Hill Education. Consultado em 22 de novembro de 2017
↑Boer, JM; den Boer, ML (11 de julho de 2017). «BCR-ABL1-like acute lymphoblastic leukaemia: From bench to bedside.». European Journal of Cancer. 82: 203–218. PMID28709134. doi:10.1016/j.ejca.2017.06.012
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