Joguejacarta Nota: Para a região especial homónima, veja Joguejacarta (região especial).
Joguejacarta,[1] Jogjacarta[2][3] ou Jojacarta[4] (em indonésio: Yogyakarta, Jogjakarta, Jogja ou Yogya; em javanês: Ngayogyakarta) é uma cidade da Indonésia, capital da região especial homónima, na ilha de Java. É conhecida como um centro de educação (Kota Pelajar; "cidade dos estudantes") e centro cultural de artes tradicionais javanesas, como batique, dança, teatro, música, poesia e espetáculos de marionetas. O centro urbano tem 46 km² de área e em 2010 tinha 388 627 habitantes (densidade: 8 448,4 hab./km²). A cidade foi a capital dos revoltosos durante a Revolução Nacional da Indonésia, entre 1945 e 1949, período durante o qual o gabinete do presidente funcionou no Gedung Agung, um dos atuais seis palácios presidenciais da Indonésia. Kotagede, atualmente um dos distritos de Joguejacarta, foi a capital do Sultanato de Matarão entre 1575 e 1640. A área metropolitana, que inclui a cidade de Magelang, tem 2 159,1 km² e em 2010 tinha 388 627 habitantes (densidade: 1 857,5 hab./km²). Estende-se por 65 distritos nas regências de Sleman, Klaten, Bantul, Kulon Progo e Magelang.[carece de fontes] Joguejacarta tem um dos mais altos índices de desenvolvimento humano da Indonésia (0,837 em 2014, considerado "muito alto").[5] A cidade deve o seu nome à cidade indiana de Aiódia, mencionada no épico hindu Ramáiana. Yogya significa "adequado, apto, conveniente" e karta "próspero, florescente", pelo que Joguejacarta significa algo como "cidade adequada para prosperar".[6] HistóriaReino de Matarão (séculos VIII a X)Segundo a inscrição de Canggal, datada de 732, a área tradicionalmente conhecida como Mataram tornou-se a capital do Reino de Matarão (ou de Medang; Mdang i Bhumi Mataram), fundado pelo rei Sri Sanjaia. Matarão tornou-se o centro da sofisticada cultura hindu-budista javanesa durante três séculos e na planície de Kewu, junto à encosta sul do monte Merapi, em redor de Prambanan, foram construídos numerosos candis (templos hindus e budistas), dos quais se destacam os de Prambanan (hindu) e de Borobudur (budista).[carece de fontes] Cerca do ano 929, o centro do reino foi transladado para Java Oriental por Mpu Sindok, fundador da dinastia Isyana. Desconhece-se a causa exata da transladação, mas é possível que se tenha devido a uma forte erupção do vulcão do Merapi ou a uma luta pelo poder. Os historiadores sugerem que em algum momento do reinado do rei Wawa (r. 924–929), uma erupção do Merapi devastou a capital do reino de Matarão.[carece de fontes] Império de Majapait (1293–1527)Durante o período Majapait, a área em volta da moderna Joguejacarta foi novamente identificada como "Mataram" e reconhecida como uma das doze províncias do Império de Majapait em Java, governada por um duque intitulado Bhre Mataram. Durante o reinado de Hayam Wuruk (r. 1350–1389), o título de Bhre Mataram foi detido por Wikramawardhana, sobrinho e genro do rei, que lhe viria a suceder no trono.[carece de fontes] Sultanato de Matarão (1575–1620)Kotagede, atualmente um distrito de Joguejacarta, foi a capital do Sultanato de Matarão. Durante o reinado do sultão Agung Anyokrokusumo (r. 1613–1645), o sultanato atingiu o seu apogeu, tornando-se o maior reino de Java e expandindo a sua influência a Java Central, Java Oriental e metade de Java Ocidental. Após duas mudanças de capital (Plered e Kerta, ambas situadas na atual regência de Bantul), a capital do sultanato foi transferida para Kartasura.