Jusbrasil
Jusbrasil é um site brasileiro voltada para assuntos jurídicos, permitindo busca por documentos legais, publicação de textos pelos usuários, e contato entre clientes e advogados. O site é gerido por uma empresa privada do setor de tecnologia. Por ser voltada para o setor jurídico, se caracteriza como uma legaltech.[1] O site reúne inicialmente reunia documentos jurídicos, tais como autos processuais, jurisprudência e diários oficiais. Com o tempo, passou também a ter características de rede social, e hoje também disponibiliza conteúdos autorais em forma de artigos e notícias escritas por seus usuários.[1][2] Possuem também um serviço de conectar possíveis clientes a advogados.[3] Em 2018, era um dos 20 sites mais acessados da internet brasileira.[3] HistóriaA equipe de fundadores foi formada por um advogado e dois engenheiros naturais de Salvador, Bahia, que venceu dois editais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia e conseguiu 400 mil reais para a construção da empresa.[4] A empresa foi oficialmente fundada em 2008, servindo como um buscador para a área jurídica, facilitando a busca por documentos como publicações do Diário Oficial, que não eram facilmente indexados por buscadores genéricos como o Google. O site passou a ser utilizado por advogados, mas também pelo público leigo, servindo como ferramenta de acesso à justiça.[4] Em 2010 começou a desenvolver o setor de comunidade dentro do site, lançado oficialmente em 2012. Pouco depois, o site passou a ser utilizado também como rede social.[2] Inicialmente, a marca era estilizada como JusBrasil, com "B" maiúsculo, mas em 2015 passou a utilizar o "b" minúsculo e se tornou Jusbrasil.[1] Em 2023, fez uma parceria com a OAB, seções de São Paulo e de Goiás, permitindo que advogados destes estados que tenham acesso gratuito ao plano mais completo de pesquisa site.[5][6] No mesmo ano, fez uma parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, para ampliar o acesso de jornalistas a informações.[7] Já recebeu financiamento dos fundos Monashees, Founders Fund, e Soft Bank.[3][8] CaracterísticasNo modo "Pesquisa Jurídica", permite que advogados pesquisem jurisprudência e julgados do país.[5] Na frente "Fale com um advogado", o site atua conectando possíveis clientes a advogados assinantes, o que é uma das principais fontes de renda do site. Os usuários podem escrever sua dúvida, que será encaminhada aos assinantes, que podem entrar em contato.[3][4] A busca no site, ao mesmo tempo que é fácil, poder ser mal interpretada por leigos, que podem confundir as diferentes partes de um processo (réu, autor e representante), confundir pessoas com o mesmo nome (homônimos) e confundir mera citação em um processo com ter sido acusado por um crime.[9] UsoSegundo matéria de 2015 do próprio Jusbrasil, 1 milhão de usuários utilizam o site mensalmente com publicações e comentários, mais de 90 milhões passam pelo site por ano, que era utilizado por mais de 700 mil advogados.[2] Em 2017, o site registrava 300 novas publicações por dia.[2] No ano seguinte, estava entre os 20 sites mais acessados da internet brasileira.[3] Em 2022, recebia cerca de 30 milhões de usuários únicos por mês.[10] PolíticaResultados do site tem sido interpretados de maneira errônea, gerando desinformação e notícias falsas a respeito de políticos. O site foi citado em 2023, durante audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, que tratava dos ataques de 8 de janeiro em Brasília. Na audiência, o deputado André Fernandes atacou o ministro Flávio Dino, acusando-o de, segundo o Jusbrasil, responder a 277 processos na Justiça. Flávio Dino respondeu esclarecendo que o Jusbrasil não cita apenas os casos em que o cidadão é réu, mas diversos outros, já que o site cita "os nomes de quem pediu direito de resposta na Justiça, de quem foi requerido em um pedido de resposta, aparece o nome de quem registrou a candidatura ou prestou contas à Justiça Eleitoral, de quem foi testemunha em algum processo".[11][12][13] Alguns meses depois, a senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI do Golpe, recebeu acusação semelhante. Mensagens no Facebook e WhatsApp afirmavam que ela responderia a 70 processos, quando este na realidade é o número total de resultados encontrados no site Jusbrasil ao se buscar pelo nome da senadora. Os resultados incluem processos arquivados, processos protocolados por ela, e processos em que ela é apenas citada.[11][14] O mesmo problema se repetiu durante outro momento na CPMI do Golpe, quando o ex-ministro Sergio Moro acusou o hacker Walter Delgatti Neto de responder a 46 processos, que o número é o mesmo encontrado ao se buscar pelo nome de Delgatti na plataforma. No entanto, em alguns destes processos Delgatti é citado como outra parte, e não como réu.[15] Referências
Ligações externas
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