José Nicolau Raposo Botelho
José Nicolau Raposo Botelho (Porto, 20 de Dezembro de 1850 — Lisboa, 24 de Novembro de 1914) foi um oficial do Exército Português, onde atingiu o posto de general, pedagogo, publicista e político.[1] Foi um dos principais autores de manuais escolares para os liceus nas disciplinas de geografia, matemática e ciências económicas.[2][3] Vida PessoalDescendente de famílias açorianas, nasceu na cidade do Porto, filho do coronel Nicolau Maria Raposo, mestre de música militar, natural de Ponta Delgada, e de sua mulher Mónica Maria de Sousa, natural de Braga, neto paterno de Francisco Raposo Botelho e de sua mulher Maria Joaquina do Canto. Casou-se com Elisa Adelaide de Vasconcelos no dia 3 de fevereiro de 1870. O casal teve quatro filhos: João Vasconcelos Raposo Botelho (1875); Maria Luísa de Vasconcelos Raposo Botelho (1879); Alzira Amélia Raposo Botelho (1886) e Ofélia Elisa de Vasconcelos Raposo Botelho (1892). Carreira MilitarIngressou como voluntário no Batalhão de Caçadores do Porto, em 1867. Rapidamente se destacou, sendo promovido a furriel no Batalhão de Caçadores n.°9 em 1868, recebendo uma recompensa monetária de 50$000 réis pela sua performance. Passou por posições como primeiro sargento graduado aspirante a oficial em 1870 e alferes em 1872. Tornou-se tenente em 1875 e capitão em 1887. A sua dedicação ao serviço militar foi reconhecida com a atribuição da medalha militar de prata da classe de bons serviços em 1888. Com 43 anos, alcançou o posto de major e de tenente-coronel em 1895. Em 02 de outubro de 1893, foi nomeado major do estado maior de infantaria. Carreira Educacional e LiteráriaAlém da sua carreira militar, José Nicolau foi também professor no Liceu Central e na Escola Normal do Porto, tendo deixado vasta obra sobre assuntos militares e pedagógicos, especialmente no campo dos manuais pedagógicos para o ensino liceal nas disciplinas de Geografia e Matemática. Em 1883, publicou "Princípios de Algebra" e em 1887 "Curso de Geographia", mostrando um claro interesse em contribuir para a educação em Portugal. Publicou "Elementos de geographia" para a II e III classe e "Curso de geographia" para a I, II e III classe em 1898. Em 1899, foi autorizado a produzir uma nova edição de "Geographia geral" e coautor do "Tratado completo de arithmetica pratica". Vida Pública e PolíticaNo final do século XIX e início do século XX, José Nicolau participou de várias comissões importantes, contribuindo para a elaboração de regulamentos militares e educacionais. Foi também parte do júri do Monte Pio Oficial em 1895. No campo político foi vogal do Supremo Conselho de Defesa Nacional, Secretário de Estado dos Negócios da Guerra, e Ministro de Guerra no último governo da monarquia, de 26 de Junho a 5 de Outubro de 1910, presidido por António Teixeira de Sousa.[3][4] No âmbito militar foi docente na Escola do Exército, onde promoveu importantes reformas, docente do Real Colégio Militar, instituição de que foi director de 1904 a 1910, e director da Revista Militar de 1900 a 1910, tendo um papel ativo na avaliação e aprovação de livros didáticos. O seu nome também consta na lista de colaboradores do número prospeto do periódico Tiro civil [5] (1895-1903). Apesar de sua destituição do cargo de Ministro da Guerra com a queda das instituições monárquicas em 1910, a influência de José Nicolau Raposo Botelho perdurou, como evidenciado pelas frequentes referências às suas publicações educativas. A sua vida foi marcada por um compromisso com o serviço público, educação e literatura, contribuindo de forma indelével para a cultura e o conhecimento em Portugal. Obras publicadas
Notas
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