[carece de fontes] Rescaldo do Tratado de Gianti (1745–1945)Durante o reinado de Pakubuwono II (r. 1726–1749), estalou uma guerra civil entre o príncipe Mangkubumi e o seu irmão mais velho, Sunan Pakubuwono II. A guerra começou quando este último concordou em cooperar com a Companhia Holandesa das Índias Orientais (VOC), cedeu parte do território de Matarão aos holandeses e submeteu-se à sua autoridade. O seu irmão mais novo discordou do acordo por recear que o seu povo fosse escravizado pelos holandeses. Mangkubumi derrotou as tropas de Pakubuwono e declarou-se soberano do Reino de Yogjakarta, ocupando as partes do sul do sultanato.[carece de fontes] O fim da guerra civil foi formalizada pelo Tratado de Gianti, assinado em 13 de fevereiro de 1755 entre Mangkubumi, o seu sobrinho Pakubuwono III e a VOC, que marcou o fim do Sultanato de Matarão e a criação do Sultanato de Suracarta (ou Susuhunan), governado por Pakubuwono III, e do Sultanato de Joguejacarta, governado por Mangkubumi, que assumiu o título de Hamengkoeboewono I. O Sultanato de Joguejacarta foi fundado oficialmente em 7 de outubro de 1756.[carece de fontes] Durante a ocupação britânica de Java (1811–1815), rumores de planos da corte de Joguejacarta para causar uma rebelião provocou receios nas autoridades coloniais. Em 20 de junho de 1812, o governador britânico Stamford Raffles comandou uma força de 1 200 soldados num ataque à cidade real. Os javaneses foram apanhados de surpresa pelo ataque e foram facilmente derrotados. Joguejacarta caiu num dia, tendo sido destruída e o seu palácio foi saqueado. Este evento despojou completamente o sultanato do poder e influência que lhe restava.[7] O saque foi uma humilhação para a corte e ajudou a fomentar uma rebelião que ficaria conhecida como a Guerra de Java (1825–1830).[carece de fontes] República da Indonésia (1945–atualidade)Em 1942, o Império do Japão invadiu as Índias Orientais Holandesas e governou Java até ter sido derrotado em 1945. Em agosto desse ano, Sukarno proclamou a independência da República Indonésia. O sultão de Joguejacarta Hamengkubuwono IX enviou rapidamente uma carta a Sukarno expressando o seu apoio ao recém-fundado país e reconhecendo que o seu sultanato era parte da República Indonésia. O Sultanato de Suracarta fez o mesmo e ambos os reinos javaneses receberam o estatuto especial de "regiões especiais" dentro da república. Porém, o Sultanato de Suracarta perderia esse estatuto administrativo especial em 1946 devido a uma rebelião esquerdista e anti-realista em Suracarta, tendo sido integrado na província de Java Central.[carece de fontes] O apoio de Joguejacarta foi essencial na luta pela independência durante a Revolução Nacional da Indonésia, entre 1945 e 1949. A cidade foi a capital da autoproclamada República Indonésia entre 1946 e 1949, após a tomada de Jacarta pelos holandeses. Mais tarde, os holandeses também invadiram Joguejacarta, levando a que a capital da república fosse transferida para Bukittinggi, em Sumatra Ocidental, a 19 de dezembro de 1948. Devido à sua significativa contribuição para a sobrevivência da república, Joguejacarta manteve o seu estatuto especial e é a única região indonésia governada por uma monarquia.[carece de fontes] Geografia e administraçãoA cidade estende-se em todas as direções a partir do Kraton (palácio do sultão), mas o núcleo da cidade moderna situa-se a norte, centrado na zona dos edifícios da era colonial holandesa e do principal bairro comercial. A Jalan Malioboro, com os seus vendedores de rua e mercados e centros comerciais vizinhos, é a principal avenida de comércio para os turistas, enquanto a Jalan Solo, mais a norte, é uma área comercial frequentada sobretudo por locais. Na extremidade sul de Malioboro, no lado oriental, situa-se o mercado de Beringharjo, perto do Forte Vredeburg, uma fortaleza holandesa restaurada transformada num museu da luta pela independência.