José Guilherme Pacheco
José Guilherme Pacheco (Rio de Janeiro, Santa Rita, 10 de Fevereiro de 1823 — Porto, Vitória, 7 de Dezembro de 1889) foi um advogado e político português, deputado às Cortes e governador civil do Distrito de Angra do Heroísmo (1865 a 1866). Senhor da Casa das Vinhas, que herdara de seu pai, foi presidente da Câmara Municipal de Paredes,[1] ganhando pela sua acção o epíteto de rei de Paredes, tendo o município em 1927 erigido em sua homenagem uma estátua no jardim defronte dos paços do concelho.[2] Foi um dos fundadores do Jornal de Notícias e benfeitor de múltiplas instituições locais, tendo financiado o restauro da capela de Nossa Senhora da Ajuda.[3] BiografiaJosé Guilherme Pacheco nasceu a 10 de Fevereiro de 1823 na cidade do Rio de Janeiro, filho de Manuel Albino Pacheco, natural de Lousada, e de sua mulher D. Ana Maria Felizarda de Jesus Cordeiro, natural de Minas Gerais, Brasil, neto paterno de Manuel Pacheco da Rocha e de sua mulher Mariana Luísa Nogueira de Miranda, e neto materno do Capitão Roque António Cordeiro, natural da freguesia de Sendim, concelho de Miranda do Douro, Portugal, e de sua mulher Maria Angélica de Santana, natural de Sabará, Minas Gerais. Quando tinha seis meses de idade, os pais transferiram-se para Portugal, tendo a família se instalado em Nevogilde, onde o pai, oriundo de uma influente família duriense, era proprietário da Casa das Vinhas. A família era então constituída pelo casal e por três filhos nascidos no Rio de Janeiro. O pai voltaria ao Brasil, em virtude da Guerra Civil Portuguesa, deixando a família na Casa das Vinhas, aonde havia nascido. Terminada a guerra regressou a Lousada, tendo sido nomeado em 1834 para o cargo de presidente da Comissão Municipal de Aguiar de Sousa e prosseguido uma carreira política até falecer em 1862 que fez dele uma das mais importantes personalidades de Nevogilde nas primeiras décadas do século XIX.[3] Matriculou-se em 1845 no Colégio da Formiga, em Ermesinde, onde fez os estudos preparatórios para a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, na qual se matriculou no curso de Direito. Concluiu o seu curso em 1852, instalando-se em Paredes como advogado, actividade que manteria durante mais de 30 anos. Influente a nível local e regional, ingressou na política, tendo sido presidente da Câmara Municipal de Paredes entre 1864 e 1871, voltando a ocupar o lugar em 1878. Paralelamente, a partir 1859 foi por várias vezes eleito deputado às Cortes. Foi governador civil do Distrito de Angra do Heroísmo (1865-1866), presidente da Junta Geral do Distrito do Porto e presidente da Comissão Inspectora das Escolas Normais. Nas funções de deputado foi influente na criação da Escola Normal do Porto. A 22 de Junho de 1875, a Câmara Municipal de Paredes declarou-o cidadão benemérito devido à sua contribuição para aquele concelho, nomeadamente a criação da Comarca de Paredes, a instalação do telégrafo, a passagem da linha férrea do Douro por Paredes e a construção de grande parte das estradas e escolas do concelho. A sua influência era tal que levou a que fosse alcunhado o rei de Paredes.[4] Faleceu a 7 de Dezembro de 1889, no número 7 da Rua da Conceição, freguesia de Vitória, na cidade do Porto, aos 66 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério de Agramonte, na mesma cidade.[5] José Guilherme Pacheco é recordado na toponímia de Paredes, onde o Parque José Guilherme Pacheco ostenta o seu nome e onde em 1927 foi erigida a estátua do Conselheiro José Guilherme Pacheco por resolução da Comissão Municipal Administrativa cujo presidente era Dr. José Correia Abreu Pinto Cabral.[6] O seu nome é também lembrado na Associação Cultural José Guilherme Pacheco, de Castelões de Cepeda, Paredes.[7] Sobre este benemérito, em 1990, no âmbito das comemorações do centenário da sua morte, foi editada, pela Livraria Maia, uma biografia da autoria de António Carmindo de Sousa e Maia.[8] Referências
Bibliografia
Ver tambémLigações externas
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