[carece de fontes] No centro da cidade ergue-se o Kraton, que está rodeado por um bairro residencial densamente povoado, que ocupa o que no passado era uma propriedade exclusivamente do sultão. Os sinais desse antigo uso ainda estão à vista, na forma de antigos muros e no antigo jardim de Taman Sari, construído em 1758, atualmente em grande parte abandonado e arruinado. No passado, o Taman Sari foi usado para alojar os empregados do palácio e os seus descendentes. Em 2004, foi iniciada a sua reconstrução, juntamente com a renovação das vizinhanças do kraton.[carece de fontes] Cerca de 28 km a note da cidade ergue-se o monte Merapi, o vulcão mais ativo da Indonésia, onde se têm registado erupções regulares desde 1548, a última delas antes de 2017 em novembro de 2010. Nas suas encostas meridionais situa-se a cidade turística de Kaliurang.[carece de fontes] ClimaO clima de Joguejacarta é do tipo tropical com estação seca (Aw na classificação de Köppen-Geiger), pois a precipitação no mês mais seco (agosto) é inferior a 60 mm. É influenciado pela monção. O mês mais chuvoso é janeiro, com 392 mm de média. A temperatura média é cerca de 26 a 27 °C; os meses mais frios são julho e agosto, quando a temperaturas média mínima é 20,6 °C e o mês mais quente é outubro, quando a temperatura média máxima é 31.4 °C.[8][9]
AdministraçãoJoguejacarta faz parte da região especial homónima, a qual tem estatuto de província na Indonésia e tem uma "cidade" (Joguejacarta propriamente dita, ou Kota Yogyakarta) e quatro regências: Kulon Progo, com capital em Wates; Sleman, com capital em Sleman; Bantul, com capital em Bantul; Gunung Kidul, com capital em Wonosari. As regências de Bantul e de Sleman têm uma densidade populacional muito superior às circundantes (mais de 1 500 hab/km²) e na prática são dormitórios da área metropolitana da grande Joguejacarta. A cidade está dividida em 14 distritos (kecamatan): [♦] ^ Número de habitantes em 2011. DemografiaA maior parte da população é de etnia javanesa, No entanto, devido ao elevado número de escolas e universidades e ao custo relativamente mais baixo do que outras cidades indonésias, Joguejacarta tem atraído um número crescente de estudantes de toda a Indonésia. Em resultado disso, vivem na cidade muitas pessoas de outras etnias, especialmente das partes orientais da Indonésia.[carece de fontes] Joguejacarta atrai um grande número de visitantes estrangeiros e há também um número significativo de residentes estrangeiros. A maior parte deles são estudantes, que estudam língua indonésia ou a cultura javanesa.[carece de fontes] Cultura e atrações turísticasDevido à proximidade com os templos de Borobudur e de Prambanan e cultura ligada à realeza local, Joguejacarta tornou-se um destino turístico importante na Indonésia. Muitos turistas usam a cidade como base de alojamento para visitarem Borobudur e Prambanan.[carece de fontes] Alguns aspetos culturais mais relevantes relacionados com Joguejacarta são os seguintes:[carece de fontes]
Museus e monumentosJoguejacarta tem vários monumentos históricos e museus. O mais famoso, situado 17 km a nordeste da cidade, é Prambanan, um complexo de templos hindus classificado como Património Mundial pela UNESCO. No Kraton (palácio real) há um museu com artefatos do sultão. Em alguns edifícios coloniais há também museus. Destes destaca-se o Museu do Forte Vredeburg, instalado num antigo forte holandês. Devido à importância da cidade durante a guerra pela independência, há numerosos memoriais, como o Yogya Kembali, que comemora a recaptura de Joguejacarta pelos independentistas, onde estão expostos dioramas e artefatos do período colonial e da revolução.[carece de fontes] Há também um museu de arte contemporânea, o Museu Nacional Jogja.[10] A leste do centro da cidade encontra-se o grande Museu da Força Aérea, onde estão expostos 36 aviões no interior e seis no exterior.[11] Estes incluem alguns antigos modelos de combate soviéticos, como os caças MiG-15, MiG-17, MiG-19, MiG-21 e o bombardeiro Tu-16, além de aviões de fabrico japonês, americano e britânico.[carece de fontes] CozinhaAlguns do pratos tradicionais de Joguejacarta são:[carece de fontes]
Economia e infraestruturasEconomiaEm 2014, o produto interno bruto (PIB) de Joguejacarta foi 24,69 biliões * Rp (rupias indonésias; 1 550 mihões €; 5,3 bilhões R$), o PIB per capita 60,57 biliões Rp (3 800 €; 13 000 R$) e o crescimento económico 5,3%. Entre 2010 e 2014, o crescimento económico médio foi 5,51%. A economia da cidade depende em grande medida do setor terciário, nomeadamente de comércio, tanto de retalhista como grossista, transporte e logística, turismo, informações e comunicações, seguros e serviços financeiros, imobiliário, serviços empresariais, administração pública, educação, saúde, etc., que no total representam 77,2% do PIB.[carece de fontes] EducaçãoA cidade tem pelo menos 13 universidades. A mais importante é provavelmente a Universidade Gadjah Mada, uma das mais proeminentes da Indonésia, fundada em 1949 e que em 2016 tinha mais de 48 000 alunos. Outras universidades públicas são a Universidade Estatal de Joguejacarta (fundada em 1964, c. 32 000 alunos em 2013), a Universidade Islâmica Estatal Sunan Kalijaga (que além dos cursos de teologia também tem cursos de direito, economia e educação) e o Instituto Indonésio das Artes de Joguejacarta. Há também diversas universidades privadas, como a Universidade Muhammadiyah de Joguejacarta, a Universidade Ahmad Dahlan, a Universidade Islâmica da Indonésia, a Universidade Atma Jaya de Joguejacarta (católica), Universidade Cristã Duta Wacana, a Universidade Sanata Dharma e o Instituto AKPRIND de Ciência e Tecnologia.[carece de fontes] TransportesJoguejacarta é servida pelo Aeroporto Internacional de Adisutjipto (IATA: JOG, ICAO: WAHH), o qual tem ligações regulares com outras cidades indonésias importantes, como Jacarta, Dempassar, Macáçar, Balikpapan, Banjarmasin, Pekanbaru, Palimbão ou Pontianak. Há também voos para Singapura e Kuala Lumpur.[carece de fontes] A cidade é servida por uma das duas principais linhas ferroviárias de Java, que ligam Jacarta e Bandung a Surabaia. Há duas estações de passageiros, ambas no centro: a de Tugu (ou Joguejacarta), que serve comboios de classe executiva, e a de Lempuyangan, que serve comboios de classe económica. Além dos comboios de longo curso, há serviços de comboios urbanos entre a estação de Lempuyangan, Suracarta, Kutoharjo, Madiun e Samarão.[carece de fontes] A cidade dispõe de um extenso serviço de autocarros urbanos e é um ponto de partida importante para autocarros de longo curso que ligam outras cidades de Java e de Bali. Desde o início de 2008, há um serviço de autocarro de trânsito rápido, o Trans Jogja, que liga os principais terminais rodoviários, o aeroporto e as estações ferroviárias. Há também táxis, andongs (charretes) e becaks (riquexós). O veículo de transporte individual mais usado é, de longe, a motocicleta, mas há cada vez mais residentes que têm automóvel. A cidade dispõe de uma autoestrada de circunvalação.[carece de fontes] Notas e referências
Controle de autoridade
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